Cap 18

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Eu sei que eu demorei... eu sei que vcs estão bravas, eu sei que vcs não gostaram de mtas coisas e caso ainda tenha alguem por aqui... veio ai

xero 


POV Sarah


Me sinto presa sem correntes. Afogada em lembranças. Mesmo no quarto vazio, as lembranças dos nossos momentos estão lá. Seu perfume continua em meus casacos preferidos, o eco do som da sua voz, seus olhos... São memórias vivas.

Não sei onde está, não sei se um dia iremos nos reencontrar. O que sei é que você partiu, e levou junto o meu coração. Tentar te arrancar do meu peito é como tirar um pedaço meu. O que posso fazer se você está aqui, enraizada dentro em mim?

Por mais que eu tenha a consciência do quanto eu te machuquei, me dói saber que você me abandonou sem se preocupar, sem olhar pra trás... Queria mais um tempo com você, nem que fosse um minuto para ter seu sorriso de volta.

Eu deveria ter lutado mais. Eu deveria ter escutado, falado, me esforçado. Eu sei dos meus erros, eu sei que falhei com você. Agora o que me resta é recolher os pedaços do que sobrou do meu coração e arrumar a bagunça que sua ausência deixou em mim.

Faz um mês que você partiu... um mês que se aventura no colo de outra pessoa. Um mês que se abriga no calor de outra mulher. E a culpa é totalmente minha.

Meu amor por Juliette mudou tudo que um dia eu achei que sabia a meu respeito, sem ela não resta nada. Não há ciência que explique a atração que existe entre nós.

Por que eu simplesmente não podia me apaixonar pelo Arthur novamente? Seria tudo tão mais fácil, ainda mais agora na minha situação.

Por que me apaixonei por uma mulher? Uma menina. Por que não somos capazes de escolher a quem amar?

Em meio a toda essa escuridão, há uma fresta de luz. Ainda não o vejo, mas posso sentir. Um pequeno ser indefeso reside em mim. Um pequeno milagre, inesperado, inocente de qualquer culpa, concebido sem a intenção. – Estou grávida!

Céus! É a primeira vez que falo isso em voz alta. Não era o que eu desejava nesse momento, mas não há mais como voltar atrás. – Serei para você o que nunca foram para mim. Te amarei com toda força, independente das escolhas que eu fizer. Está tudo conturbado agora, mas confie em mim, vai ficar tudo bem.

As mudanças precisaram ser imediatas. Foi difícil abandonar certos vícios. O álcool foi o primeiro corte da minha lista.

As primeiras semanas foram repletas de enjoo e confusão. No primeiro momento tive muito medo, dúvidas. O que eu faria, como ia ser a minha vida com um bebê? Me senti sozinha, mas ao mesmo tempo me senti forte. Essa criança seria meu motivo pra não desistir e lutar, se não por mim, agora seria por ela.

Foi aquela noite de solidão e carência. Repleta de erros e arrependimentos. Em um momento de fragilidade, um descuido. Não me eximo de nenhuma culpa, tenho consciência do que fiz. Repassei a cena na minha cabeça.

Preparativos da festa de formatura. Eu já havia bebido aquela noite. Gil se aproximou de mim com a intenção de me provocar ciúmes, me falou de Juliette e sua amiga da moto, disse que estava feliz por eu ter me afastado e deixado o caminho livre pra elas, que já estavam até dormindo juntas. Eu fiquei fora de mim. Estava triste, com raiva, cansada, carente. Decidi extravasar minha raiva usando o Arthur, outra vítima da maldade do Gil. Transei com o Arthur, sem proteção assumindo os riscos. Para toda ação há uma reação. E a minha cresce devagar dentro de mim.

Uma transa de uma noite. A qual me arrependi minutos depois do que havia me permitido. Deixei Arthur ainda dormindo e nunca mais voltamos a falar no assunto. Ele até tentou algum tipo de aproximação, mas eu cortei toda e qualquer esperança que ele pudesse alimentar e nunca mais voltamos a nos tocar. Não me renderia a um falso amor. Não novamente.

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