III - Impedimento de Campo

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No dia seguinte, Atlas estava de volta ao seu jeito mandão e um pouco distante. A raiva do dia anterior bem longe de ser vista. Era um mistério. Tristan nunca resistia a mistérios.

- Eu quero uma massagem de corpo inteiro. - Tristan disse a ele depois que terminou de fazer os exercícios sob a sua supervisão. - Fazem dias e estou dolorido.

Atlas assentiu e pegou o óleo de massagem de sua bolsa.

- Tire a roupa e fique de bruços.

Tristan tirou a camiseta e deslizou para fora de seu short e cueca. Nu, ele subiu na mesa de massagem. Era nova, assim como a cama nova no andar de cima. Assim como a variedade de alimentos "saudáveis" em sua geladeira. Era perturbador como Atlas conseguiu mudar tantas coisas em sua vida em tão pouco tempo. Atlas jogou uma toalha sobre os quadris de Tristan. Isso o surpreendeu.

A menos que solicitados, os fisioterapeutas da equipe não se preocupavam em preservar a modéstia dos jogadores de futebol - se é que isso existia. Era difícil se importar com nudez depois de jogos longos e brutais, quando seus corpos doíam muito. Atlas obviamente sabia que, como atleta profissional, Tristan estava acostumado a massagens, e não precisava cobrir Tristan para preservar o seu pudor inexistente. A sua nudez incomodava Atlas?

O pensamento o intrigou. Ele tinha quase certeza que Atlas era hétero e ia se casar, mas... Tristan fechou os olhos quando Atlas começou a massagear seu pescoço. Enquanto os fortes dedos oleosos dele massageavam os músculos rígidos, o pensamento de Tristan voltou para a toalha cobrindo sua bunda.

- Você me acha atraente?

As mãos pararam em suas omoplatas.

- Que tipo de pergunta é essa?

- Uma simples. - disse Tristan, sem abrir os olhos.

- Você sabe que é atraente. - Atlas disse com alguma irritação em sua voz. - E eu respondi a pergunta ontem.

- Não estou perguntando sobre sua opinião profissional objetiva. Você me acha atraente? Pergunto sobre sua subjetividade.

Um longo silêncio.

- Eu sou hétero. - Atlas disse respondeu. E antes que Tristan pudesse dizer algo, Atlas continuou, uma sugestão de sorriso em sua voz. - E eu tenho certeza que não te acharia atraente se eu fosse gay. Gays provavelmente não gostam de caras femininos.

- Feminino? - Tristan gaguejou, indignado. - Não há nada feminino em mim! Este corpo parece feminino pra você?

Atlas realmente teve a coragem de rir.

- Estou falando do seu rosto. Você é muito bonito para um homem. Homens não deveriam ter olhos e lábios assim.

- Oh, sim? Você parece ter pensado muito nisso.

Mas mais uma vez, Atlas não mordeu a isca, e sua voz estava calma quando respondeu:

- Você tem o tipo de rosto que chama a atenção, e meu trabalho é prestar atenção aos detalhes. Seu corpo é meu trabalho. Eu estudo, aprendo e depois melhoro. Nada mais nada menos.

Tristan franziu os lábios. As mãos de Atlas se moveram para a parte inferior das costas e começaram a amassar ali. Ele tinha acabado de se acostumar com as mãos de Atlas? Elas não pareciam mais tão ásperas. Ele as sentia bem. Forte, capaz, um pouco áspera. Estava simplesmente perfeito. Atlas tirou a toalha e colocou as mãos em suas nádegas. Tristan ficou tenso e abriu os olhos quando as mãos dele começaram a acariciar e amassar suas bochechas. Tristan olhou para a parede.

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