CAPITULO 11

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AGNES HANSON DONFORT

Sinto muito for sua mãe. - Marcell encostou ao meu lado no carro.

— Obrigada. - Me distrai passando meu sapato em uma pedra.

— Por que colocou ele em nosso rolo? - Indicou Phil que estava tirando dinheiro do caixa.

— Ficaria surpreendido com como são parecidos. - Dei de ombros.

— Isso não responde minha pergunta. - Me cutucou.

— Preciso saber se ele merece redenção.. - Confessei.

— Por que? - Pareceu confuso.

— Houve uma época em que morreria por ele.. - Me encolhi ao me lembrar. — Mesmo depois de anos.. me vejo batendo de frente com essa parte.

— Mas ele fez muitas coisas ruins. - Argumentou.

— Você também. - Olhei para ele. — E no entanto estamos aqui.

— Tem pessoas que não precisa manter por perto. - Respondeu. — Por que manteria ele?

Olhei para Phil que estava distraído com algo.

— Ele perdeu pessoas...

— E ele te fez perder pessoas também. - Retrucou. — Agnes, nem tudo se resume a um passado triste. Se eu justificar cada atrocidade que fiz por conta do meu passado, então, vou seguir em paz. Mas caindo na realidade e ela é dura, existem meios injustificáveis. Não importa quem ele é agora, não muda toda a dor e estrago que causou.

— Você quer redenção. - Lembrei sobre o que ele disse.

— Quero. - Confirmou. — Mas sou o primeiro a reconhecer que não mereço.

— Por que? - Olhei para ele. — Se não acredita e ainda assim quer...

— Gosto de acreditar que ainda existe tempo. - Murmurou pensativo. — Mas se não existir... tentei.

— Me escolheu para tentar descobrir. - Ri sem emoção.

— Vi até onde você chegou por amor. - Marcell se espreguiçou. — É o tipo de amor que gostaria de ter tido. - Confessou baixo.

— Me destruiu. - Lembrei.

— Destruiu mesmo? - Tombou a cabeça de lado.

— Acho que...

— Podemos ir. - Phil se aproximou.

— Não posso ir com vocês. - Falei.

— Vai me deixar com essa lombriga? - Marcell fez uma careta com aquilo.

— Como é? - Phil mostrou-se ofendido.

— Divirtam-se. - Ri.

Fui até o aurora encontrar com Alan, não falava com ele a um pequeno tempo. Ele esteve ao meu lado na morte de minha mãe, mas estava cega demais para sequer reparar.

— Posso entrar? - Enfiei a cabeça no escritório.

— Por favor. - Apontou para a cadeira livre.

— Como estão as coisas? - Iniciei uma conversa amistosa.

— Melhorando. - Bocejou. — Quero falar com você sobre algo. - Começou apreensivo.

— Estou ouvindo. - Incentivei.

— Quero construir uma colônia de férias mas minas... - Pausou parecendo nervoso. — Preciso de sócios, como sabe.. estou quebrado financeiramente e não posso bancar tal coisa. - Pausou de novo. — O nome que escolhi é Michael Resort.

Duskwood: Verdades ocultas.  Livro 2  (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora