Vendida ao Mafioso 💰

138 9 8
                                    

  Minha vida nunca foi um mar de rosas, muito pelo contrário, moro em um morro desde que nasci, aqui também tem pessoas dignas que trabalham e arranjam um jeito de sobreviver sem roubar, ou colocar a culpa de sua miséria nos governantes, tanto que...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


  Minha vida nunca foi um mar de rosas, muito pelo contrário, moro em um morro desde que nasci, aqui também tem pessoas dignas que trabalham e arranjam um jeito de sobreviver sem roubar, ou colocar a culpa de sua miséria nos governantes, tanto que a filha da dona Tereza que também foi criada nesse meio nunca se vitimizou, estudava como podia, chegando até catar papéis, livros no lixo e hoje aos vinte seis anos está formada em pedagogia, além de lecionar em uma escola particular ainda ajuda as crianças da comunidade, ela é minha maior inspiração.

  Olho as vielas que ainda tenho que percorrer até chegar em casa, faz dias que procuro por emprego, e não está nada fácil, minha mãe viciada em drogas não colabora, segundo ela sumiu de casa quando tinha dezessete anos ao descobrir sua gravidez, "os pais ricos" nunca aceitaria, principalmente quando descobrisse que meu pai que morreu em um confronto com a polícia seria um dos braços direito de um traficante, por isso ela viciou-se. Contudo vai saber se essa história é verdade ou alucinação dela, nunca alguém nos procurou, sequer sei o sobrenome verdadeiro da minha mãe, fui registrada apenas como Rubi Fontes.

  Apesar da minha mãe ser branca de olhos claros, puxei ao meu pai, negra de longos cabelos afros e olhos verdes, e isso chama bastante atenção que evito a todo custo, mais não passo despercebida embora eu tente.

  Chego próximo de minha casa e escuto choro e sons abafados, corro e quando entro vejo minha mãe, apática de olhos vidrados, a boca sangrando e dois homens já saindo.

  — Está avisada Bruna, ou paga o que deve ao chefe ou ele virá pessoalmente cobrar, e creio que não deseja essa visita.

  — Devendo mãe?  — Quanto ela deve?

  — Pergunte a ela, temos mas o que fazer.

  Eles saem e corro para perto de minha mãe, começo a chorar vendo seu estado, com dificuldade consigo levanta-la e leva-la para o banheiro, depois de vários minutos deixando a água retirar o sabão, fecho o chuveiro e juntas vamos para o quarto, enxugo seus cabelos e resolvo perguntar novamente.

  — Quanto você deve ao JP?

  — Cinco mil. Responde.

  — O quê? — Não pode ser, como vamos pagar esse montante?

  — Eu me viro.

  — Se virar de que jeito posso saber?
— Não temos nem o que comer direito mãe, viu em que seu vício nos colocou?
— Quanto tempo ele deu para que arrumasse o dinheiro?

  — Vinte quatro horas, ou...

  — Ou o quê?

  — Ele nos mata.

  Sei que não é brincadeira, nunca foi quando se trata de pessoas inescrupulosas, saio de perto de minha mãe, o ar faltando dos meus pulmões, tenho vinte anos e nunca tive um momento sequer de paz, vivo entre o medo e a fé de um dia sair desse inferno.

Obscene Tales (Contos Obscenos 🌹)Onde histórias criam vida. Descubra agora