— Este aqui é Teatro de Dionísio! Como vocês podem ver, é uma das estruturas mais antigas da cidade. Construída ainda no período da Cidade de Deuriga, já foi palco de grandes apresentações, como as de Shakespeare e Pixinguinha. Atualmente ele é palco de apresentações grandiosas de artistas históricos que dividem o palco com artistas novos. Esse projeto foi idealizado pela Rainha da Orquestra de Orfeu.
Verdadeiramente, o Teatro de Dionísio era apaixonante e cativava cada um dos que assistiam a um espetáculo naquele lugar. Era um lugar de arquitetura antiga, da época da antiguidade, mas que durante anos foi sendo reformado e atualizado, agregando diversos tipos de arquiteturas clássicas, como as estruturas renascentistas, góticas e barrocas, com alguns toques contemporâneos. Eram milhares de cadeiras em frente a um palco gigantesco, que poderia abrigar de apresentações de circo a shows grandiosos. Ainda do lado de fora, as várias janelas absorviam a luz do Sol e faziam com que as vidraças se colorissem em tons degradês que mudavam dependendo do ponto de vista de quem as estivesse vendo. A entrada era repleta de verde, um jardim com dezenas de flores de espécies distintas que coloriam aquele espaço, e árvores rosas de troncos brancos e folhagem também rosa coloriam o chão com as folhas que caíam.
Todos olhavam de boca aberta aquele lugar, não conseguiam acreditar naquela gigantesca e apaixonante construção. Era como viver literalmente nos sonhos mágicos que tinham. Conversavam entre si, debatendo sobre o lugar. Os arquitetos não paravam de contar as influências que aquela estrutura possuía. Já os fotógrafos não paravam de tirar fotos, pois sempre tinha algo novo para se registrar. Ítalo, ao lado de Helena, pediu para que o seguissem para conhecerem o lugar e verem uma surpresa, o que obviamente deixou todos com grande ansiedade.
De dentro, vendo da janela, Nina bisbilhotava o lado de fora enquanto Efity terminava de se preparar. As duas estavam muito empolgadas para aquele momento que se aproximava, não conseguindo conter a alegria entre elas — quer dizer, cada uma de seu jeito. Enquanto Efity não parava de se arrumar, Nina andava de lá para cá. Mas de onde saía tanta euforia?
Nina era a Princesa do Museu de Deuriga. Ganhou o título depois de ter feito os críticos do museu chorarem coletivamente pela produção de seu quadro mais famoso: O Cemitério da Paz, um quadro que retratava onde seus pais haviam sido enterrados, mas de uma forma linda e agradável que permitia fazer com que a melancolia e a felicidade dançassem juntas. Mas sua história sempre foi muito preenchida com arte e inspiração. Sempre estudou bastante com a intenção de ser um artista excepcional. Se cobrava intensamente por ter uma arte não errante. E se você me perguntar como ela reagia quando não era valorizada, bem... não é possível dizer no momento, pois ela ainda não decepcionou com seus trabalhos, o que com certeza seria um problema em algum momento.
Já Efity, mais velha que Nina, era uma mulher com muitos acontecimentos em sua vida. Ganhou grandes prêmios musicais no Reino Outonar, viveu na Cidade de Deuriga e se apaixonou por Orpheu, filho de Eros. Inclusive, foi considerada por ele a única digna de tocar sua harpa através de uma apresentação impecável que a mesma realizou. A paixão não seguiu em frente, tendo em vista que Orpheu era apaixonado por Eurídice, mas o grande harpista não deixava de elevar e valorizar os trabalhos de Efity. Depois de alguns anos ela decidiu seguir para a Físicus e viver com os humanos. Lá ficou muito conhecida pelo seu trabalho. Depois que soube que nascia a Cidade dos Prismas, decidiu voltar para Deuriga e, como recepção, foi declarada Rainha da Orquestra de Orpheu. Este havia se distanciado das orquestras, e só ela poderia assumir seu lugar. Efity também fundou a Arpa TV, o primeiro canal de TV de Deuriga.
Podemos notar por aqui que as duas têm bastante currículo para levantarem seus egos. As duas eram notórias por tudo que citei, e realmente deveriam ser reconhecidas por seus feitos. Mas também eram bastante conhecidas pelo ego. Ninguém gostava de entrevistá-las por mais de cinco minutos, pois logo tornava-se um monólogo sobre si próprias. Fora os inícios de apresentação um pouco longos, já que adoravam pontuar cada detalhe do que iriam apresentar ao público. Quando os Prismas chegavam para assistir uma apresentação delas pela primeira vez, era certo de que dormiam no início, mas logo depois de tanto "blá blá blá" o show valia muito a pena. Às vezes precisamos fazer alguns sacrifícios, não é mesmo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Paletas de Hermys
FantasyO destino do planeta depende da astúcia de Hermys e seus companheiros. Juntos irão conhecer mais o mundo, e ajudar a enfrentar diversos inimigos que ameaçam o planeta Terra.