22- Mãos na cabeça, docinho

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– Você não vai sozinho, sabe disso não é? – Bangchan pegou o celular de volta e ficou fuçando na lista de chamadas tentando identificar o número, mas estava anônimo.

– Não vou arriscar por a vida dele em perigo – Felix respondeu esfregando os olhos antes que as lágrimas saíssem, engoliu o choro e foi para o quarto colocar uma roupa para sair.

– A vida dele já está em perigo, não precisa colocar a sua também – Insistiu observando os passos do jovem com o braço apoiado no arco da porta do quarto.

– Nós não temos tempo pra isso, Chan – Vestiu uma jaqueta qualquer sem nem saber a quem pertencia – Eu vou na frente e sozinho pra ganhar tempo enquanto vocês bolam alguma coisa pra tirar a gente de lá – Disse com firmeza e certo do que queria – Me empresta o seu celular – Estendeu a mão para o mais velho que o olhou confuso – Não temos mais o gravador e eu não posso perder essa oportunidade.

– Se cuida, Felix... – Entregou o celular ainda meio relutante.

– Confia em mim, eu vou tirar ele de lá – Guardou o celular no bolso passando por Bangchan que apenas assentiu com a cabeça.

– Espera! – Minho que aparentemente ouviu toda a conversa, se aproximou de Felix que já estava prestes a descer pela janela – Deixa o celular e leva isso aqui – Estendeu uma mão para pegar o celular e a outra com um mini dispositivo eletrônico.

– O que é isso? – Felix perguntou encarando o dispositivo na mão de Minho enquanto pegava o celular no bolso da calça para fazer a troca.

– Isso é uma escuta – Colocou a mão na parte de trás da gola da jaqueta de couro que Felix estava usando como se procurasse por algo – Aqui! – Enfiou o dispositivo em um pequeno furo interno da jaqueta – E aproposito, essa jaqueta é minha – Sorriu – Prontinho – Deu leves tapinhas no ombro de Lix – Eu fiz o dispositivo e o Han desenvolveu um aplicativo para celular que se conecta diretamente com ele... Ou seja, estaremos aqui te monitorando e ouvindo tudo... Ok?

– Ok! – Entregou o celular.

– Isso aqui – Balançou o celular – Seria muito óbvio, eles com certeza irão te revistar e pegar a jaqueta – Estendeu a mão para devolver o celular para Bangchan – Toma cuidado Felix.

Yongbok apenas concordou com a cabeça e seguiu seu caminho determinado sobre o que estava prestes a fazer. Mas sentiu o coração pesar e suas pernas tremerem conforme se aproximava daquele lugar.

Quando finalmente entrou na rua principal do bairro Norte, a cada passo que dava mais a dentro daquele lugar escuro e cheio de caras mau encarados o observando, mais sua coragem esvanecia.

– Ei! Você! – Dois rapazes altos surgiram na rua caminhando em direção à Yongbok, não eram estranhos, Seonghwa e San, são parceiros de Hongjoong e isso atraiu sua atenção – Vem com a gente!

Sem ter muito o que fazer, Felix apenas obedeceu e os seguiu até um beco escuro onde um dos rapazes colocaram um saco preto sobre a cabeça do australiano impedindo sua visão e amarraram suas mãos juntas para trás.

Conforme era empurrado pelos rapazes sem enxergar para onde estava indo, seu coração batia mais rápido, estava com medo, mas tentou manter-se controlado. Até porque, graças aos meninos do Oeste e aquele primeiro plano fracassado, Lix tinha decorado na cabeça todo o mapa do Norte, então por mais que não pudesse ver, não tinha tanta precisão, mas sabia para onde estava sendo levado.

Até que enfim, pararam, tiraram o saco preto de Yongbok que deu uma breve olhada ao seu redor, estava exatamente onde deveria estar de acordo com os passos e curvas feitos durante todo o percurso, um antigo e abandonado hangar de aviões. O local estava vazio, o que fazia o som das goteiras ecoarem, praticamente todo o som ali fazia eco, passos pisando em pequenas poças de água, roedores, estralos. E assim como todo o bairro Norte, a iluminação também não era das melhores, todas as luzes estavam apagadas deixando o ambiente mais sombrio, havia apenas uma luz acesa a sua frente, onde pode enxergar Hongjoong em pé rodando um pedaço de ferro cilíndrico em sua mãos como se fosse um taco de baseball e ao seu lado, Hyunjin caído no chão, desacordado, com as mãos e os pés amarrados.

Street Love {Hyunlix}Onde histórias criam vida. Descubra agora