Capítulo 5

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Maya chegou em casa e encontrou sua mãe picando algumas cebolas para preparar o jantar. Os olhos da ruiva estavam tão vermelhos quanto seus cabelos e Karin se assustou ao ver a filha naquele estado, não era muito comum ver Maya fragilizada e chorando.

-O que houve, minha filha? - Ela perguntou, largando tudo o que estava fazendo para abraçar a garota, com uma preocupação enorme tomando conta de seu ser.

-Mãe...eu... - Ela tentou começar a falar, mas as palavras fugiam e ela só conseguia chorar e chorar.

-Calma, meu amor, vamos nos sentar. - Karin a encaminhou para o sofá da sala de estar e tirou a mochila do ombro da ruiva. - O que aconteceu, filha?

Maya a olhava enquanto a tristeza inundava seus olhos. Ela não sabia por onde começar, nem sabia como falar tudo o que queria.

-Mãe, eu só quero que saiba que eu te amo, que sou a mesma pessoa. - Ela começou porque sentia que explodiria a qualquer momento. - Eu conheci uma pessoa na faculdade, uma pessoa que me fazia muito bem. Nos aproximamos e nos tornamos muito amigas, mas eu... - A ruiva dizia entre alguns soluços e as lágrimas não paravam de rolar pela sua face. Karin tinha os olhos presos em sua filha e eles demonstravam compaixão, ela segurou as duas mãos da ruiva e as apertou, encorajando-a a continuar. - Eu me apaixonei por ela, mãe.

As palavras saíram e a mulher fechou os olhos fortemente. Ela já esperava aquela informação há um bom tempo e de certa forma, temia que ela chegasse porque tinha muito medo do que as pessoas poderiam fazer com sua filha, mas era ela, sua filha, do jeito que sempre foi.

-Eu te amo, filha, te amo exatamente como você é. - Karin respondeu, puxando Maya para um abraço acolhedor.

-Obrigada, mãe, eu também te amo muito. - Ela devolveu enquanto chorava.

-Por isso está chorando tanto? Não precisava ficar nervosa, minha filha.

-Não, mãe, acontece que... a Elissa, a pessoa pela qual me apaixonei, ela... ela não consegue aceitar que outras pessoas saibam do nosso relacionamento, não sei o que se passa na cabeça dela, mas hoje umas meninas fizeram uma brincadeira sem graça e ela por impulso acabou beijando outro menino, sem se importar com meus sentimentos. Está doendo muito, mãe, nunca senti isso na minha vida.

A mulher começou a chorar junto com sua filha, que ainda era tão nova, tinha acabado de descobrir o amor de verdade e já estava experimentando a sua face mais dura. Karin a envolveu em outro abraço, esfregando suas mãos nas costas de sua filha e sussurrando palavras de conforto no ouvido da menina, era o que ela precisava naquele momento e não tinha mais o que fazer, Karin sabia que a dor passaria e naquele momento, Maya só precisava senti-la.

Ficaram juntas por um bom tempo até Karin ter coragem de deixar sua filha por alguns instantes para que ela tomasse um banho e vestisse uma roupa confortável. A mulher preparou uma comida rápida e insistiu que Maya comesse, não permitiria que a menina se afogasse nas lamentações e se descuidasse. Enquanto comiam, escolheram um filme para assistir na televisão da sala.

Maya tentou ao máximo não olhar o telefone, ela sabia que não devia falar com Elissa, mas a vontade de entrar em contato com a morena era enorme. Levantou-se do sofá avisando a sua mãe que voltaria em breve e foi até o quarto pegar o aparelho que ainda estava em sua mochila. Quando desbloqueou a tela do celular, desejou ter resistido à vontade porque a decepção ao ver que não tinha nenhuma mensagem de Elissa a deixou ainda pior.

Ela não tinha vontade de mais nada, então resolveu avisar a sua mãe que iria escovar os dentes para dormir. Pelo menos dessa forma, o tempo passaria e ela nem sentiria. Karin entendeu e concordou com a filha, pois sabia que uma boa noite de sono a ajudaria a se sentir melhor,

Se eu te ver de novo (Romance sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora