Família

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Angel


-Avise seu pai, que se ele se interessar em fazer parte da nossa aliança tanto minha matilha, quanto o clã meia noite estamos abertos para a conversa- disse o alfa Yvailo antes de eu sair de seu castelo

"Guerras são como rosas, tem seus espinhos, mas também tem sua beleza" era isso que meu pai sempre me falou, desde que eu era criança

Eu irei fazer o que meu pai sempre me ensinou, irei fazer o que prometi, e se a matilha convexa crescente continuar com essa aliança contra nossos inimigos, irei representar meu pai na batalha, assim como imagino que Fenrir ira representar seu pai, não irei me importar de levar sua cabeça até meu pai, desde que ele fique orgulhoso

O pequeno exercito que escalei para me acompanhar até o castelo do alfa Yvailo estava caçando, não falta muito para chegarmos o nosso reino lua negra, mas pararmos para nos alimentamos dos pequenos animais da floresta das navalhas, se ficamos com fome é difícil controlar

-A pausa acabou, voltem para a formação, em menos de uma hora vamos chegar -grito, todos os vampiros que antes estavam caçando agora se encontravam em minha frente em formação

Como já dito, foi rápido, ao chegar no castelo eu dei o relatório para meu pai, seu rosto, sério como sempre, ficou ainda mais sério

- Então ele deseja bater de frente comigo ? - pergunta meu pai, mais para ele mesmo do que para outra pessoa

-Meu senhor, acredito que não seja essa a intenção do alfa Yvailo, e sim apenas manter os acordos que ele fez com o clã meia noite- disse o conselheiro do meu pai

- O alfa Yvailo disse uma coisa....

- O que ele disse ? Fale logo !- grita meu pai, como eu odiava quando ele gritava, meu rosto se fechou e a vontade de socar algo se fez presente em mim

-Ele disse que está disposto a te aceitar na aliança que fez com o clã meia noite- digo entre dentes, a raiva prejudicando minha fala

- Ele é louco se acha que faremos uma aliança com meia noite, eu espero matar cada um daquela linhagem e depois tomar suas terras

- Meu filho? Você chegou ?- minha mãe aparece entre os corredores escuros

- Mãe? Eu voltei, está tudo bem - digo

Ela se aproxima e me abraça, escuto meu pai bufar, como sempre ele se intromete na forma que minha mãe me trata

-Você mima muito esse garoto, não é atoa que até hoje não se casou, não tem pulso firme nem para controlar homem, muito menos para controlar mulher- escutar meu pai dizer isso me deixou com mais raiva ainda

-Com licença - saio do cômodo e vou direto para meu quarto, assim que chego uma empregada está arrumando meu caixão, colocando uma almofada vermelha, que combina com o interior do caixão, ela se assusta ao me ver.

- Desculpe príncipe, eu já terminei de arrumar o seu caixão - ela passa rapidamente por mim, esbarrando no meu braço - me desculpe, me desculpe

Muitos tinham medo de mim, eu fiz questão de construir essa imagem, para talvez meu pai se orgulhar, mas aparentemente eu nunca sou suficiente, eu sempre sou, mimado, fraco ou frouxo

- Eu nunca vou conseguir te orgulhar - sussurro enquanto me vejo no reflexo da janela

Na infância eu só fazia as amizades que ele mandava, na adolescência eu só me envolvi com pessoas que ele mandava, eu lutei e invadi os reinos que ele manda e no final irei me casar com quem ele mandar

Vou até o banheiro e depois de tirar a roupa entro na banheira que já estava preparada, me esperando, talvez eu esteja irritado, talvez eu esteja chateado, talvez toda essa situação esteja me estressando, essas eram as únicas explicações para minha mente me levar até o filho de Yvailo, eu não pude deixar de notar sua pele preta e seu olhar direcionado a mim, ele esteva determinado, tão determinado quanto eu em orgulhar meu pai, seu cabelo cacheado enrolaram meus pensamentos nele

Escuto uma batida na porta, eu teria notado o cheiro de alguém se aproximando se não fosse pela minha distração, é um cheiro desconhecido eu nunca senti antes 

-Pode entrar- digo ficando atendo aos barulhos do quarto, mas eu só escuto seus passos se aproximando, levanto da banheira e enrolo uma toalha, um homem de cabelos loiros e pele branca entra no banheiro, seu olhar azul recai sobre meu corpo seminu, ele estava vestida apenas com um roupas fino e apertado - Pois não?

-Seu pai me mandou aqui, eu prometi cuidar muito bem de você - ele diz sorrindo de lado

-Estou cansado- digo 

-Mas seu pai disse que era para contar para ele, caso algo desse errado...

- Meu pai pediu o relatório da nossa transa?- pergunto debochando

-Parece que sim, príncipe

- Diga a ele que foi a melhor da sua vida, e eu te pagarei bem- digo

- Eu não posso mentir para o rei, nem por dinheiro

- Então o que você quer para ir embora ?

Ele tira seu delicado roupa, exibindo seu corpo nu

-Fazer meu trabalho, príncipe 

-Eu já disse que não quero

-Mas seu pai vai saber, príncipe, ele também vai brigar comigo, não só com o senhor- diz ele 

-Saia- Ordeno

-Mas....

Pego ele pelo braço, ele pega seu roupão de volta, eu o levo até a porta do quarto, eu sei que meu toque foi bruto e violento, mas eu infelizmente sou igual meu pai.

-Eu disse para sair, eu ainda sou o herdeiro do trono e seu príncipe, quando eu dou uma ordem você cala a porra da boca e acata, não vou te fuder porque meu pai mandou- jogo ele no meio do corredor, o vampiro na minha frente que antes tinha uma face safada agora estava assustado, assustado como eu, quando tinha 10 anos...

Eu fecho a porta e lágrimas de raiva brotam, lágrimas vermelhas, lágrimas de sangue, eu também estava calmo, eu meio que desobedeci meu pai, isso foi bom, mesmo que amanhã eu tenha que aturar ele

-Eu devo estar muito estressado mesmo, até desobedecer meu pai, eu desobedeci

Penumbra do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora