Os guerreiros de Harrow estavam na história do mundo a milênios, sempre cuidando dos assuntos sobrenaturais e mantendo o equilíbrio necessário, mas nem tudo naquela organização era tão fácil. Nascer um Harrow era um sinônimo de prisão e infelizmente...
“Não perca a esperança – o que você procura será encontrado. Confie em fantasmas. Confie naqueles que você ajudou para ajudá-lo na vez deles. Confie em seus sonhos. Confie em seu coração e confie em sua história.
- Niel Gaiman.
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Eles se encararam em silêncio por alguns segundos, com Maya tentando regular a respiração descompassada, tentando acalmar os nervos e principalmente o coração que batia dolorosamente no peito causando uma sensação nada agradável. Ela conseguia encarar bem Morpheus, com a luz da lua que vinha da janela e seus olhos de alguma forma pareciam mais brilhantes que o normal. Sua aparência estava impecável como sempre, muito diferente da dela que tinha os longos cabelos escuros amassados com fios apontando para todos os lados, mas não se preocupou com isso, muito menos com a camisola um pouco reveladora demais que trajava. Sua mente estava focada em tudo que viu e ouviu, no perigo que tudo aquilo significava. Não contente de invadir o Reino dos Sonhos, Lúcifer queria acabar com toda a ordem de vida dos humanos e anjos, aquilo era uma catástrofe.
Ela engoliu o seco, passando a mão pelo rosto, trazendo os joelhos até o peito tentando se sentir menos apavorada. Morpheus não falou nada, apenas continuou a observando, esperando até o momento que ela se sentisse confiante o suficiente para dizer algo e então ela suspirou não podendo mais adiar aquilo. Por mais silenciosa que estivesse, sua mente estava uma bagunça e ela mal conseguia organizar os pensamentos.
– Desejam lhe enfraquecer. – Cortou o silêncio. – Algo sobre que erros do passado sempre retornam. – Sonho franziu o cenho.
– E o que mais? – Ele disse e Maya sentiu o corpo arrepiar.
– Não só querem invadir o Sonhar, mas como o mundo humano e a Cidade Prateada que estão ligadas sobre algo dito como mal irrevogável. Foi tudo que consegui descobrir. – Então o silêncio se instalou novamente entre os dois, até Maya decidir quebrá-lo. – O senhor sabe algo sobre isso? É familiar?
– Há muito anos existe a história do mal irrevogável, mas como ela nunca de fato ocorreu todos começaram a questionar a veracidade das ameaças de Lúcifer Morningstar. – Morpheus desviou o olhar para a janela.
– E o que exatamente isso significa?
– Gostaria de saber.
– Mas… O senhor viveu tanto, como pode não ter ideia?
– Têm certas coisas que nem a vida eterna pode responder, qualquer ser, seja mortal ou imortal está fadado a ter perguntas que nem sempre terão respostas. – Maya estreitou os olhos franzindo o cenho. – Você deve voltar a dormir.
– Quer que entre no inferno de novo?
– Não, quero que durma. – Guiou os olhos azuis de volta a mulher na cama. – Deixe sua mente ser dominada pela magia do Sonhar, descanse e amanhã falaremos sobre isso.
