Angel.... Segunda
Fenrir não dormiu desde ontem, eu podia notar que ele estava com sono, imagino que talvez ele esteja com medo de eu abandona-lo. Eu não poderia culpa-lo por não confiar em mim, eu ainda estava pensando em abandona-lo em algum lugar dessa floresta.
A floresta estava escura, por causa do horário da madrugada, meu corpo começou a pedir comida, eu sabia que eu não deveria deixar chegar a esse ponto, mas eu queria chegar o mais cedo possível na matilha de Fenrir.
Combinamos que lá séria o melhor lugar para irmos, já que seu irmão mais novo ficou responsável pelas tropas e pela matilha.
-O que aconteceu com seu irmão?- pergunto tentando me distrair da minha fome.
-Como assim ?- ele estava obviamente confuso, acho que nem tudo é tão óbvio como eu penso.
-Seu irmão nunca foi apresentado a sociedade, seu pai nunca levou ele para um evento, eu até mesmo achei que era só uma lenda, ou uma brincadeira de mau gosto, e que na verdade seu pai só tinha dois filhos.
- Eu posso te afirmar que meu irmão mais novo é real !
- Então por que ele é um fantasma?
- É uma longa história...
-Uma pena que não estamos caminhando em uma floresta- digo irônico .
- Tem coisas que ficam em família...
-Nossa isso foi muito intenso, imagino que você só vai contar para seu noivo- digo me referindo ao fato de provavelmente seu noivo estar metido no massacre da festa.
Fenrir me ignorou, e assim fez o caminho todo, era começo da manhã quando chegamos, roubamos algumas roupas de camponeses, na intenção de passarmos despercebidos. A cidade parecia violenta, com uma grande quantidade de vampiros.
- Lua convexa sempre teve tantos vampiros ? - cochicho para Fenrir.
- Não, normalmente é raro sua raça por essas bandas.
Sabíamos que algo tinha acontecido e que alí não era seguro para nós.
-Vamos embora - digo segurando seu braço, mas paro ao notar uma relutância da parte dele- Vamos embora, você me impediu de matar a rainha do clã meia noite, em nome da minha vida, só para eu morrer aqui?
-Eu preciso achar meu irmão !- diz com certeza.
- Acorda, olha a quantidade de vampiros que estão andando pela sua matilha, olha para esses camponeses amoados, temos a chance de cair fora ainda.
- Você pode ir se quiser, eu não vou me dar ao trabalho de te convencer de algo- diz Fenrir antes de se soltar de mim e andar em direção ao castelo. Eu podia jurar que ele estava implorando para eu acompanhá-lo na viagem, algumas horas atrás. Qual o problema dele?
Quer saber ? Foda-se ! Eu não vou ficar atrás de um filhinho de alfa metido a herói, que mal sabe lutar, se ele quer morrer.... Parabéns, eu quero continuar vivo e matar aqueles que mataram minha família.
Viro de costa para o caminho que Fenrir seguiu e tomo a direção contrária, eu vou embora desse lugar.
Fenrir
Como eu imaginei... Angel me abandonou na primeira oportunidade, esses vampiros não são confiáveis, sempre pensando em si mesmos. O maior erro do meu pai foi acreditar na mudança dessa raça.
Minha intenção era andar aos arredores do castelo e descobrir algo importante, mas uma movimentação estranha me chama atenção, uma estranha quantidade de camponeses estavam indo em direção a praça principal, onde antigamente ocorriam...
"A praça dos corpos sem cabeça" o nome da praça me atingiu como uma soco, não poderia... Não!... Vou em direção a praça, a cada passo me sinto mais perto da morte, me sinto mais fraco, eu podia sentir minhas pernas fraquejarem, ao mesmo tempo que dava passos sólidos.
- Vocês não teriam coragem...- digo entre dentes.
Assim que chego na praça vejo o palco de madeira, Marcos estava sentado em um banco enfeitado com tecido caro, um pouco distante, eu podia ver uma pessoa de joelhos, eles pareciam esperar a multidão chegar para o grande show.
-Agora que estão todos aqui... Podemos começar, esse homem- diz apontando para a pessoa ajoelhada com um saco na cabeça - É um perigo para meu reinado, e hoje vou mostrar o que acontece com todos que são um perigo para meu reinado .
Marcos manda tirar o saco de pano da cabeça, e assim é revelado um homem com máscara dourada de teatro enfeitada, logo tiram também sua máscara, ostentando seu rosto desfigurado e assustado, logo Marcos pega uma espada e corta a cabeça do homem, a cena foi chocante, eu pude notar que o homem me olhou nos olhos, com decepção, eu não defendi meu povo, eu não defendi ele...
Sinto mãos nos meus ombros, me assusto e tento me afastar, mas me acalmo ao notar que era Angel.
-Quem era esse homem e por que você está chorando? - me pergunta confuso.
-Ele era meu irmão mais novo, e eu estou chorando por que sou fraco.
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Penumbra do amor
FantasyNa tentativa de evitar uma guerra, a matilha "Lua convexa" e o clã de vampiros "Meia noite", decidem criar uma aliança, mas o clã "Lua negra", inimigo antigo do clã "Meia noite", não parece gostar da nova aliança. Assim ameaçando os três reinos com...