Um amor da mesma cor

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Sons de carros fazem barulho em plena luz da manha, e conversas de pessoas se aumentam, estou prestes a pegar um ônibus para ir á faculdade de são Paulo, meu primeiro dia de aula no curso de psicologia, no qual estou 10 minutos adiantada.

Será que eu vou poder ganhar meu diploma? Vou pelo menos passar? São muitas perguntas que eu faço pra mim mesma.

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         -Bom dia pessoal - cumprimenta o professor  de cabelos grisalhos  que aparenta ter 42 anos em sala de aula  -É um prazer conhecer vocês, Meu nome é professor Antônio, e vou estar dando aulas  durante esses 5 anos de curso de psicologia - todos aplaudem

       -Eu quero saber apenas o nome de vocês, para eu poder me lembrar nos próximos anos, deixo eu ver, Você! -aponta para mim- Única negra da sala, se apresente

    Aquelas palavras soaram ofensivas ,''Única negra da sala'' pensei, pelo menos não me chamou por um apelido racista no qual eu costumo ouvir.

    -Meu nome é Amanda, Prazer -me sento  de novo na cadeira

    -É um prazer Amanda, me desculpe se eu te ofendi quando falei que você era a única negra da sala  -faz uma reverencia asiática curta - mas se ver em sua volta ,você que se destaca né -Pisca o olho  e todos rir.

   -Tudo bem professor - falo

   - Você da esquerda como se chama? -pergunta olhando para uma morena branca estilosa demais em plena 7 da manhã

   -Lídia, professor - se levanta 

   -É um prazer Lídia, pode se sentar - e a mesma obedece  - Você a namorada do filho do Doutor Laures né? -pergunta

  -Sou sim -responde com orgulho metido

 -Que sorte de ser a futura nora do nosso querido vice diretor -sorri para ela

         Pera? Namorada do filho do vice diretor da faculdade? Por isso está muito arrumada, e tem cara que se acha, mas quem deve ser o filhinho do papai?

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      -Já não aguentava mais essas apresentações de 200 alunos nessa aula -reclamo para minha melhor amiga Marilia saindo da sala de aula

     -Concordo amiga, principalmente da tal  de Lídia  -concordo com ela com a cabeça - Já está na cara que se acha

     -E falando dela, você conhece  o namorado dela? -pergunto me virando para o outro corredor -tipo a aparência ou qualquer coisa dele?

     -Eu só sei que ele vai estar na mesmo curso que a gente, mas não sei se é na mesma sala que a nossa -fala sentado na mesa do Refeitório  -Também sei que ele e o pai não se parecem como todo mundo imagina

    -Como assim? -me aproximo para ouvi-la

    -Ele é da mesma cor de pele de você -mexe em seus cabelos loiros enquanto fala -e Também o pai é branco, ele é só assim porque a mãe é da França

     -Verdade existem negros na França -lembro dos jogos da França que tinha jogadores negros

   -Só que ela nasceu mesmo em Senegal, e foi adotada por um casal Frances, e depois veio para o Brasil e se apaixonou pelo doutor Laures - arregalo os olhos

  -Daria para um Ótimo livro -Aplaudo devagar - compraria serio, mas como você sabe de tudo isso? -pergunto

  - Sobre o filho, no Instagram de lídia -abre no celular -e sobre os pais, eu ouvi ela também falando com uma das amigas dela

  -Você gosta de fofoca mesmo -sorriu para ela 

   -Só gosto de ficar informada -Nos rimos  - precisamos voltar para a aula 

  -Claro -concordo e sem querer me esbarro com alguém -Desculpa mesmo  

  -Ah você -me esbarro com Lídia com suas amigas -Você é a tonta da Amanda né, tinha que ser

  -Desculpa por esbarrar em você, mas tenho que ir -falo mas ela me segura pelo braço 

  -Até que seu cabelo é bonito -mexe nos meus cabelos liso negros -Progressiva né? -pergunta

  -É natural, por favor me solte está doendo -tento me soltar 

  -É só me falar que seu cabelo é progressiva e te solto -me agarra ainda mais -Nenhuma negra que conheço tem cabelo liso -suas amigas concordam

 -Isso soou racista sabia -tento me soltar 

 -Mas é a verdade baby -Derramo uma vitamina de banana com meu outro braço livre 

  -Eu disse para me soltar -deixo o copo sobre a mesa - e isso foi muito infantil da sua parte

   -Verdade - concorda Marilía que esqueci que estava ao meu lado, e varias pessoas que estavam ao redor da gente