CAP 8

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Caminhe, ande ou corra não olhe para trás nunca, se você olhar voltará a ser como antes

Livro I "Sentimentos Que Se Rompem Na Ponta De Uma Espada"
Capítulo 8: "Ria E Chore Por Clemência"

Hua Cheng se move em passos firmes pela capital celestial, o ato de andar se torna algo irritante para ele. Enquanto caminha ele percebe que existem poucos deuses pelas ruas, os únicos que ele pode avistar são os encarregados de Ling Wen que andam freneticamente pela capital com papéis em mãos. Quando percebem que Hua Cheng está ali eles se afastam automaticamente e fazem muitas expressões que o fantasma não se dá o trabalho de descobrir, ele só quer chegar ao Palácio principal o mais rápido possível, ele só quer ver o seu deus, ele quer ter certeza que ele não sumiu também. Ele precisa vê-lo. Ele esta ansiando pelo toque e pelo conforto que só seu marido pode dar. Cada passo que ele dá e como um Palácio sendo construído acima de seu coração, no entanto, ele se recusa a demonstrar.

Hua Cheng pode ouvir murmúrios enquanto ele passa e novamente ignora, quando ele se aproxima dos grandes portões de mármore o som familiar de espadas se chocando alcança seus ouvidos, ele para em frente as grandes portas e suspira em alívio, logo a sensação e interrompida pela preocupação ao escutar um ganido desconhecido de dor, temendo que o som tenha vindo de Xie Lian ele logo empurra as portas do salão se deparando com a imagem que faz seu humor mudar bruscamente.

Xie Lian estava com suas roupas brancas manchadas de sangue nas pontas inferiores, já o manto que cobria seus braços estavam ensopados de sangue ao ponto de formarem gotas que caiam no chão formando uma pequena poça. No rosto do homem se encontrava aquela máscara horrenda que naquele momento o lado sorridente estava manchado com respingos de sangue, que era uma coisa que tornava o cenário ainda mais assustador.
Hua Cheng olha ao redor da sala procurando o dono do ganido e não demora muito até ele encontrar Pei Ming ajoelhado no chão com uma mão sobre a boca e um grande rastro de sangue escapando pelos seus dedos, o fantasma logo percebe que não é o único lugar que está sangrando, há um lugar acima do quadril do Deus do amor, que também que está escorrendo uma quantidade alarmante do líquido vermelho, analisando melhor a situação ele pode ver Jun Wun deitado no chão com sua própria espada cravada em seu peito, olhando atentamente ele pode perceber que o deus caído está acordado, no entanto não pode se mover, ele não pode terminar de analisar toda a situação porque pode perceber olhos afiados fixos nele como se ele fosse uma misera presa e o outro um caçador experiente, Hua Cheng encara de volta o rosto coberto e imediatamente uma atmosfera tensa se instala.

Shi Wudu e seu irmão se juntam para dar assistência à Pei Ming enquanto Feng Xin e Mu Qing continuam observando atentamente a troca de olhares entre o fantasma e o imperador mascarado. Eles então aguardam o surgimento de uma brecha na defesa do homem de branco para poderem partir aquela máscara ao meio e libertar Xie Lian daquela entidade grotesca.
Hua Cheng da passos leves para frente tudo sobre o olhar atento do mascarado, o fantasma pode sentir os olhos queimando em cada movimento que ele realiza, um passo para a esquerda, e como uma dança, ou melhor, como o bater de asas de uma borboleta, leve, sutil e extremamente veloz, sem menos esperar ele ataca com sua cimitarra a lateral da face do mascarado. O ataque passa raspando na máscara criando ali uma rachadura, contudo o deus ainda consegue desviar no último momento. Sem parar os movimentos Hua Cheng continua a aplicar golpes precisos que para as pessoas de fora pareciam mais com uma dança do que uma luta.

O homem possuído desvia novamente de um novo golpe e dessa vez resolve aplicar um contra-ataque, ele roda a espada em seu dedo e vira o cabo dela em direção às pernas do fantasma na intenção de causar um desequilíbrio, no entanto, uma flecha de energia bate em suas mãos fazendo sua espada rolar alguns metros, o homem não tem muito tempo de reação até que um novo golpe atinge suas costelas e ele identifica imediatamente a ponta de um sabre batendo na lateral das suas costelas depois desse golpe a entidade pode sentir suas mãos sendo presas e então uma mão se move para o seu rosto na intenção de retirar a máscara, no entanto, nada acontece até que uma risada arrepiante corta o ambiente.

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