4 Meses Antes
O despertador soa alto no meu ouvido " merda " gemo, me sento na cama, coço meus olhos, estico meu corpo e o desligo, coço minha cabeça e bocejo " é, bom dia Dulce " digo a mim mesmo enquanto me levanto e vou até o banheiro tomar um banho pra despertar.
Hoje é o terceiro dia do ano novo, minha casa estava uma bagunça, mamãe ainda estava tentando organizar a bagunça da virada do ano, é isso que dá convidar a família toda pra passar aqui, agora ela se desdobra em mil pra arrumar tudo sozinha. Meus parentes são abusados demais, eles vem curtem as festas e logo depois arrumam suas malas desejando que na próxima fiquem mais tempo acontece que na próxima eles nunca ficam mais tempo, algo me diz que é justamente pra não arrumar a bagunça.
Saiu do banheiro, e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito, olho atentamente pra minha penteadera, sinto falta de algumas coisas, nem preciso ser um gênio pra saber que fim levou "Carol, você mecheu de novo nas minhas coisas " a acuso no estante em que entro na cozinha
Ela faz uma leve caretinha " nossa, bom dia pra você também Dulce Maria, obrigado por perguntar como passei minha noite " diz irônica
" onde estão meus cremes de cabelo e meu óleo hidratante ? " paro em frente a ela e cruzo os braços
Carol bufa " no meu quarto mas, eu juro que ia devolver só pequei emprestado por que os meus acabaram ontem "
" não é pegar emprestado se você não me pediu " retruco revirando os olhos
Ane Caroline Saviñon era 3 anos mais velha que eu mas, no fundo parecia ser a mais nova. Sua personalidade era forte, ela procurava ser independente mesmo dependendo totalmente dos nossos pais, afinal, seu emprego de bibliotecária não rendia quase nada, ela não tinha nenhuma faculdade então, não podia seguir pra uma carreira que mudasse sua vida, e tudo isso por que a 4 anos atrás ela se apaixonou perdidamente por um zero a esquerda que a engravidou e sumiu no mundo.
Depois disso minha irmã teve que deixar a escola pra ser mãe, atualmente com seus 21 anos, ela se desdobra em mil pra cuidar do filho, ou seja, se não fosse nossos pais, só deus sabe o que seria dela.
Carol suspira " desculpa, da próxima vez eu peço esta bem ? "
" tudo bem, deixa pra lá, acho que exagerei eu só estou nervosa hoje " comento, pegando uma maçã e me sentando em frente a ela
" é hoje que você vai saber se foi aceita naquela faculdade ? " ela pergunta
" sim, é hoje " respondo, mordendo a maçã em seguida
" relaxa Dulce, você é a menina mais inteligênte que eu conheço, só tirava notas boas na escola, se essa faculdade não te aceitar ela que vai sair perdendo " ela diz dando de ombros
Sorriu " obrigado " ela acena me dando uma piscadela " onde esta a mamãe e o papai ? " pergunto
Carol revira os olhos " estão lá em cima paparicando o Henrique, juro, desse jeito meu filho vai ficar mimado, a mamãe e o papai vivem fazendo tudo que ele quer e no fim eu sou a mãe ruim por dizer não"
Dou uma risada " é o único neto deles, deixe que o papariquem um pouco "
" quero vê se vai dizer isso quando o filho for seu " ela retruca, apoiando o rosto nas mãos
Abaixo o olhar " pra ter o filho eu preciso encontrar o pai antes e como as coisas estão não acho que vá ser tão cedo "
" não seja tão negativa Dulce, quando tiver que achar você vai achar, e reze pra que não seja um traste igual o pai do Henrique " ela se levanta
Mordo os lábios " acha mesmo que vou achar minha flor ? " pergunto
" não querida, acho que vai achar sua sementinha, a flor vem depois mas isso você já sabia " dá uma piscadela, que me faz ri.
Mamãe constumava nos dizer isso quando éramos pequenas, o amor é como a semente de uma flor, que se cuidada vira a mais belas das flores. Eu sempre acreditei fielmente nela ao contrário de Carol que sempre disse que era besteira, que não acreditava e que eu burra por acreditar. Até a noite em que o pai do Henrique a abandonou, naquela noite enquanto eu a consolava, Carol chorou no meu colo e lamentou por ter encontrado uma semente estragada.
" titia " o pequeno Henrique pula sobre mim
" bom dia meu amor, nossa como esta pesado " falo rindo " como você dormiu em ? "
" eu dormi bem titia, e a senhora ? " ele pergunta
" eu dormi muito bem, sabe por que ? " ele nega com a cabeça " eu sonhei com os anjinhos "
Henrique arregala os olhos " os anjinhos ? os lá do céu ? "
" sim meu amor, eles usavam branco e estavam cantando uma linda música, um deles chegou em mim e disse, ei você é tia do Henrique ? diga a ele que estou sempre o protegendo " digo dando um beijo na bochecha gorda dele.
Henrique desce do meu colo e corre até a mãe " ouviu isso mamãe ? tenho um anjinho que me protege, diz pra ela titia " ele fala contente
Carol ri " sim, eu ouvi querido "
" filha, bom dia " meu pai me abraça " esta ansiosa ? "
Mordo os lábios " bastante papai "
Minha mãe me abraça e beija minha testa " não se preocupe filha, você com certeza vai ser aceita "
" é o que espero mamãe "
Henrique enruga a testa " no que a senhora quer ser aceita titia ? "
Abaixo em frente a ela " na faculdade meu amor, eu já tinha comentado com você sobre isso se lembra ? " ele assente " então, hoje eu vou saber se fui aceita ou não, e se eu for vou morar na republica, é um lugar bem bonito onde ficam os estudantes " explico
Ele abaixa o olhar " a senhora vai embora, assim como meu papai foi ? "
Encaro meus pais e Carol completamente estupefada, e então volto a olhar Henrique " não meu amor, não é como seu papai, eu vou só pra estudar mas, poderei te visitar nas férias e poderemos conversar sempre que você quiser pelo celular, você gostaria disso ? " pergunto acariciando seu rosto
" sim titia "
o abraço " eu te amo Henrique, você sabe disso não sabe ? "
" sim, e eu também te amo titia Dul " ele diz com sua vozinha meiga, o telefone de casa toca e minha mãe atende " quem sabe sua mãe te leve pra me visitar também " sugiro dando um sorriso pra ele.
Carol bufa " lá vem você com suas idéias "
" eu vou amar titia, a gente vai poder visitar a titia não vai mamãe ? " Carol me fuzila com o olhar, o que me faz ri.
" Dulce filha " mamãe chama minha atenção, me levanto me aproximando dela, ela estene o telefone pra mim " é pra você querida " sorri
Pego o telefone e levo ao ouvido " alo ? "
" Dulce Maria Saviñon ? " era a voz de uma mulher
" sim, é ela mesma "
" aqui é a reitora da universidade de Servilha, estou ligando pra informar que você foi aceita na nossa instituição " ela diz formalmente
Arregalo os olhos, e me viro encarando minha família, meus olhos se enchem de lágrimas " eu fui aceita, eu vou pra espanha " digo emocionada
Papai já emocionado vem até mim e me abraça forte, minha mãe sorria e se junta ao abraço, quando os dois se afastam, Carol grita um " eu sabia " e me abraça com seu modo afoito, depois de abraça-la, me abaixo e recebo um abraço carinhoso do meu sobrinho. Meus pais e Carol resolvem se juntar ao nosso abraço.
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Nosso Romance - Vondy Tema: Vondy
Teen FictionRecém chegada na faculdade, a aluna prodígio do curso de Letras, Dulce Maria recebe a difícil tarefa de terminar uma história criada por um antigo aluno da instituição. A cada página, ela passa a amar não só a escrita do misterioso autor, como ele p...