Eu estava deitada, com o celular na mão conversando com Carol. Já estava na hora dela saber de toda essa enrolada envolvendo Christopher, contei até o mínimos detalhes, ela sempre foi minha amiga e eu preciava de um consolo, mesmo que fosse de longe.
A ideia de que Christopher estivesse morto ainda me abalava, eu mal conseguia dormi, ou comer, estava definhando. Pra piorar, Annie brigou com Poncho por que o rapaz se recusa a falar sobre o amigo, parece que eu acabei sendo um mal pro casal e isso só me fez sentir ainda pior.
" oh Dul, eu nunca pensei que você estivesse passando por tudo isso " a voz de Carol demonstrava pesar " como eu queria te dar um abraço agora "
" me desculpa por ter demorado tanto pra me abrir com você sobre isso, eu estava tentando entender meus sentimentos entende ? isso tudo é tão surreal " comento suspirando
" eu sempre soube que sua sementinha viria de um modo especial, nunca pensei que fosse tão especial assim, você me surpreendeu Dul "
Fecho os olhos, a vontade de chorar apareceu de novo " não queria que tudo fosse desse modo especial Carol, me sinto péssima entende ? algo dentro de mim diz que ele precisa de mim, isso esta tão misterioso e quando Poncho falou dele com aqueles olhinhos tristes me fez entender que talvez ele esteja ... "
" não fale " ela diz me interrompendo " você sabe que falar coisas ruins atrai coisas piores, ele deve estar bem, vai vê esse tal Poncho falou a verdade quando disse que ele tem outras coisas pra resolver, é isso "
" não, algo esta errado, eu sinto " insisto
Carol dá uma risadinha " é, não há mais dúvidas, você realmente ama esse cara "
" me diz, me diz como isso é possível ? acho que estou enlouquecendo Carol "
" não, você não esta enlouquecendo, você esta amando e isso é a coisa mais maravilhosa do mundo, por favor maninha se permita, não pense que ele pode estar em apuros ou coisa pior, pense que vai encontrá-lo, tente fazer parte da vida dele de algum jeito, se enfie no mundo dele "
" como eu poderia fazer isso ? ele nem esta mais aqui " digo lamentando
Carol ri " ei, desde quando eu sou eu a que tem as respostas de nós duas " dou uma risada " você comentou comigo que precisava de trabalho, não acha que esta na hora de procurar um ? " diz de modo sugestivo.
Abro um sorriso, quando noto o que ela quer dizer " sim, agora que você me disse, eu preciso sim de um trabalho " comento, minha irmã ri na linha e eu dou outra risadinha.
Paro em frente a loja, e ergo os olhos dando um sorriso, Sara faz careta quando vê o lugar que vamos entrar , bem se nota que uma loja de antiguidades não é a cara dela. Quando entramos, ninguém vem nos receber, aproveito pra caminhar pela loja e admirar algumas peças antigas,me fascino por um cordão, que na ponta tinha um anel de coco, bem rustíco a propósito.
Sara faz outra careta " Dul, ainda não entendo por que estamos aqui, essa loja não tem nada a ver com a gente " sussurra pra mim, eu continuava a olhar o colar.
" esse não esta a venda em " ouço a voz de senhor Carlos
Me viro sorrindo e me aproximo do balcão " que pena, eu realmente adorei ele " comento
Ele estreita os olhos " eu conheço a senhorita não ? esteve a um tempo atrás aqui na minha loja perguntando sobre Christopher "
Sara me olha confusa " você já esteve aqui ? "
" olha, o senhor tem uma memória muito boa " digo sorrindo " sim, eu estive aqui e agora voltei mas, por outros motivos " me apoio no balcão " queria saber se o senhor precisa de uma funcionária, imagino que depois que Christopher se foi não tenha conseguido ninguém pra ocupar o cargo dele"
" o que ? você quer trabalhar aqui ? " Sara pergunta surpresa
" não ligue pra ela, é a primeira vez que entra numa loja de antiguidades " comento rindo
Seu Carlos ri " não se preocupe, eu entendo " ele me encara " então, o que faz a senhorita acreditar que eu não tenho outro funcionário ? "
" o fato do senhor sempre ser o que me atende e não ter mais ninguém nessa loja " rebato
Ele assente " observadora, gosto do seu jeito senhorita "
" isso significa que o emprego é meu ? " pergunto ansiosa
" não tão rápido " ele estreita os olhos em minha direção " o que sabe sobre antiguidades ? "
Suspiro " nada "
Ele sorri " perfeito, esta contratada "
" o que ? " pergunto surpresa
" esta contratada mocinha, não me ouviu ? "
" oh meu deus, obrigado senhor Carlos, obrigado " eu digo alegre
Sara me olha confusa " esta feliz por trabalhar aqui ? " pergunta, caiu na gargalhada com sua pergunta, e a abraço " parabéns, eu acho " diz me fazendo ri de novo.
" quando começo ? " pergunto
" amanhã esta bom ? eu preciso mesmo de ajuda por aqui " ele diz fazendo uma careta
" sim, amanhã esta ótimo senhor Carlos, muito obrigado por essa chance, muito obrigado mesmo " eu digo com minha voz repleta de emoção.
No caminho de volta pra faculdade expliquei a Sara por que queria trabalhar com seu Carlos, ela logo entendeu e ficou alegre por mim. No fim da tarde eu cheguei em casa e corri pro quarto, peguei minha caneta e respirei fundo, iria começar a escrever o fim da história de Diego e Roberta.
Semanas se passaram, o Duque esteve preso apenas por 3 dias, parece que o peso do seu dinheiro contou bastante pra que ele fosse logo liberado de sua detenção, o que Roberta achava resolvante. Ela ergue o queixo enquanto passa pela enfermaria, ao fim dos leitos encontra Diego ainda desacordado, ele estava sem camisa, e minha uma faixa em seu ombro, por sorte o Duque era ruim de mira.
Ela se abaixa próximo a ele, pra analisar melhor seu rosto " bom dia meu amor, hoje você me parece mais corado, tem que acordar logo pra testemunhar contra aquele monstro que ousou tentar contra sua vida, ele merece apodrecer na cadeia, e somente você é capaz de coloca-lo lá " sussurra, ela ergue a mão e acaricia seu rosto " todo dia venho lhe vê, e espero ansiosamente por dia em que vou aparecer aqui e encontrar seus lindos olhos castanhos me olhando com tanto amor, como você sempre faz " ela beija sua testa " eu o amo, e amarei até o fim, não demore em voltar pra mim " sussurra
" eu não o matei, não sei se isso era o que você esperava mas, eu não o matei Christopher " falo após fechar o caderno " eu queria tanto que você lesse meu fim, queria que lesse cada página que vou escrever, quem sabe você se apaixonaria por mim do mesmo modo que me apaixonei por você ? " pego o papel e o abraço contra meu corpo " Diego não morreu assim como você não morreu, você vive, vive e um dia eu tenho certeza que vou te encontrar e ficaremos juntos, ficaremos juntos por que não é possível que eu te ame esse tanto e você não possa sentir nada por mim, não é possível " sussurro
" Dul ? " Annie entra no quarto " eu fiz panquecas, você quer ?"
" sim, você sabe que eu amo suas panquecas " digo dando um breve sorriso
" aconteceu alguma coisa ? " ela pergunta ao vê que eu estava agarrada ao meu caderno
Suspiro " sim, aconteceu, eu não matei o Diego, ele esta vivo assim como Christopher esta " afirmo
Annie dá um sorriso e me abraça " muito bem, essa foi o melhor coisa que você podia ter feito " diz sussurrando no meu ouvido, sorriu, ela estava certa, isso foi o melhor.
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Nosso Romance - Vondy Tema: Vondy
Teen FictionRecém chegada na faculdade, a aluna prodígio do curso de Letras, Dulce Maria recebe a difícil tarefa de terminar uma história criada por um antigo aluno da instituição. A cada página, ela passa a amar não só a escrita do misterioso autor, como ele p...