DESEJO OBSCURO:1 LIVRO DA SÉRIE: Órfãos

•004•

Eu passei a manhã inteira acordada
porque não consegui ao menos fechar os olhos, lembranças de Pietro jogado no chão em cima do seu próprio sangue não saiam da minha cabeça.

Eu nunca havia matado alguém.

Me sentia horrível, eu era um ser humano desprezível.

Como eu pude matar alguém?

Eu matei uma pessoa.Uma pessoa!

Estava frio aqui, mais eu estava suando como se estivesse acabado de correr uma maratona, meu coração estava acelerado e as minhas mãos tremiam.

Me levanto da cama e tiro o meu moletom indo até o banheiro, ligando na água fria. Me sentei na banheira, cobrindo meus olhos com as palmas das mãos, sentindo a solidão me invadir.

O silêncio era cruel naquele banheiro.

Eu não iria aguentar essa sensação horrível que estava no meu peito.

Parecia que iria infartar.

Saiu do banheiro me secando rapidamente, colocando o meu moletom preto, depois calço um par de chinelos e vou para o corredor dos quartos.

Procuro pelo tatuado que provavelmente era o vendedor de drogas, ele deveria ter algo que pudesse me ajudar.

- Você viu o outro cara que e coberto de tatuagens?-Pergunto para um homem também alto, cheio de tatuagens.

- O Harry?-Ele analisa atentamente as minhas expressões de desespero.

- Sim, deve ser o nome dele.-Digo aflita.

- Você tá bem?

- Sim, eu só preciso falar com ele, um assunto particular.

- É aquele quarto ali-Ele aponta para a última porta do corredor, desconfiado.

- Valeu gato.

Vou rapidamente até a porta e a abro, ele estava deitado de bruços com a coberta cobrindo a metade do seu corpo.

- Harry-Sussurro cutucando o seu braço.-Acorda.

- O que é-Ele diz quase inaudível.

- Eu preciso de uma coisa.

Ele se vira me encarando com a cara amassada.

- Se você esperar uns minutos, eu faço ele ficar duro e...-O interrompi.

- Do que você tá falando?

- Oque você quer que precisou me acordar em caneta azul?-Ele diz enquanto coça os olhos me deixando aflita.

- Você tem algo aí que me faça relaxar?-Faço gestos estranhos que nem eu entendi.

- Brooke, você quer maconha-Ele diz sem dar importância, e eu apenas afirmo com a cabeça.-Eu não tenho nem ao menos um cigarro, quem dirá maconha.-Ele se levanta da cama indo até a sua mala que estava no canto do quarto.

- Você não era o traficante que a Margoh havia dito?

- Como você disse, eu era, no passado.- Reviro os olhos-Parei com essas coisas.

- A mais e claro, resolveu se converter e virar da igreja.-Caminho até a porta e bato a mesma logo que saiu.

Eu estava parecendo uma viciada, mas não era, eu raramente usava maconha,e quando acontecia, era apenas para relaxar.

Enquanto ando pelo corredor para voltar pro meu quarto, percebo uma sacada ao lado da escada.

Ao passar pela porta de vidro sinto um vento incrivelmente gelado em minha pele fazendo meus pelos arrepiarem. A visão era incrível, as árvores em volta da casa acompanhada com um céu nublado por completo. Percebo uma piscina no andar de baixo com a água cristalina que se movia por conta do vento, ela era tão grande que parte dela era na parte de dentro da casa, pequenos vasos de flores próximo a uma grande mesa branca era o charme dali.

- É lindo tudo isso-Uma voz doce e gentil me desperta de um transe me fazendo saltar para trás. Me viro rapidamente com a mão no peito, observando a mulher com os olhos mais lindos que já vi, parada com um sorriso amigável no rosto, ela usava um casaco branco e um pequeno vestido azul-claro-Me sinto em um filme.

- Sim e tudo muito lindo-Respiro fundo tentando recuperar o ar que havia perdido a segundos atrás.

- Me chamo Carol, e você e a Brooke né?-A golpista. Nunca que uma pessoa pensaria qualquer má intenção vindo dela.

- Sim, sou eu. Ela assentiu com a cabeça, ficamos longos segundos em silêncio apenas observando a paisagem.-Você tá com fome?porque eu estou morrendo de fome, estava esperando para ver se ninguém desceria e iria para a cozinha em busca de comida, mais agora que você esta aqui podemos ir.-Um sorriso brota em seus lábios, então vamos até à escada.

Desço com cuidado e sigo o caminho até a cozinha, e Carol a todo momento me segue.

- Olha o tanto de comida que tem nessa geladeira-Ela fala enquanto eu abria os armários.

- Dentro dos armários também.

- Vocês estão parecendo duas mortas de fome-A morena, acho que Maya, diz, entrando no cômodo.

Pelo amor de deus.

Ela e linda.

Estou começando a duvidar da minha sexualidade nessa casa.

Ela era alta, com olhos castanhos, pele escura, e com o cabelo por inteiro trançado com uma tonalidade de preto.

- Não vai me dizer que você não está com fome?-Pergunto sem parar de mexer nos armários.

- E quem não está.- O homem tatuado que perguntei sobre o Harry diz entrando na cozinha sentando em uma das banquetas. Ele era muito parecido com o Harry, talvez fosse ele o outro irmão traficante.

- Perfeito-Digo pegando diversas caixas de pizzas do freezer-Coloco em cima do balcão e de imediato os olhos de todos brilham.-Vocês vão ficar apenas olhando ou vão me ajudar a por elas no forno.-A morena junto com a Carol vem em minha direção. Vejo o garoto parado observando cada movimento das meninas, seus olhos vão em direção a bunda de Maya, quando ele percebe que eu o observava rapidamente desvia o olhar da garota.-Então...-Pisco rapidamente olhando para ele-Qual era mesmo o seu nome?

- Bruno-Ele suspira entediado.

- Bruno, você vai ficar aí fazendo um filme pornô, na sua cabeça, ou vai ajudar?

- É só colocar no forno qual e a dificuldade?-As meninas olham para ele que instantaneamente se levanta

- Pegue as formas que estão no armário-Carol ordena, olhando para bruno que faz sem exitar o pedido dela.

- Tem apenas 1.-Ele diz colocando em cima do balcão.

- Droga!-Sussurro. Demoraria um século para assar uma de cada vez.

- Não podemos assar uma de cada vez.-Maya diz firme e todos, menos eu, concordam.

- É isso ou passar fome.-Dou de ombros.

- Então vamos começar para que elas assem rápido.-Carol completa.

Colocamos a primeira que era de calabresa, na embalagem dizia para deixar por aproximadamente 20 minutos, depois fomos todos para sala. Ela era quase junto da cozinha, por isso poderíamos cuidar quando time do forno apitasse.