Capítulo 12

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Fechei a porta do armário e dei de cara com uma gostosa ruiva, uma cara de patricinha mal chupada e um olhar compadecido. Jean Grey e toda sua glória magnífica de x-men bonitona.

— Qual é a tua, perseguição mental?

— Eu não consigo entrar na sua cabeça. — retrucou de imediato.

— Bom saber que está tentando. — comentei, guardando algumas coisas na mochila.

— Não falei aquelas coisas pra te ofender. Eu estava com raiva e... talvez com um pouco de ciúmes. Só, talvez.

— É? — Levantei os olhos, ela suspirou impaciente e eu virei as costas, disposta a sair andando.

— Será que você pode facilitar ao menos um pedido de desculpas? — reclamou.

— Ah, tudo bem. — Me virei rápido, mexi as mãos e entrei na sua jogada. — Você não precisa se desculpar por ser sincera. Se foi rude, eu não ligo. Não é por sua causa que eu não vou pro time de lá. Então, relaxa.

Ela cruzou os braços, se apoiou no armário e eu saí andando. Eu tinha mais o que fazer, e tinha x-men demais pegando no meu pé.

(...)

Eu joguei a mochila de lado, ouvi uma batida na porta e vi Mystica adentrar o quarto sem nem esperar eu dizer que podia entrar. Eu só queria fugir de tudo que podia comprometer meu corpo, minha cabeça ou minha maldita paciência. Mas, infelizmente, a paz não é eterna.

— Eu acredito que você já esteja bem, depois do episódio na casa do Xavier. — ela concluiu fechando a porta, cruzou os braços e tirou do bolso do seu terninho, sem nem mesmo esperar por uma reação minha, uma foto de um carinha desconhecido. Era um loiro, com asas de anjo. — Trabalho pra você.

— Que mutação é essa, ele é um super arcanjo? — Peguei a foto e apontei o rosto angelical dele para ela. — Mutações que deformam o corpo me dói pra um caralho, eu ainda tenho a carga do Wolverine.

— Ele é um mutante de nível baixo, e filho de um político importante.

— O que eu devo sugar, sua mutação de nível baixo ou seu histórico familiar? — cruzei os braços, taquei a foto pro vento e olhei pra ela com cara de bunda.

— Os dois. Você vai encontrá-lo ainda hoje, e não se preocupe, já chamei seu segurança.

Ela simplesmente saiu, sem nem mesmo me deixar reclamar. Sentei na beirada da cama, passei as mãos nas mechas brancas, respirei fundo e olhei meus punhos doloridos, enquanto sentia a ossada da mão endurecida. Vadia! Ela sabia que eu ainda estava dolorida e me fez essa.

(...)

Eu entrei no carro, o uniforme negro e justo me dava um ar de perigo e Colossus era só um cara comum de jeans e camiseta. Olhei para trás, vi a irmandade ficando cada vez mais longe e vi o silêncio do soldado de ferro se manter enquanto guiava o volante.

— Sem equipe, sem comunicação... — olhei para frente e procurei me concentrar no caminho. — Geralmente a gente se encontra no ponto forte. O que mudou?

— Trabalho simples.

— Então não precisava ter vindo, certo? — Olhei para ele, e ele manteve-se olhando para frente.

Ele não respondeu, porque era meio óbvio. Que fofo... Ele queria estar ali e sim, eu também gostei de saber que ele estava ali. No entanto, o silêncio foi maior. O trajeto silencioso foi até um desfecho isolado da cidade, onde Colossus estacionou o carro grande nos fundos de uma viela que dava acesso à uma baixaria de puteiro. Era um ponto de mutantes chulos e baratos que acreditavam cegamente que precisavam de um espaço para expor a bizarrices de cada um, como quem gritava "amamos ser mutante''. Mas, era só uma desculpa pra fazer zona mesmo. Ninguém precisa se foder tanto pra dizer que se ama.

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⏰ Última atualização: Oct 28, 2022 ⏰

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UM TOQUE MORTAL - FANFIC X-MENOnde histórias criam vida. Descubra agora