Cap 12

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Voltei amores! :D

Bom capítulo :D

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POV Sarah

O sabor do primeiro gole é renovador. Bebi depressa desejando que sentisse os efeitos mais rapidamente. Arthur havia saído para mais um turno de trabalho noturno e eu teria a noite toda para organizar meus pensamentos.

Bebi a primeira taça antes de poder apreciar o sabor. Era isso que me restava, fugir da minha realidade pra esquecer nem que fosse por um momento da situação que eu me encontrava. A minha mente trabalhava incansavelmente em busca de uma solução pros meus problemas.

Jamais escondi meus vícios. Aprendi com meu pai como descontar os problemas em uma bela garrafa de conteúdo destilado. Foi com minha mãe, que compreendi que nem sempre a vida é justa ou digna. Fui criada sob um conceito falho de que encontrar um homem e formar uma família seria o segredo para a felicidade.

Afinal, o que é ser feliz?

É um sentimento ou uma distração?

Ao certo, jamais terei a resposta exata para esse dilema. As poucas doses desse sentimento que pude experimentar, confesso, pude provar nesses últimos dias tumultuosos ao lado de minha aluna e funcionária Juliette Freire.

Nem eu sei bem ao certo o que tem acontecido dentro de mim. Juliette trouxe pra minha vida muitas descobertas a meu respeito. Até onde eu me lembre, nunca senti atração por mulheres. Se me falassem há alguns meses atrás, eu negaria que um dia eu estaria me deliciando no corpo de outra mulher.

Foi estranho pra mim no primeiro momento identificar o que eu senti ao pousar meus olhos em Juliette pela primeira vez. Minha primeira reação foi afastá-la. O desconhecido me assusta um pouco. Com o passar do tempo e da convivência me rendi ao seu jeito de falar, a sua pele, seu corpo, seus olhos, a forma como me olhava e ficava desconcertada perto de mim e comecei a ficar levemente interessada e curiosa. Nossa aproximação foi acontecendo naturalmente.

Não planejamos nada do que aconteceu, não tivemos intenção de magoar as pessoas a nossa volta. Assim como aconteceu comigo aconteceu com ela. Um desejo incontrolável tomou conta das nossas ações e agora estamos presas, reféns das nossas ações.

Como caí em tentação? Como permiti ir tão longe com ela?

Da minha parte, carência talvez? O fato de não amar mais o Arthur, se é que um dia o amei... A minha covardia em não ter uma conversa franca com ele. O interesse pelo novo, descobrir novas formas de prazer.

Não me isento da responsabilidade dos meus atos. Não tenho arrependimentos do que fiz com Juliette. Amei cada segundo do que vivi com ela, cada toque, cada beijo, cada suspiro. Fazia tempo que não me sentia desejada, saciada, completa. Juliette era muito boa no que fazia. Me senti intimidada de talvez não corresponder a ela depois de tudo que ela fez pra mim com tanto talento e conhecimento de causa, mas me surpreendi comigo mesma. Foi tudo tão natural em mim, como se eu já soubesse exatamente o que eu tinha que fazer. Um talento nato, adormecido, aguardando o momento certo de se revelar.

Como seguir minha rotina sem graça sem aquele sorriso?

Não há como voltar atrás. Eu nem sei se quero voltar. Meus sentimentos não fazem mais sentido. Algumas vezes me castigo por minhas emoções erradas. Seria amor? E se for amor o que há de errado em amar?

Minha paixão por Juliette é a única coisa capaz de iluminar a escuridão da minha alma perdida. Minha aluna evidencia minha necessidade por algo a mais, me traz de volta a vontade de viver e não apenas sobreviver, de acreditar que é possível sim encontrar essa tal felicidade que não tem nada a ver com o conceito que meus pais erradamente tentaram um dia me ensinar.

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