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A paisagem era sempre a mesma. Os raios dourados da manhã tingindo todo o gramado e saturando o espectro das construções humanas, revelando nuances, outrora, encobertos pela sombra.
O galo cantava, as vacas mugiam, e mesmo numa manhã calma, era possível ouvir a comoção das crianças, recém acordadas, no interior do refeitório. No final, o silêncio nunca esteve presente, e agradeci aos céus por isso, pois quando cercada de silêncio, me afogo no próprio barulho do meu agonizante vazio interno.
A sinfonia dessa rotina era adornada por vida, diferente da anterior marcada pela morte, então por quê ainda não era agradável aos meus ouvidos? A paz era onírica e roubaria minha lucidez reconstruída.
Quando meus amigos chegaram à fazenda, me senti contente. Mesmo cercada de pessoas diariamente, sentia-me desconfigurada em não tê-los presente, com o pressentimento de pudessem ir se embora, como as folhas das árvores na presença do outono; como Ymir.
Ainda me causava estranheza, a exacerbada cortesia que saudavam-me. Curvados como inferiores, ou "devotos" seria uma palavra apropriada? Não, não é o momento para se pensar em semântica e seus dialetos.
Todos se puseram a ajudar o orfanato, como de costume, Eren me acompanhou nos estábulos, onde fizemos a limpeza das baias e cochos, cuidando da reposição do feno em seguida. Após concluir o trabalho, tivemos uma trégua para conversar como o habitual.
Encostados nas cercas do curral dos potros, conversamos sobre nossas rotinas, agora, singulares. Eren me contou que partiriam em uma missão de reconhecimento brevemente, mas que antes, ele me devia a "verdade", pois não gostaria de me ver sujeita a herdar o titã de Zeke.
Eren me contou a dita verdade, que incluía, principalmente, seus planos tenebrosos para salvar Paradis, devastando o restante do mundo. Era um completo absurdo, mas esperado vindo dele. Me perguntava se Mikasa conhecesse seu, claramente, amado, genuinamente.
Jaeger poderia ser um manipulador nato, mas eu sou uma atriz nata.
Naquele ponto, ficou evidente, a partir da sua convicção, que Eren tinha acesso a um futuro que ainda não podíamos visualizar. Eu, entretanto, tenho muitos caminhos para trilhar, e jamais me sujeitaria a ser a peça movida no tabuleiro do Eren.
Eu sou Historia Reiss, possuidora do sangue real, não sou a rainha do xadrez, sou a formidável oponente.
Decidi fazer o meu destino, jogando o jogo do Eren.
— O que você acha sobre eu ter um bebê? — ele não previu isso.
A parte mais fácil sobre esse plano, foi encontrar o estimado tempo e espaço.
Quando a madrugada caia sobre nós, a lua não compareceu, tímida demais para testemunhar pessoas tão cruéis, usando de uma criança para salvar as próprias vidas e a manter a estabilidade do plano.
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I am King
FanfictionChantageada, Historia se dá conta de que está sendo refém de um plano terrível, decidindo tomar uma escolha, a qual poderá romper o destino atual do mundo e restaurar o seu orgulho. E para que seu próprio plano se concretize, a rainha precisará cont...