Os guerreiros de Harrow estavam na história do mundo a milênios, sempre cuidando dos assuntos sobrenaturais e mantendo o equilíbrio necessário, mas nem tudo naquela organização era tão fácil. Nascer um Harrow era um sinônimo de prisão e infelizmente...
"Que poder teria o inferno se os prisioneiros daqui não fossem capazes de sonhar com o céu?
- Niel Gaiman.
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Entre as várias coisas que Maya achou que faria, entrar no Sonhar não estava no topo da lista e com certeza ela nem em seus mais sombrios sonhos imaginaria algo do tipo. Mas ali estava ela após ser teleportada do Mundo Desperto até o Reino de Morpheus onde foi envolta de uma densa areia que parecia dançar à sua volta e então a imagem de um grande portão de ouro aparecer. Maya estava encantada, sem fôlego e desacreditada na reviravolta de sua vida em apenas segundos e achou aquilo uma grande piada do acaso. Ela seguiu Morpheus até parar na frente do grande portão que dava a entrada definitiva para o Sonhar dando passos entusiasmados na área branca e fofa, um tanto quanto brilhante que Maya achou curioso, mas não comentou sobre. Ela arfou olhando o portão identificando nas esculturas o rosto de um homem que agora tinha ciência que era seu mestre por direito.
- Isso é incrível, Lorde Morpheus! É deslumbrante. - Ela olhava tudo com os olhos brilhantes e o perpétuo que estava mais a frente virou para ela devagar com o rosto neutro de sempre.
- Já esteve aqui antes. - Ele voltou-se para o portão erguendo a mão e este como mágica obedeceu sua intenção como se reconhecesse seu mestre, abrindo as grande portas dando a Maya a visão completa do Sonhar e ali ela se identificou.
- Oh, não acredito. – Andou afobada passando pelo Sonho entrando em seus domínios. - Isso é tão mágico e tão real! - Um vento passou pelo seu rosto trazendo uma sensação diferente.
Era completamente divergente a sensação de estar ali em pessoa do que quando estava sonhando. Parecia que tudo era muito mais vivido e ela não se sentia um tanto quanto anestesiada em alguns aspectos. Ela sentia tudo. Sentia a bota chocar contra o chão fazendo uma pressão em seus pés, sentia o ar novo sem poluição das grandes cidades, sentia a euforia de estar ali em quantidade e mesmo que aquele cenário fosse familiar para ela, não era igual aos sonhos, dessa vez eram reais. Ela olhava cada detalhe, desde o morro com um pequeno caminho de pedras, a grama verde e bem cuidada, as nuvens brancas, o céu azul como de uma pintura, as diversas vilas e animais mitológicos e fantasiosos que voavam despreocupados no céu. Um sorriso enfeitou os lábios ainda maior e sentia as bochechas doerem um pouco por estar sorrindo a tanto tempo, mas não se importou e aquela dor foi como a lembrança ou certeza de que realmente estava vivendo aquele momento. Mal notou que andava mais a frente sendo seguida por Morpheus que parecia muito interessado em suas reações e ela se desculpou por ser desatenta.
- Perdoe-me, senhor. - Tentou parar de sorrir. - É só que seu reino é incrível, nunca na vida achei que seria digna de pisar sobre o real solo do Sonhar e bem aqui estou. - Olhou em volta. - Não sabe a minha satisfação ao estar aqui e poder esfregar na cara dos meus colegas que sempre se achavam superiores. - Ela estava tagarelando novamente. - Estou falando demais?
