CAP 5

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Lutamos e choramos para nascer, lutamos e choramos para viver e quando morrermos iremos só chorar sem lutar

Livro I "Sentimentos Que Se Rompem Na Ponta De Uma Espada " Capítulo 5: "A Dor Oculta Que Te Persegue"

A primeira a sair do transe é surpreendentemente a deusa da literatura que imediatamente mandou um comunicado de urgência para a toda a capital celestial, acionou o alerta de calamidade eminente, depois disso ela pediu que todos os deuses no salão saíssem menos os deuses marciais mais fortes.

—Saiam todos daqui agora e levem o marido de sua alteza daqui, ele só está piorando a situação, deem um sedativo para ele...Vão!— ela olha para o imperador e vê como ele está em uma posição inclinada com as mãos no rosto os cabelos negros cobrindo a face dele como uma cortina enquanto ondas de poder saem dele. O silêncio mórbido que não dá sinal de que o imperador nem respirando está, a constatação faz a deusa entrar em pânico, ela não pode ver mas ela sabe, ela sabe que a máscara nem chorando e nem sorrindo está quase completa no rosto de Xie Lian e ela sabe que precisa impedir isso.

O olhar dela sai do imperador para os deuses e ela vê que poucos se moveram então ela já nervosa e em pânico perde a postura.

—Vocês querem morrer!? Saiam daqui rápido— os deuses se assustam com o grito e saem as pressas ficando só os deuses marciais mais fortes (Mu Qing, Feng Xin, Shi Wudu, Pei Ming, Shi Qingxuan).

A deusa respira um pouco e passa para a segunda etapa da contenção que é chamar o antigo imperador e o Sacerdote. Porém, alguns momentos depois não é mais necessário, pois os dois imortais entram apressados pelas grandes portas do salão celestial.

Ela vendo aquilo solta o ar dos pulmões que ela nem sabia que estava prendendo. O sacerdote de olhos roxos e o homem alto ao lado dele com olhos de obsidianas deixam seus olhares caírem para o imperador que ainda está na mesma posição, porém dessa vez algo que arrepia todos no recinto acontece, a risada, uma risada tão fria e estridente cheia de uma maldade gotejante que faz a temperatura do ambiente cair muitos graus.

Todos podem sentir. Todos podem lembrar, da época em que ouviram aquela risada pela última vez, a risada que assola os sonhos de muitos deuses e principalmente os sonhos de um certo ex-imperador que naquele momento só conseguia pensar em sair dali, porém não podia, seu filho estava sendo possuído por aquele demônio. Ele não podia permitir que aquela entidade os assombrassem novamente.

Com uma coragem que ele acumulou dentro de si ele olha para seu marido e o outro entende a mensagem:

"Veja como Hua Cheng está, e não volte aqui"

Com um aceno o ex-imperador puxa sua espada e parte para cima do seu filho que no momento não era o menino tão doce e gentil que ele sempre fora. Os deuses que viram a ação de Jun wun, partiram para cima do alfa enlouquecido  travando ali uma batalha que não possuía término.

O sacerdote com a deusa da literatura saíram do Palácio e foram em direção ao Palácio sudoeste onde um ômega desacordado e instável está.

Enquanto uma luta enlouquecida e desigual acontecia, no Palácio sudoeste uma pessoa delirava em seu sono induzido, uma leve camada de suor cobria sua testa e alguma palavras desconexas saiam dos seus lábios, era uma visão lamentável para quem conhecia o ômega sarcástico e duro, que possuía um olhar desdenhoso para todos aqueles que não eram sua família.

Ver aquele figura forte neste estado causava um tipo de humor sombrio em todas as servas que naquele momento se apressavam de um lado para o outro, trazendo lenços molhados para abaixar a temperatura daquele ômega que outrora tão inabalável, porém que agora parecia tão frágil.

A deusa da literatura, que agora está em sua forma masculina por ser um estado mais forte, chega acompanhado pelo sacerdote que ao ver o ômega se aproxima rapidamente parando ao lado de seu até então genro.

Do lado da cama ele verifica sua febre e suas veias espirituais, fazendo uma varredura completa no corpo do homem. Parando na parte inferior do corpo onde sua neta está acomodada, ele faz uma checagem bem detalhada, logo que termina ele solta um suspiro longo de alívio e pede para as empregadas que estavam apreensivas no local se retirarem tranquilas que ele cuidaria do resto.

—E então como ele está?— a voz do Deus(a) da literatura alcança os ouvidos do sacerdote e ele responde:

—Está tudo bem não chegou a ser outro desvio de energia, ele vai se recuperar, foi só um colapso emocional... . Aparentemente ele estava segurando as emoções h  á um bom tempo e com a m- notícia ele teve um colapso. Como sempre um ômega tão orgulhoso— diz isso em um bufo e um leve tom de zombaria, enquanto passa um pano gelado na testa do homem adormecido.

—A criança está bem?— o deus(a) pergunta. Um silêncio incômodo e ansioso se instala trazendo um gosto amargo a boca do deus da literatura.
—Por favor me diga que essa criança está bem sacerdote… eles não podem… não novamente— o sacerdote olha para o Deus com um olhar vazio. Desvia o olhar e responde: 

—A criança está bem..., porém há algo lá que pode não ser muito bom— diz em um tom muito abaixo do normal, Ling Wen fica esperando a continuação e então ela chega.

—Você sabe que os gêmeos possuem tanto energia escura quanto energia celestial, o mais velho tem o equilíbrio perfeito para ser considerado um demônio celestial já o... o p-pirralho nasceu quase que totalmente de escuridão, essa energia os permite sobreviver ao nascimento sem muitos problemas— a voz do sacerdote falha ao lembrar do garoto brilhante que era seu neto.

Ele suspira enquanto continua secando a testa febril do ômega. Diante do olhar avaliador e preocupado do Deus(a) da literatura que logo muda com a próxima informação que escuta

—Essa criança que ele carrega é inteiramente feita de energia celestial, não existe um único traço de escuridão nela— o rosto do Deus da literatura escurece, ele já viu muitas coisas, já passou por muito, porém nada o preparou para ouvir algo tão absurdo quanto aquilo.

—É impossível! Você está errado, isso não pode ser— o Deus começa a repassar tudo o que já viu e leu em sua vida procurando informações ou qualquer coisa que diga que aquilo seja possível e seguro, enquanto isso o sacerdote continua o seu trabalho de cuidar do ômega como se ele não tivesse acabado de basicamente decretar a morte ou a vida da primeira criança gerada que já irá nascer como um Deus(a) marcial

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