Street Love {Hyunlix}

10- Vamos resolver isso juntos

Depois de todos jantarem e experimentarem os brownies de Felix que aliás, foi muito elogiado. Bangchan propôs uma reunião para finalmente abrir o jogo com todos sobre tudo o que estava acontecendo e o que virá acontecer. Está ficando cada vez mais difícil manter os mais novos longe disso, os manter ignorantes está colocando a vida deles em risco.

– Então é isso – Concluiu com todos sentados em roda no chão da sala – As rondas noturnas voltarão a partir de hoje – Apontou para os garotos conforme pronunciava seus nomes – Já que I.N se encontra impossibilitado no momento, Felix vai com Seungmin no primeiro horário até meia noite. Hyunjin, Changbin e eu ficamos até às 3h e por último, Lee Know e Han até as 6h, okay?

– Okay! – Responderam em conjunto.

– Mas, hyung eu consigo andar. – I.N contesta tristonho por estar sendo deixado de lado.

– Eu sei que consegue, mas se algo acontecer pode ser um problema pra você e para os outros. Então por hoje, Felix vai com Seungmin, vocês dão conta?

– Sim! I.N e eu sempre demos conta sozinhos também. – Respondeu Seungmin.

– Ok, então. E não, não vou liberar e nem permitir nenhum porte de arma de fogo por aqui. Apenas usem suas ferramentas como sempre usaram, a última coisa que precisamos é bala perdida próximo a civis, eles confiam em nós e nós vamos protege-los, não colocá-los em risco.

– Mas como vamos protege-los assim? – Perguntou Changbin.

– Da mesma forma que fizemos todo esse tempo. Soobin tem um plano de ataque e amanhã vamos iniciar os preparativos. Antes levar a guerra de volta pro Norte, do que arriscar a vida dos moradores aqui. Certo?

– Certo! – Responderam mais uma vez em conjunto.

– São 21h, vocês dois vão se arrumar... – Apontou para os mais jovens que rapidamente entenderam o recado – Tomem cuidado!

Seungmin saiu na frente e Yongbok deu uma ultima olhada para Hyunjin antes de sair para ter certeza que estava tudo bem e não voltaria a ser ignorado. Hyun restringiu o olhar com um sorriso o tranquilizando.

Minho e Jisung foram para o quarto acompanhando Jeongin, enquanto os outros três permaneceram na sala. Bang na poltrona e Changbin sentado no sofá com Hyunjin deitado apoiando as pés sobre as pernas de Bin.

– Será que um dia isso tudo vai acabar? – Disse Changbin pensativo.

– Isso o que? – Perguntou Bangchan.

– Isso – Gesticulou um círculo com a mão – A gente, o que fazemos aqui, sabe... Sei que não tivemos muitas oportunidades na vida mas... – Respirou fundo – As vezes penso em arrumar um emprego e viver como um adulto descente – Olha para os garotos – Vocês não pesam sobre isso?

– Já pensei muito nisso... – Bang relaxou as costas na poltrona olhando para cima – Mas trabalhar com quê? Serviços gerais, catadores de lixo, em escritórios sendo xingados pelo telefone e pelo chefe durante 20h diárias por um salário mínimo?

– Por que não abrimos algo próprio? Nós três...

– Com que dinheiro Changbin? – O encarou erguendo as sobrancelhas – Precisamos de um investimento pra ter algo próprio, não temos nem local pra isso.

E o silêncio pairou novamente...

– Um restaurante! – Changbin levantou o dedo indicador tendo uma ideia – Podemos começar com algo caseiro vendendo de casa em casa e ir juntando dinheiro pra investir em algo maior.

– E com que dinheiro vamos comprar ingredientes pra fazer as comidas caseiras? – Bang revidou.

– Nós poderíamos... – Insinuou um roubo.

– Nem pensar!

– Nós já fazemos isso pra ter o que comer. – Insistiu.

– Uma coisa é roubar pra sobreviver, outra é pra lucrar. Eu acredito em karma, tudo que vai volta e a partir do momento que pensarmos em roubar pra ter lucro, mesmo que o lucro venha, no futuro podemos perder até mais do que ganhamos. Não vale a pena.

Novamente um silêncio que também não durou muito porque Changbin estava entediado.

– E o seu namorado, Jinnie?

– Me erra, Bin! – Hyunjin que até então não se manifestou em nada, tirou o braço do rosto pra responder.

– Ouvi dizer que ele é bem rico... – Insinuou.

E Hyun colocou o braço sobre o rosto novamente o ignorando porque sabe o quanto esse assunto poderia ser doloroso para Yongbok, o que de certa forma o afetava também.

– É melhor não falarmos sobre isso, Binnie. – Bangchan lançou-lhe um olhar repreensivo que foi entendido com sucesso.

Assim a noite prosseguiu, faltando apenas cinco minutos pra meia noite, Hyunjin se encostou ao lado da janela. Logo Seungmin entrou, seguido por Yongbok que foi delicadamente puxado pelo braço e preso entre os braços do rapaz que o esperava ansiosamente.

Estava frio lá fora e sentir aquele abraço quentinho e caloroso se tornou a melhor sensação até agora, depois de tudo o que havia acontecido.

– Durma bem... – Hyunjin afrouxou o abraço sussurrando no ouvindo do baixinho – Yongbokie...

Se afastaram lentamente com sorrisos tímidos um para o outro, quase ocasionando um novo abraço ou mais se não fosse pelos hyungs se aproximando fazendo Felix se afastar e ir para o quarto sem ser notado.

– Então, vamos? – Disse Bangchan saindo pela janela, seguido de Changbin e Hyunjin.

As ruas estavam vazias, escuras pela falta de iluminação como sempre e silenciosa. Não havia nada além dos três rapazes e não se ouvia nada além dos cochichos e passos calmos dos garotos. Vez ou outra se ouvia alguns ruídos de pequenos roedores e gatos a espreita, mas nada considerado alarmante.

Ao amanhecer, quando Jisung e Minho voltaram da ronda, Bangchan já estava acordado na cozinha, como de costume.

– Chan... – Minho vai até a cozinha – Você precisa dormir...

– Mas eu dormi – Sorriu forçado – Quer comer? – ofereceu um prato de panquecas.

– Não, não dormiu – Tirou o prato da mão de Bang e colocou no balcão chamando sua atenção - E isso não é de hoje.

– Não se preocupe comigo. – Voltou a se ocupar com as panquecas.

– Se eu não me preocupar, quem vai? – Desligou o fogão ao perceber a fuga do amigo e o encarou seriamente – Já chega Chan! Esses seus ataques de raiva e estresse, há dias que você não dorme direito. Você não é nosso pai e nem mãe! Somos todos irmãos aqui e cuidamos uns do outros... – Bang se mantinha cabisbaixo – Você pode ser o líder, mas não é o responsável pelo o que está acontecendo, nenhum de nós é – Conseguiu faze-lo olhar em seus olhos – Vamos resolver isso juntos, não se sobrecarregue sozinho.

– Obrigado! – Bangchan o abraçou com os olhos cheios de lágrimas.

– Cara... – Deu uns tapinhas na costas do amigo pegajoso para que o soltasse – Você é muito sentimental.

– Não sei o que seria de mim sem você... – Se afastou esfregando os olhos impedindo as lágrimas de sair.

– Ah, mas eu sei – Chan o olhou curioso, mas sem muita expectativa pelo o que estava por vir – Você seria um completo inútil! – Sorriu falso apertando os olhinhos e saiu de fininho deixando Bang com um sorriso bobo na cozinha – Agora vai dormir um pouco! – Gritou antes de entrar no quarto – Essas crianças sabem fazer uma panqueca!