Capitulo 26 - O Atentado

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Na,manhã do dia seguinte, percebemos que eramos felizes independente das situações em que viviamos, se tivessemos um ao outro, tudo estava bem, mas dali a diante passamos a viver dias de medo. Tanto Nikola quanto eu ficamos paranóicos com as ameaças de Sasha Hilantrovith e por medo de nos perdermos um do outro. Nikola começou a andar armado as vinte e quatro horas do dia, e qualquer movimento atípico, ele ja sacava a pistola com medo de ser um ataque de Sasha Hilantrovith.

Passaram-se cinco meses e a nossa vida voltou ao normal, aos poucos voltamos a nossa rotina isolada do resto do mundo. Substituimos o medo pela esperança, e continuamos a nos amar com toda a intensidade. Nikola sempre me surpreendia com pequenos gestos e declarações, minha felicidade estava concentrada na felicidade dele. Um sorriso de Nikola era capaz de me intorpecer como nenhuma outra droga jamais iria conseguir.

Tudo estava indo muitissimo bem, até que uma noticia abalou nossa rotina; "Sasha Hilantrovith preso apos entrar em uma igreja e atirar contra o Padre e contra os fieis no centro de Moscou."  - Entramos em pânico. Nikola chorava desesperado enquanto eu ligava para a polícia em busca de informações.

Algumas horas após a  noticia, o Padre Sammuel entrou na sala e imediatamente, o Misha ja correu em direção do Vovô. Nikola chorou novamente, mas de alivio em ver seu pai a salvo e bem. O Padre Sammuel não havia feito a celebração daquele dia para ir nos visitar. Outro padre assumiu o compromisso de celebrar junto aos fieis naquela manhã.

Ao todo no atentado, morreram onze pessoas, entre elas o Padre Hanz Guizzalberth, o padre que assumiu o lugar do Padre Sammuel Schomsk naquele dia. Meu coração ficou apertado e eu comecei a temer pela vida do meu pai, ele poderia ser o proximo alvo e, mesmo preso, Sasha Hilantrovith poderia atentar contra a vida dele.  Liguei para a casa dos Kakarovith e senti um alívio quando Fridda atendeu o telefone.
- Mansão dos Kakarovith, bom dia!
- Fridda, graças a Deus. Está tudo bem por aí?
- Oi Andrey, está sim. E você, meu filho? Como esta?
- Estou bem, Fridda! Só estou preocupado com vocês aí de casa. Promoveram um atentado contra a familia do Nikola e podem tentar contra vocês também. Onde esta meu pai?
- Seu pai foi ao Brasil participar de uma Reunião de negócios com um empresario do ramo da construção de lá. Vai ficar meses fora!
- Que alivio! Fridda, se vocês receberem qualquer pacote grande sem remetente, chame a polícia. Não abra. Pode ser uma bomba.
- Uma bomba? Como assim? Quem iria enviar uma bomba para seu pai?
- Sasha Hilantrovith! Ele quer vingança pelas denuncias que fiz contra o pai dele.
- Na verdade chegou um caixa imensa ontem aqui na mansão, mas não tinha remetente. Será que pode ser uma bomba?
- Fridda, tire todos da casa imediatamente, vou chamar o Capitão Noriev e o esquadrão Antibombas.
Fridda pediu aos empregados que Saissem da casa, em seguida um dos jardineiros teve a ideia de cavar um imenso buraco no jardim e jogar o embrulho dentro. Com a ajuda de outros empregados, eles pegaram o pacote e o colocaram na cova aberta no jardim e assim que o pacote caiu dentro do buraco, uma explosão foi ouvida em todo o bairro. A minha desconfiança se confirmou. O alvo era meu pai.

Assim que chegamos a casa do meu pai, o Capitão Noriev e eu ouvimos o estrondo que tremeu os vidros do carro. Descemos rapido, preocupados com a possibilidade de haver vitimas, mas logo percebemos que estavam todos seguros. Quando percebi que era mesmo uma bomba destinada ao meu pai, minha vontade foi de ir ate o presidio onde estava Sasha Hilantrovith e espanca-lo ate a morte. Fui tomado por uma raiva muito grande, mas em seguida percebi que a Rússia ja não era mais segura nem pra mim, nem pra ninguém da minha familia e eu tinha que providenciar a saida de Nikola e do pequeno Misha daquele lugar com urgência. Liguei para o meu pai e contei tudo o que estava acontecendo, ele disse que tomaria providencias para deixar os funcionarios da mansão seguros. Liguei para Nikola e pedi para que ele arrumasse as malas pois iriamos viajar. Informei ao Capitão Noriev e a todos os nossos amigos qu ficariamos um tempo fora.

Quando cheguei em casa, o Padre Sammuel estava com o Misha adormecido no colo.
- Andrey, meu filho. Sente-se. Vamos conversar.
-Pois não padre Sammuel.
- Andrey, Acredito que a Russia não seja mais um lugar seguro pra você e nem para o Nikola.
- Eu também tenho pensado muito  isso, Padre Sammuel. Estamos correndo um serio risco aqui.
- Meu filho, vocês precisam fugir do pais.
- Mas para onde iriamos? E como ficaríamos distantes de vocês?
- A partir do momento em que meu filho e você se uniram para celebrar o amor e ser felizes juntos, você também passou a ser meu filho. Minha preocupação com vocês é valida. Vocês precisam ficar longe das garras desse preconceito enraizado nestas terras, precisam caminhar sem medo de ser quem são, sem medo de se amar.
- Eu sei, padre Sammuel, mas e vocês,  tememos que algum mal aconteça ao senhor, ou ao meu pai.
- Não tenha medo dessas coisas. Seu pai não para em um unico lugar por muito tempo e quanto a mim, a Igreja ja me transferiu para a polonia. Ainda não contei nada ao Nikola por medo de ele achar que é culpado. Meu filho não tem culpa de nada. Ele nasceu amando diferente, demorei a entender isto, mas agradeço a Deus todos os dias por Nikola ser quem é. Por ter crescido e por não ter se prendido nas algemas das formas sociais. Quem se adequa a estas formas, perde para sempre sua essência.
- Eu queria tanto que nada disso estivesse acontecendo...
- Tudo o que está acontecendo é para que você veja que Deus fez o Nikola pra você e você para o Nikola! O amor de vocês resiste a todo tipo de adversidade. Vão para a América, lá vocês poderão se amar sem medo e ser felizes sem intervenções.

Desde estes concelhos do Padre Sammuel,  eu fiquei pensativo, e aceitei a sugestão dada por ele. Comecei a sonhar com nossa familia passeando unida e feliz.

A Vida Secreta de Nikola SchomskOnde histórias criam vida. Descubra agora