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No dia seguinte Sunoo estava acabado, suas olheiras estavam profundas, os fios bagunçados e uma roupa que não era de seu costume, eram peças de cores apagadas, não era o tipo de roupa que o Kim costumava vestir-se. Quando chegou na escola a primeira coisa que fez foi ir para sua sala, não queria encontrar nenhum de seus amigos, Niki principalmente.

O sino tocou afirmando que era o intervalo, o Kim juntou suas coisas e jogou a mochila em um único ombro. Saiu andando pelos corredores, tinha planejado ficar na biblioteca, não iria encontrar seus amigos lá já que, nenhum gosta de ir na biblioteca, talvez encontrasse apenas Jungwon, mas o Yang não seria uma má companhia naquele momento.

Quando virou o corredor, acabou avistando Niki vindo na mesma direção que ele. Girou os tornozelos para poder sair correndo dali e só voltar quando o Nishimura estivesse bem longe, mas no momento em que virou acabou esbarrando em alguém, o que resultou em uma batida na cabeça dele e da outra pessoa.

— Mas que droga! – A pessoa disse irritada. — Não olha por onde anda, garoto?

O garoto estava prestes a partir para cima de Sunoo, mas alguém muito mais maior que os dois apareceu ficando na frente do Kim. Percebeu pelas roupas e da cor da cabelo que era Niki.

— Não pense em dar mais um passo. – Segurou na gola da camisa do outro. — Quem você pensa que é para mexer com ele?

— Ele quem esbarrou em mim! – Dava para perceber o nervosismo na voz do garoto.

— Perguntei quem esbarrou em quem por acaso? Não quero mais que chegue perto dele. – Soltou o garoto e ele logo saiu as pressas dali.

Sunoo iria aproveitar e fugir do japonês, mas ele foi mais rápido e virou-se na direção do Kim.

— Pensei que não viria hoje. Está melhor? – Sorriu mínimo.

— Estou. – Iria voltar a andar rumo a biblioteca, mas seu pulso foi segurado. — Algum problema?

— Você tá bem? Por que tá me ignorando? – Fez um biquinho.

— Não tô te ignorando. – Estalou a língua no céu da boca, revirou os olhos.

— Não é o que parece. – Colocou as mãos no bolso da calça.

— Estou sem tempo para conversar, com licença. – Em um movimento rápido, Niki puxou o Kim até uma das salas que estava aberta e sem ninguém, trancou a porta e virou na direção do menor. — Enlouqueceu? Abre essa porta.

— Você só sai daqui quando me falar o que tá acontecendo. – Encostou as costas na porta.

— Vou te dar um coice. Me deixa sair! – Tentou tirar o maior da porta.

— Ou você me diz o que tá acontecendo ou vamos ficar o resto do dia aqui. – Cruzou os braços, Sunoo bufou.

— É que... – Não iria dizer para ele o que realmente estava acontecendo, então optou por "mentir". —...eu só estou com saudades de você.

Não era exatamente uma mentira, realmente estava com saudades dos beijos e toques do japonês.

— Só isso? Por que não disse antes? – Tão inocente, pensou Sunoo.

— Sei lá. Orgulho? – Riu. — Pensei que você negaria, até porque, você não é gay.

— Não sou, mas esqueceu que temos uma amizade colorida, hyung? – Sorriu de lado e prendeu o Kim entre a mesa e o seu corpo.

— Tsc. Pra quem não é gay. – Debochou.

— Não deboche de mim, hyung. – Segurou as coxas do menor e o fez se erguer para cima, colocando-o sentado na mesa.

— É bom debochar, principalmente de você, saeng. – Rodeou o pescoço do maior e puxou de leve seus fios.

— Ah é? – Apertou de leve as coxas grossas do mais velho.

— Uhum... – Aproximou seu rosto do japonês, mordeu seus lábios e logo depois lambeu o local mordido.

— Você me enlouquece, hyung... – Beijou o cantinho da boca dele.

Mesmo que aquela frase fosse inocente, sem segundas intenções, Sunoo se sentiu amado e desejado pelo Nishimura, mesmo que – dizendo o próprio japonês – ele fosse hétero, Sunoo acreditava que no fundo Niki poderia sim gostar de si além de amigo. Mas não queria alimentar suas expectativas.

— De um jeito bom? – Sentiu os lábios carnudos do japonês tocarem sua pele sensível.

— De um jeito maravilhoso. – Apertou devegar a cintura fininha e bem delineada do Kim.

— Ah Niki... – Ergueu o rosto do mais novo aproximando ele do seu. — Me beija!

Não precisou dizer mais nada, Niki já tinha tomado seus lábios com fúria e rapidez. Os dedos do Kim puxavam com força os fios descoloridos do mais novo, enquanto o japonês tinha suas mãos passeando pelo corpo tão bem desenhado e que conhecia de cor. Sunoo teve seu lábio inferior mordido de leve, acabou soltando um arfar entre o ósculo, o que resultou em um sorrisinho de ambos.

Com o beijo sendo cessado e apenas alguns selinhos sendo desferidos nos lábios avermelhados do Kim, Niki ajudou o menor a descer da mesa e saiu da sala junto dele. Se despediram e Sunoo pode ir finalmente para a biblioteca, Jungwon não estava lá, mas não tinha problema nenhum nisso. Ficou por lá por alguns minutos até o sino tocar, tendo que voltar logo para sala.

I'm Not GayOnde histórias criam vida. Descubra agora