Quando chego na sala me deparo com Archibald Andrews, sentado em meu sofá, olhando fixamente para a porta de entrada
- como entrou aqui? - pergunto um tanto frustada, e o vejo se assustar com o tom da minha voz
- Sempre tão carinhosa, Senhorita Abigail - cruza os braços me olhando - perdoe-me, mas a porta estava aberta
- Isso não é desculpa para invadir minha casa - me aproximo, fazendo um sinal para ele se levantar
- Você tem razão - Se levanta - mas eu não tive escolha, a senhorita esteve ignorando minhas cartas por semanas.
- Isso não é resposta o suficiente para o senhor? Eu não tenho interesse nenhum em vender meus bosques de bordo! - digo firme, de uma forma que mostre total certeza na minha voz
- Não tem como a senhorita controlar o futuro desses bosques sem um marido. - suspira - novamente me perdoe, Abigail, mas uma mulher não pode ter uma responsabilidade tão grande! A senhorita já está muito ocupada ensinando nossas meninas.
- Não o perdôo. Eu estive cuidando desses bosques muito bem, por anos - faço questão de reforçar a palavra ‘anos’ - já o disse uma vez, e direi de novo, não tenho interesse na sua oferta.
- Algum problema, Abigail? - observo Thomasina entrar na sala com um olhar confuso
- Nenhum, Topaz. O senhor Andrews já está de saída, não é mesmo? - olho para o homem a minha frente e o vejo concordar com a cabeça, se retirando da minha casa.
Suspiro aliviada.
Desde que meu irmão, James, foi para a guerra, Archiebald Andrews anda insistindo em ter pelo menos metade dos meus bosques de bordos, de acordo com ele “Uma mulher não precisa ter tanta responsabilidade”
Mas eu sei que o problema aqui é outro.- Quem é aquele? E o que ele queria aqui? - Thomasina pergunta, ainda confusa
- Archiebald Andrews, dono da maior empresa de construção de Riverdale. - Digo sem rodeio - Ele apenas estava aqui para uma negociação, nada demais - dou de ombros
- Ele é perigoso? - percebo preocupação na voz da mulher
- Não, pode ficar tranquila - passo a mão devagar em seu braço - homens como ele não me assustam.
A vejo me olhar com um sorriso de canto nos lábios.
- Bem, se não se incomoda, Thomasina, poderia me ajudar com as correspondências de hoje? - tento discretamente mudar de assunto, não estou a fim de falar do senhor Andrews.
- Claro, estou aqui para isso. - Thomasina diz, e eu a guio em direção ao escritório, onde estão todos os papéis, documentos, correspondências.
Era a primeira vez dela alí, percebo o quão encantada ela estava.
O escritório não é um cômodo muito grande, ainda na entrada já dava para perceber que do lado direito tem uma prateleira com pastas de documentos – tanto sobre a casa, a família Blossom, e sobre as minhas alunas – tem um sofá da cor vermelha, perto de uma janela, que no momento estava fechada. Olhando para a frente vemos a minha mesa e duas cadeiras a sua frente, uma pintura na parede, e um lustre de vidro no teto.
Entro na sala e sou permissão para Thomasina entrar também.
- As correspondências são essas em cima da mesa, vamos dividir em uma quantidade par para casa uma - falo me sento na minha poltrona, e vejo Thomasina concordar com a cabeça e se sentar em uma das cadeiras.
Eu estaria mentindo se dissesse que ligo para aquelas correspondência no momento, nada daquilo era importante para mim, não agora. Estava totalmente frustada por não receber nem sequer uma carta do meu irmão mais velho, eu estava preocupada,“por que ele não me escreveu mais?” essa pergunta anda martelando minha cabeça nas últimas semanas
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O Cometa Bailey - Thabigail
RomanceComo seria amar uma outra mulher em uma década que você poderia ser morta por isso? Abigail Blossom teve que lutar até o último instante para poder ter seu amor, Thomasina, ao seu lado, mas a história de ambas não acabou tão rápido assim, tudo graça...