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Meus casos, quase sempre, envolvem o mesmo tipo de pessoas.

Infratores, pessoas violentas e prostituição, sendo a maioria vítima de preconceito.

População que maltratava os outros por serem de outro país, estrangeiros - xenofobia; ou até mesmo não se comportar como deveria, alguns só por que tinha tatuagens poderia ser alvo de preconceito na Coreia.

Meu trabalho é julga o certo. Colocar  agressores para pagar. Tirar prostitutas do mercado e punir quem alicia; além de mostrar que a sociedade não pode ser preconceituosa, todos somos um só perante a lei.

E por isso, estava com os casos de norte coreanos. Um processo moral.

Eu tinha que ser profissional, eu deveria ser profissional, o que foi bom no decorrer da primeira sessão do julgamento.

Eles estavam em pé diante do júri. Os 4, nortes coreanos. Jungkook ao seu lado, com a cabeça baixa.

Ele sabia, Jungkook sabia que poderia ser eu a julgar o caso, sabia na última vez que o transamos.

Como havia sido tão patético? Era isso que ele queria? Se relacionar comigo para receber uma pena menor?

Minha vontade era mandar ele levantar sua cabeça e olhar em meus olhos e o fazer confessar.

Dizer a verdade, me contar tudo, por pior que seja. E eu poderia até fazer o meu melhor para encobrir o seu pior.

Claro, meu trabalho é julgar psicopatas e vítimas. Quem é quem em frente a mim? Quem é o agressor ou a pessoa debilitada mentalmente.

Não é isso que deve ser feito pelos juízes? Distinguir demônios de anjos diante do tribunal? E aplicar uma sentença justa?

Era isso o que estava acontecendo. Jungkook era meu anjo ou meu demônio?

Quase nenhum deles estava ciente do inferno que se passava dentro da minha cabeça. Eu realmente teria que julga-lo.

Uma demonstração de fraqueza significaria meu fim, sem dúvida.

Tinha que ser frio.

Era horrível, porque ele estava ali. Bem na minha frente com aqueles olhos, aquela boca, aquele rosto de  merda que eu gostava tanto.

O silêncio era como um peso físico no tribunal. Seu olhar pairando em mim, mas eu o que o devolvia era como um aviso, frio e sólido como um pedaço de aço.

Eu arrastei minha atenção para ele; Ele sabia, e estava ciente do pavor tomou conta de cada centímetro da minha expressão.

Jungkook me conhecia bem, assim como eu o também conhecia, cada gesto do seu rosto. Eu já havia gravado cada expressão do mais novo.

Ele não parecia zangado comigo. Sua expressão era neutra, era como se uma camada de gelo estivesse sobre seu rosto. Eu gostaria que ele demonstrasse alguma expressão, mas ele estava ali, frio. Quieto demais.

E isso ainda era pior. Porque isso significava que tudo o que estava para acontecer era tão terrível, que ele não perderia tempo sentindo nada. Nem compaixão, nem pena.

Eu o estudei, sua expressão era imparcial. O que ele sentia?

Eu sentia raiva. Me se sentia enganado.

A raiva crescia em mim; cada segundo que ele me olhava, por quê? Porque eu odiava infratores. E teria que fazer um julgamento meticuloso, mas Jungkook não escaparia mesmo que tivéssemos uma história. Eu iria julgar como toda minha raiva e o faria pagar por ter me enganado.

Eu, Kim Seokjin. Juiz Kim, sem sombras de dúvidas, eles estavam ferrados. Eu era conhecido, por sempre estar cumprindo rigidamente as leis e aplicando a pena mais severa.

Unstable I  JINKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora