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Talvez minhas palavras tenham me sufocado na boca, pois não consigo abrir.

Enquanto ele olhava para mim, notei i quando ele me analisava. Não sei por quanto tempo, mas vi o brilho de um sentimento antigo passar fugaz por seu rosto. Lembranças?

Jungkook sentia? Era recíproco? Talvez não tanto quanto eu, mas ainda sentia o mesmas coisas por ele.

O peso das decepções em seu olhar estava me matando agora. Eu havia o mandado para prisão. Havia fingindo não o conhecer. Havia agido como não o conhecesse. E eu o compreendia. As palavras não são suficientes para expressar o quão machucados ele pode ter sido quando estava preso.

Eu queria iria andar em sua direção, mas estava esperando que por alguma mágica, pois meus pés estavam firmados no chão. Mantendo uma distância segura, não queria assustá-lo.

— Eu não deveria estar aqui... – Jungkook fechou os olhos, apertando-os, fugindo de suas próprias resoluções.

— Como entrou aqui?

— É isso que quer me perguntar? - Jungkook me lança olhar penetrante. Ele queria me dizer algo. Ele se levanta e vem em minha direção.

— Estivesse disposto a esquecer todo o passado, mas quando vi você eu recuei. Por que me mandou para prisão?

Ele se aproximava mais devagar então, analisando cada centímetro do meu rosto e esperando que meu cérebro processe-se o que estava acontecendo.

Jungkook estava todo de preto, com um contraste com sua pele e tatuagens.

— Juiz Kim! - ele sussurrou. O tom que era para parecer cheio de ódio, cantou ao meu ouvido com notas de desespero, mas ele merecia se sentir assim. Ele já tinha se aproximado, com passos mais leves. Jungkook demostrava em seu rosto todo o mar revolto de emoções, e eu tive medo.

Jungkook tocou meus pescoço e direcionou seus olhos para ali, eu travei mais ainda. Um bolo de formava em minha garganta. E eu tive a visão perfeita do seu rosto. Jungkook era lindo, e eu o desejava. Era verdade, não tinha por que negar. Desejo, porém, não era a única coisa que sentia. Eu não me somente satisfazer meu desejo, queria está com ele. Queria dormir todos os anos com ele como nos meus sonhos.

— Você comenteu um crime.

— Por que não me extraditou? - Os lábios dele tinham veneno envolvendo cada uma das sílabas, mas eu ainda a beijaria, se isso o fizesse me perdoar. — Eu mereço ouvir, mesmo que doa bastante, não acha?

Sem palavras, me recostou na parede, a cabeça para trás, olhando para o teto, como se procurasse alguma coisa... O quê? Jungkook tinha que saber. Respostas. Como se alguém pudesse encontrá-las só de olhar para cima.

Jungkook, então, se virou, me fitou-o com ar triste, eu vi em seu rosto algo pelo qual não esperava. Desespero e paixão.

E foi então que percebi. Toda aquela raiva na voz dele, no corpo trêmulo, nada daquilo era direcionado a ódio por mim. Não inteiramente, pelo menos.

Jungkook apertou meu pescoço e comecei a ficar sufocado, não era uma pressão para me machucar, mas eu agarrei suas mãos em buscar de ar. Eu tinha que falar, precisava. Ele tinha que saber que mandei ele para cadeira para não sair de Seul e por um mínimo de resquícios de esperança de o ver novamente. Mas nada saia dos meus lábios, eu só buscava mais ar com o leve aperto de sua mão.

Ele me olhava, e eu precisava dizer tudo, mas não conseguia. Ele estava se inclinando seu rosto para o meu, olhando para meu lábios, até eu sentir seu nariz em minhas bochechas, e seu respirar o perfume de minha pele.

Unstable I  JINKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora