XI - Terceiro Tempo

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Ele não veio. Tristan olhou as sombras dançando na parede. A sensação de aperto no peito. Ele nunca foi bom em mentir para si mesmo. Sabia o que era esse sentimento e saber isso o deixou mortificado.

Tristan socou seu travesseiro algumas vezes. Ele apertou os olhos. Tinha um jogo no dia seguinte, o primeiro jogo em meses. Tinha que esquecer o tolo que fizera de si mesmo e dormir. Mas, assim como esperou aquele idiota, o sono não veio. Demorou muito tempo, mas, eventualmente, ele sucumbiu à exaustão emocional e adormeceu. Sonhou com os lábios de Atlas beijando seu pescoço. Aquela barba arranhando sua pele. Seus lábios gentis quase em reverência arrastando pelo pescoço dele até sua orelha e morderam suavemente.

- Você deveria me fazer devolver a maldita chave.

Os olhos de Tristan se abriram. Ele não estava sonhando. Podia sentir o hálito quente de Atlas no seu ouvido, o cheiro dele. Tremendo, Tristan virou de costas e tentou ver o rosto de Atlas na escuridão. Ele não podia. O silêncio caiu sobre o cômodo escuro, sua respiração irregular era o único som que podia ser ouvido, e Tristan estava literalmente tremendo. Ele queria estender a mão e tocar. Seriamente.

- Tristan... - Atlas soltou um suspiro um tanto trêmulo, deixando seu corpo cair em cima dele.

Tristan soltou um gemido suave. Sendo honesto, ele sentia falta disso tanto quanto do sexo: a sensação do corpo de Atlas, perfeito sobre ele, separando-o do resto do mundo e tornando difícil focar em qualquer coisa além dele. O peso era um pouco demais e era difícil respirar, e foi simplesmente perfeito. Antes que ele soubesse o que estava fazendo, Tristan tinha as pernas em volta de Atlas. Atlas deixou cair o rosto na curva do pescoço de Tristan. Respirou fundo.

- Você está nu! - ele grunhiu. - Por que você está nu, droga?

- Por que não? - Tristan sussurrou, fechando os olhos enquanto Atlas chupava seu pescoço.

- Não estou aqui pra isso. - disse Atlas, dando-lhe outro chupão.

Ignorando suas palavras, Tristan puxou a camisa de Atlas e passou as mãos pela costa larga.

- Quero você dentro de mim.

Atlas respirou irregularmente.

- Eu não estou aqui pra isso. - ele tentou novamente, soando ainda menos convincente. - Precisamos conversar.

Tristan não queria isso. Ele sabia o que Atlas ia dizer. Não precisava ouvir. Ele era só um pequeno segredo sujo, algo vergonhoso, para ter na escuridão antes de Atlas partir para os dias ensolarados com sua noiva. Ele estava aqui porque não podia se conter, e não porque queria estar. Se Atlas realmente quisesse estar aqui, ele resistiria em vir até o meio da noite. Tristan não tinha delírios. Ele era bom o suficiente para uma foda, mas não bom o suficiente para... qualquer outra coisa.

- Vamos... - ele murmurou, moendo um pouco os quadris e passando os dedos pelo cabelo de Atlas. - Eu sei que você quer. Você pode me ter. Mais uma vez.

Um rosnado saiu da garganta de Atlas e então ele o estava beijando e Tristan o beijava de volta, ambos gemendo, gananciosos e desesperados. Ele sentia falta disso, e sentia falta dele. Muito.

- Sua boca deveria ser proibida. - Atlas murmurou, chupando e mordiscando o lábio inferior de Tristan.

Tristan não disse nada; não podia. Sua mente parecia algodão, todos os seus sentidos focados na boca de Atlas. Tudo o que podia fazer era absorver os beijos e toques dele. E mal notou Atlas se despindo, mas ele definitivamente notou quando seus corpos nus se pressionaram juntos firmemente, pele com pele. Ele gemeu quando os lábios entreabertos de Atlas se arrastaram deliciosamente em seu peito, e se fecharam em seu mamilo e o chupou.

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