01.

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Carol Gattaz on:
- Pode entrar a próxima - falei e ouvi um som de batida na porta, seguida por uma moça entrando - Olá, bom dia!

Não parecia, eu estava pirando. Como pode? Pleno século 21, as pessoas entregam currículos com diversas qualificações, mas na hora, ninguém parece competente o suficiente. A moça que entrou, já sentou com um ar de derrota, tremia, creio eu, que se aumentasse o tom de voz, ela sairia correndo na mesma hora. Deveria tentar? Deixa para a próxima.

- Então, porque você gostaria de trabalhar aqui na Gattaz Entrerprise? - Falei enquanto batucava na mesa com a caneta aguardando uma resposta.

- Porque eu... é... gosto dessa área - ela disse não convicta do que estava falando.

- Resposta errada, pode se retirar, por favor

- Mas a senhora só fez uma pergunta! - disse ela com os lábios trêmulos.

- Se eu não fosse qualificada o bastante para reconhecer uma boa candidade desde a primeira pergunta, não faria nem sentido eu estar aqui. Se puder me dar licença, tenho outras pessoas para avaliar - respondi seca e ela se retirou da sala - Senhorita, Daroit?

- Oi, senhora Gattaz, posso mandar entrar a última candidata? - ela perguntou e eu confirmei.

Após Priscila sair, escutei mais uma batida na porta, já estava de saco cheio deste gesto, não aguentava mais o som do atrito das mãos de quem estaria vindo e o material maciço da porta. Após a batida, uma moça entrou, ela era alta, cabelos relativamente longos e demonstrava muita serenidade ao pisar ali, se vestia elegantemente e me olhou nos olhos desde que chegou no ambiente.

- Bom dia... - falei dando espaço para ela completar.

- Rosamaria Montibeller, é um prazer te conhecer, Caroline Gattaz - ela disse firme e me encarando.

- Bom, pude ver que seu currículo é impecável, ótimas cartas de recomendação do seu outro emprego, você fala quantas línguas?

- Português, italiano e inglês - ela disse mais uma vez monstrando firmeza.

- E por qual motivo você saiu da outra empresa e chegou até aqui?

- Porque quando algo não preenche mais a alma, significa que devemos deixar espaço para quem realmente irá nos trazer esse sentimento de volta. Eu gosto de me sentir pertencente, gosto de contribuir o máximo que eu puder numa empresa, não adianta ter um currículo impecável, se esses pontos principais não estão dentro de você.

- Interessante, senhorita Montibeller - falei - obrigada,  poderia deixar o seu contato com a senhorita que lhe atendeu?

- Posso sim, espero poder dizer um "Até a próxima"

- Não se sinta muito confiante, Senhorita Montibeller

- Confiança é o que não falta em mim, Senhora Gattaz - ela disse e se retirou da sala.

Rosamaria On:

Sempre me alertaram sobre a temida 'Caroline Gattaz, dona da Gattaz Enterprise', eu nunca havia visto a mesma, sempre que via, era nos sites de fofoca ou em jornais, a mídia caia matando em cima dela. Uma mulher misteriosa e inacessível, os deixavam loucos. Ela era uma icognita para todos, ninguém sabia quase nada sobre ela, mesmo que todos os dias fosse alvo de jornalistas incovenientes, Gattaz nunca deixava nenhuma pista sobre quem era além do esteriótipo de CEO.

- Quer um lenço? Água? Café? Chá? - uma moça loira me abordou com uma feição de preocupação - você não está chorando?

- Porque eu estaria? - respondi sem entender sua pergunta.

- Meu Deus, é um milagre! Você foi a primeira canditada que eu não precisei dar uma palavra de conforto. Qual o seu segredo? Como você sobreviveu a fera?

- Nossa, ela é tão ruim assim? - falei me questionando.

- Quem é tão ruim assim? - uma voz veio de trás e eu logo me toquei de quem era.

- Ninguém, senhora Gattaz - disse Priscila, nome que vi no crachá se justificando.

- A senhorita Montibeller já deu o número dela a senhora Daroit? - ela disse e eu neguei - então a conversa estava tão boa que acabou se esquecendo da motivação que a trouxe aqui, Montibeller?

- Não, senhora Gattaz, na verdade, não sei se é de conhecimento seu, mas para um trabalho em equipe acontecer, é necessário comunicação de ambas as partes, até porque, mandar todo mundo sabe, não é mesmo? - falei e até agora não sei da onde tirei coragem de dizer isso.

- Entregue logo o seu número e se retire da empresa, com certeza senhora Daroit tem trabalho para fazer.

Ela saiu pisando fundo e voltando para a sua caverna, mais conhecida como escritório, Priscila Logo pegou uma agenda e anotou meu número, me despedi dela e fui para casa.

Autora On:
Oi, gente, tudo bem? Estava divagando e acabei criando essa história, comentem para eu saber se vocês gostaram, já que eu acabei fugindo do mundinho do SFV. Caso gostem, irei continuar escrevendo. E por favor, além de comentar, votem também, isso me ajuda muito! 🤍

Her eyes - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora