SEVEN ❦
❛ Você não precisa me salvar,
mas você fugiria comigo?
... Sim. ❜2010, depois da guerra.
NATE KEARNEY SENTOU NA POLTRONA amarelada, em sua frente um garoto de cabelos azuis como o céu segurava seu irmão mais jovem em seu colo, Ted Arcturus Kearney tinha doze anos de idade e lutava para manter o irmão de seis anos, Lucky John Kearney, parado.
— Luck — Nate repreendeu o garoto que finalmente parou de se debater ao ver o pai abrir o livro que segurava. — Preste atenção agora.
Os garotos olhavam curiosos, gostavam das histórias contadas por seu pai, cresceram as ouvindo mas nunca enjoaram, seu pai sempre parecia fazer algo para deixar cada história inovadora toda vez que eram lidas.
— Qual é a história, pai? — Ted perguntou cobrindo-se com uma manta fina, afinal eles já estavam aquecidos o suficiente por estarem em um sofá próximo da lareira.
— Eu vou contar — Nate abriu o livro que na verdade não passava de um dos seus diários velhos, mas as crianças costumavam levar mais a sério quando tinha um livro envolvido. — A história de como eu conheci sua mãe.
julho de 1995
Quando Poppy Black fugiu da França na calada da noite, porque sonhou que Harry Potter estava em perigo, Nate sabia. E depois todos também, souberam quando tudo o que ela disse que aconteceria aconteceu. Para Dumbledore, deixar Poppy e Harry separados seria uma perda.
Mas para Nate e Faith, deixá-los juntos era um risco.
De qualquer forma, naquela manhã Poppy Black saiu de casa, e ao entardecer a notícia de um ataque de dementadores ao Potter chegou, e de repente todos da antiga ordem, e alguns novos integrantes se reuniram no Largo Grimmauld, número 12, e com o passar dos dias tentavam resolver o que fazer com o perigo de tirar Harry e Poppy da casa dos tios do garoto.
Quando Nate Kearney pensou em questionar, por quê eles não podiam buscar somente a Black logo de uma vez enquanto os outros pensavam em como salvar o Potter, ele se distraiu com a entrada de uma mulher de cabelos curtos e em um tom de rosa muito parecido com um de seus chicletes favoritos.
Ela entrou na sala com um enorme sorriso, cumprimentou todo mundo e então sentou na cadeira ao lado do Kearney.
— E então, o que decidiram até agora? — Ela perguntou e todos começaram a falar sobre suas ideias, e ela sempre apontava o furo nelas.
Com o passar dos dias, a mulher pareceu notar sua presença também, o que fez com que Nate parasse de encará-la e passar a se sentir observado. Quando falava, sentia que alguém realmente estava ouvindo suas ideias, quando estava em silêncio ouvia as ideias dela, a achando genial e sentindo-se idiota por ainda não saber o nome dela.
Até que a noite de busca chegou, e a mulher sentou-se sozinha para escrever o falso convite para os Dursley, e Nate Kearney se aproximou sentando ao lado dela.
— Olá. — Ela sorriu tirando os olhos do papel e olhando para o loiro.
— Oi. — Nate respondeu coçando a nuca. — Posso perguntar uma coisa?
— Claro. — Ela prendeu os curtos cabelos cor-de-rosa atrás de suas orelhas.
— Qual é o seu nome? — Ele perguntou visivelmente envergonhado pelas bochechas vermelhas.
— Tonks. — Ela respondeu rindo baixinho. — Só Tonks.
Nate Kearney balançou a cabeça em entendimento.
— Você é muito bonita, Tonks, só, Tonks.
⋆·˚༘🔮
Tonks e Nate se apaixonaram quando nenhum dos dois estava esperando e talvez, fosse exatamente isso que trouxe o mais puro amor para cada um deles. Diferente de como fez com Olivia, o homem de cabelos dourados conversava com a bruxa sobre coisas que estava sentindo, e ela também fazia isso.
Estavam em meio a uma guerra, não era lugar para se apaixonar, mas aconteceu, e eles eram gratos por como aconteceu. Foi Tonks quem tomou a atitude do primeiro beijo, mas foi Nate quem disse que a amava pela primeira vez, e chorou de verdade depois de fazer, porque era verdade, ele a amava, e não se preocupava mais com o fantasma de Mary Rose.
Nate sentia-se extremamente mal por não ter conseguido fazer Olivia feliz, por não ter conseguido ser feliz com ela como deveria ser, mas ao mesmo tempo agradecia por ter conseguido encontrar Tonks, e se esforçava para não perdê-la.
Ele entendeu no fim que sua vida, assim como a da maioria das pessoas que já se apaixonou pelo menos uma vez, não saiu como ele tinha planejado. E agora, ele não se preocupava mais com isso, porque gostava de como o descontrole o fazia sentir.
Nate Kearney viveu com Tonks os melhores momentos de sua vida, eles se casaram em meio a uma guerra, uma guerra que eles venceram, e um ano depois tiveram seu primeiro filho, ele era exatamente igual sua mãe, mas a personalidade era muito parecida com a de um antigo amigo de Nate.
Um amigo que ele perdeu a muito tempo.
Nate Kearney perdeu muitas coisas durante sua vida, e não existia um momento de sua vida em que ele não pensava sobre as pessoas que ele conheceu e teve que deixar. Levaram anos mas o Kearney entendeu que não existe uma maneira correta de lidar com suas perdas, você não pode controlar quem e quando vai perder alguém, mas pode controlar como vai seguir sua vida depois disso.
Porque é somente isso que podemos fazer quando alguém nos deixa, seguirmos nossa vida, não existe feitiço ou magia que traga de volta quem amamos, principalmente de volta a vida. O que resta é, para os vivos, as memórias de cada pessoa que já conheceram e perderam.
Nate era grato por suas memórias, porque se houvesse uma competição, ele sabe que venceria, porque já viveu mil vidas, conheceu milhares de pessoas de formas completamente diferentes, e lembraria delas para sempre.
Lembraria de Regulus, com sua pose perfeita, com seus conselhos incríveis e seu enorme coração que ele insistia em esconder.
Lembraria de Wendy, de seus sorrisos e de seus olhos aventureiros e sonhadores, lembraria do bom humor que nunca a abandonava, não importava o quão ruim a situação era.
Lembraria de Olivia, porque a de certa forma também a perdeu, e aqueles olhos verdes nunca mais brilharam da mesma forma ao vê-lo.
Mas acima de tudo, ele sempre lembraria de Mary Rose, seus cabelos selvagens, seu comportamento completamente contraditório e sua alma que era e sempre será livre. E ele a amaria para sempre por isso, mas agora entendia que não precisava parar de viver sua vida para poder amá-la.
Porque Mary Rose era uma garota de espírito livre, e ensinou Nate Kearney a ser assim também.
FIM
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✓𝗦𝗢𝗨𝗥 𝗞𝗘𝗔𝗥𝗡𝗘𝗬 · hp universe
Fiksi Penggemar𝗦𝗢𝗨𝗥 𝗞𝗘𝗔𝗥𝗡𝗘𝗬 ❛We were something, don't you think so? Rosé flowing with your chosen family and it would've been sweet If it could'...