Capítulo 60

75 5 1
                                    


Mai facilitou bastante me dando a chave de casa pra que eu pudesse levar Christopher lá, ela ficou bem apreensiva quando eu pedi, tinha medo das emoções que ele sentiria ao entrar na casa sem ter a mãe lá mas, depois entendeu que mais cedo ou mais tarde isso tinha que acontecer, bem, que fosse mais cedo então!

Durante o caminho todo ele se manteve calado, não retruquei, acho que essa era a maneira dele se preparar pra emoção de entrar em sua casa depois de 2 anos. Ajudei ele a sair do carro com a ajuda do motorista do uber, empurrei sua cadeira até a porta e a abri.

Christopher engoliu a seco, quando o empurrei pra dentro da casa, seus olhos rapidamente lacrimejaram, ele olhou atentamente pra cada lugar da casa, como se estivesse se lembrando de cada mmento vivido ali. Me mantive calada no canto, enquanto via ele se movimentar com a cadeira tentando segurar a emoção, que estava claramente explicita em seu rosto.

Ele sorri " esta tudo exatamente igual " comenta

Mordo os lábios " Mai me disse que tinha deixado tudo como antes, era uma maneira de sentir que você e a mãe estavam com ela ainda "

" em pensar que ela ficou aqui sozinha por 2 anos " ele sussurra

" foi escolha dela, seu pai pediu que ela fosse morar com ele mas, ela preferiu ficar aqui " esclareço, Christopher olha atentamente pro sofá " o que foi ? " pergunto

Ele ri, tirando seus óculos escuros e secando as lágrimas que já escorriam em seu rosto " essa mancha no sofá, fui eu que fiz sabia ? " ergue o rosto pra mim " eu tinha 9 anos, e derrubei nescau, fiquei morrendo de medo da minha mãe descobrir, então escondi com as almofadas, e quando ela foi dormi eu sai do quarto de fininho e passei quase a madrugada toda tentando limpar "

Dou uma risada " pelo visto não adiantou muito "

" não mesmo, ela levantou de manhã e ficou furiosa quando viu a mancha no sofá " nega com a cabeça, ainda rindo " eu era muito agitado, ela me chamava de pequeno leãozinho por causa disso "

" Poncho comentou algo assim comigo " digo

Ele empurra a próxima cadeira pela sala " olha, aqui ela media eu, e daquele lado ela media a Mai, minha mãe adorava ter recordações sabe ? ela sempre disse que essa casa deveria estar repleta de histórias e momentos "

" ela conseguiu, essa casa esta repleta de histórias e momentos lindos entre vocês " digo o seguindo.

Ele vai até o corredor e suspira " aqui era o quarto dela e do papai, na noite que ela assinou o divorcio, entrou pela porta tentando sorri pra não demonstrar que estava mal pra mim e pra Mai, só que quando ela entrou no quarto .... " ele coloca a mão na porta, e escosta a testa " eu fique bem aqui ouvindo ela chorar " engole a seco " eu queria entrar mas, não tenho forças ainda "

" eu te entendo, você tem que entrar quando se sentir preparado " coloco a mão em seu ombro

Ele assente, se afastando, e então encara a porta em frente " meu quarto, será que esta tudo igual ? " dou de ombros, ele abre a porta e empurra a cadeira pra dentro " ei, esta tudo como eu deixei naquela manhã, até minhas roupas dobradas "

Entro logo atrás e me escoro na parede " você era bem organizado em "

Ele ri " acredite, só fiquei organizado depois dos 16 " diz, ele olha a janela " esta vendo as flores aqui em baixo ? " me aproximo e assinto " quando chovia eu pulava janela escondido pra tomar banho de chuva ali, eu adorava " ele sorri

" esse é seu notebook ? " pego em cima da cama e entrego a ele

" sim, tudo que eu tinha de mais importante estava aqui, todos meus projetos, minhas histórias " ele diz abrindo noebook, suas inicias estavam no canto, ele acaricia " mamãe mandou gravar, eu disse que ela achava elegante " revira os olhos

Olho ao redor " eu adorei seu quarto, suas fotos, sua vida, é tudo muito lindo " comento, não era hora de contar que eu já estive aqui

Ele empurra a cadeira pro centro do quarto e olha ao redor " é, aqui esta minha vida realmente, toda ela " sussurra e então abaixa o olhar " é tão estranho estar aqui depois de tudo o que houve "

" eu entendo " me abaixo diante dele, e acaricio seu rosto " deve ser difíicl pra você " ele assente " tem algo que eu possa fazer pra você se sentir um pouco melhor ? " ele coloca o notebook na pequena cômoda

Ele toca meu rosto com as duas mãos, e eu respiro fundo " tem sim, você pode me dar um abraço ? " pergunta meigo

Sorriu, e assinto o puxando pra um abraço. Christopher me aperta em seu abraço como se tivesse medo que eu fosse fugir, acaricio seus cabelos curtos fechando os olhos, aquele momento era difícil pra ele e eu queria muito apagar um pouco dessa dor que ele deveria estar sentindo agora.

" estarei sempre com você pro que precisar, o que eu puder fazer pra essa dor passar eu vou fazer " sussurro, saindo do abraço

Ele seca as lágrimas " obrigado "

Ouvimos um trovão, ergo o olhar pra janela já vendo a chuva começando " esta chovendo " anuncio

Ele empurra a cadeira até a janela, vendo os pingos de chuva aumentar " eu quero ir lá fora "

" o que ? "

" quero ir lá fora Dulce " diz sério

" não, você pode pegar uma pneumonia, esquece isso Christopher " digo negando com a cabeça.

" já vai fazer 3 anos que não sinto a chuva, eu quero ir lá fora, você disse que faria qualquer coisa pra minha dor passar, isso vai ajudar, por favor " implora

Mordo os lábios " você pode ficar doente "

" eu preciso ir " diz com seus olhinhos pidões.

Respiro fundo " esta bem, mas, só um pouco, não quero que você fique doente " ele assente.

Saímos do quarto, eu empurro sua cadeira pra fora. Respiro fundo e solto a cadeira deixando ele mesmo empurrar até a chuva. Christopher abre um enorme sorriso quando sente a água cair sobre ele, parecia uma criança vendo a chuva pela primeira vez, ele gira sua cadeira e dá um grito alegre, então abre os braços com o rosto erguido pra cima.

Sorriu emocionada, caminho até ele não me importando se eu me molharia. Quando estou próximo dele atropeço e caiu sobre ele, Christopher e eu rimos feitos idiotas e então aos poucos nossos sorrisos vão se fechando, ele estreita os olhos por causa da chuva, minha respiração estava acelerada pela adrenalina, e também pela aproximidade com ele. Nós encaravamos com tanta intensidade que eu sentia aquele friozinho bom na barriiga.

Ele ergue a mão e coloca uma mecha do meu cabelo molhado pra trás da minha orelha, sem deixar de me olhar " por que veio pra chuva também ? " pergunta

Toco seu rosto " por que onde você for, eu vou também " digo

Por um segundo ele parece surpreso com minha resposta, no momento seguinte um sorriso lindo esta estampado em seu rosto, ele desce a mão pra minha nuca e me puxa pra um beijo. Nossos lábios se chocam e meu mundo inteiro treme. Os lábios de Christopher estavam em plena sintonia com os meus, parecia que tinham sido feitos sobre medida pra estarem junto aos meus, abro passagem pra sua lingua, e sinto aquele pequeno friozinho na barriga aumentar. Agarro ele pela nuca e aprofundo o beijo, o tão esperado beijo ao qual eu sonhei todo esse tempo, de fato, o melhor beijo do mundo.

""

BEEIJO VONDY QUE EMOÇÃO !

Nosso Romance - Vondy  Tema: VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora