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O primeiro beijo
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Já era outono, e eu não gostava dessa estação, pois sempre era tão mórbida e fria, não apreciava o tempo gelado.
Estava sentado no sofá da minha pequena casa que Casspion me deu, após me mudar para o Vilarejo Vagalume e meu ferimento já ter melhorado. Demetri tentou me fazer ficar, mas o convenci de que seria bom para mim viver aqui.
Ouço batidas na minha porta, levanto-me do sofá e vou até a entrada. Ao abrir a porta, meu coração se aquece ao ver Heleno, com seus cabelos loiros como o sol e olhos azuis como o céu, o elemental do reino de Ell.
— O que faz aqui? — perguntei curioso o dando passagem para entrar para dentro da casa.
— Eu vim aqui te ver, soube que se mudou para cá já tem alguns meses — Heleno falava com um sorriso gigantesco.
— Soube que seu pai é um duque — digo indo até o meu sofá novamente me aconchegando nele.
— Então você andou pesquisando sobre mim, interessante! — Heleno falava se sentando ao meu lado no sofá, sem se importar com a minha longa cauda a colocando em seu colo.
— Não pesquisei, eu apenas escutei os rumores — disse e sinto o meu rosto esquentar.
— Imagino que não foram os melhores, mas sobre isso, eu... — Heleno começava a falar, mas sua voz morreu antes que pudesse terminar a frase.
— O que você disse? — perguntei o olhando fixamente.
— Vou para a casa de meu pai e isso não vai me permitir transitar entre os reinos com a mesma facilidade — Heleno dizia dando longo suspiro que por um instante achei que ele iria soltar bolas de fogo.
— Você fez o que achou certo, se eu tivesse uma família também voltaria para ela — digo levando minha mão até a sua bochecha e a acariciando.
— Você me esperaria? — Heleno questionou pressionando minha mão em seu rosto.
Não entendia muito bem aquelas palavras, esperar?
O que ele queria dizer, queria que eu esperasse quanto tempo?
— Esperar quanto tempo? — perguntei o fitando com os olhos.
— Um tempo, não sei dizer se pode ser dois ou seis meses... — em algum momento parei de escutar não conseguia saber o porquê sentia um gosto amargo em minha boca e um aperto em meu coração.
Heleno queria se afastar de mim, e isso me fez lembrar do passado, quando meus pais fizeram o mesmo...
— Vai me abandonar? — digo sentido minha garganta arranhar como se quisesse gritar com ele.
Heleno me olha com os olhos arregalados, e só então percebo que estou chorando. Sem hesitar, ele gentilmente limpa minhas lágrimas com a manga de sua blusa, demonstrando cuidado e compreensão.
— Não! Nunca! — Heleno falava de maneira desesperada me abraçando como se seu abraço fosse me proteger de tudo — Bjorn, eu só preciso de tempo para conseguir uma boa estabilidade com os meus poderes.
— Por que você quer que eu te espere? Não tenho nada memorável para lhe oferecer.— pergunto o olhando, não sabia o motivo de gostar de mim, não era bonito como um híbrido pássaro e não tinha nem um traço bom em minha personalidade.
— Foi no dia do antídoto, eu te vi pela primeira vez e te achei interessante, você é bonito e gosto de cada traço seu, desde seu cabelo ondulado até as suas escamas de seu corpo. — Heleno dizia quebrando cada vez mais o espaço entre nós — Gosto de você, Bjorn Snape.
— Eu, gosto de você também! — digo e logo sinto o meu rosto esquentar, não sabia que tipo de situação era aquela, mas ansiava sobre o que viria a seguir.
Heleno umedeceu os lábios com a ponta da língua, um gesto que eu achava extremamente atraente. Não entendia exatamente o motivo pelo qual ele fazia aquilo, mas, sinceramente, não me importava. Meus olhos estavam fixados em sua boca agora úmida, hipnotizado pela sua presença cativante.
— Posso te beijar? — Heleno me perguntou segurando meu rosto com as duas mãos me olhando de maneira séria.
Concordei com um leve aceno de cabeça, e então senti seus lábios pressionando os meus. Heleno buscava permissão com sua língua, e, com certo receio, abri espaço para ele. Nossas línguas se entrelaçaram, e inicialmente aquela sensação me pareceu estranha e até um pouco constrangedora. No entanto, pouco a pouco, fui me acostumando com a intimidade do momento, e as sensações se tornaram mais naturais e envolventes.
Ao nos separarmos, percebo o rosto corado de Heleno me encarando com uma certa expectativa, e logo ele me pergunta:
— O que achou?
— Foi meu primeiro beijo — digo e logo percebo um sorriso crescer em seu rosto.
— Fico muito feliz por saber disso — Heleno dizia me dando um abraça apertado enfiando sua cabeça ao meu pescoço.
— Você não vai mais fazer parte da Coruja da Meia-Noite ? — perguntei acariciando seu cabelo.
— Estou, mas é segredo — disse ele piscando.
— Ah, segredo... — ele tinha que ter me falado antes deu comentar com algumas pessoas.
— Pela sua cara não é mais, bem, não tem problema — Heleno dizia sorrindo fraco.
— Heleno, porque você não é um elfo? — perguntei curioso.
— Meu DNA foi mais compatível com do meu pai, ele é um elemental da elite — Heleno dizia com uma expressão triste em seu rosto.
— Seu pai me aceitaria na sua família? — perguntei o olhando.
— Você não precisa da aceitação de ninguém para fazer parte da minha família, Bjorn — Heleno dizia deixando um beijo em minha bochecha.
A partir deste dia, eu comecei a gostar do clima húmido do outono.
Um extra bem rapidinho, espero que gostem.
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O Cavaleiro Que Queria Se Salvar - Volume 1 | ⚣
FantasyApós perder a vida em um acidente, Rusone é transportado para um mundo de fantasia, cujo cenário é exatamente igual a um livro que ele leu tempos atrás. Sua alma imortal encontra uma maneira de voltar à vida, reencarnando no corpo de Demetri Queen...