golpe

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Fenrir... Domingo

Domingo havia finalmente chegado, eu me veria longe de Marcos e suas conversas entediantes, eu estarei longe do clã Lua negra, e consequentemente de Angel.

Eu só tenho que vestir uma roupa elegante, sorrir, conversar um pouco e depois ir para meu quarto e no dia seguinte ir para casa.

Ao contrário do chá de ontem, eu estava pronto e vestido antes mesmo do evento começar, mas eu demorei no quarto mais um pouco. Eu odeio chegar em um evento e ser uns dos primeiros .

Sai do quarto depois de alguns minutos, em direção ao salão principal, assim como outros convidados que encontrei no caminho, todos estavam bem arrumados e cheirosos. Até mesmo questionei meu cheiro, mas eu também sabia que estava cheiroso.

O salão principal já estava movimentado, agradeci mentalmente por isso, enquanto andava pela pessoas, meus olhos encontraram Angel, que também estava olhando para mim, eu me esforcei para manter um olhar sério, porque o olhar dele... Era o olhar mais sério que eu já vi, e naquele momento eu vi, o quão parecido ele era com seu pai.

Me afasto de seu olhar, e decido procurar meu pai e meu irmão, mas falho. Parece que eles não chegaram, continuo procurando, passando o olhar entre sereias, bruxas, vampiros e lobos, mas minha segunda falha me fez desistir. Vou para o jardim procurar por eles, em algum lugar eles estão !

"Nunca se atrase, respeite seus inimigos, porque seus inimigos tem povos, e o povo deve ser respeitado"

Para alguém que repetia isso para mim e para meu irmão, ele está bem atrasado, volto para dentro, e vou em direção ao quarto do meu pai.

Bato na porta algumas vezes, mas ele não me atende, tento novamente dessa vez mais forte, começo a me preocupar, eu sinto o cheiro do meu pai por perto, tenho quase certeza que ele esta em seu quarto .

- Algum motivo para estar fora do evento?- levo um susto com a voz de Angel.

-Que inferno, se for para me seguir, tenta não me matar do coração- digo irritado

Ele parece não ligar para minha fala, ele coloca a mão na porta de meu pai e fareja a porta.

-Você bebeu ?- pergunto estranhando sua atitude

- Está sentido esse cheiro?- Me pergunta Angel

-Que cheiro?

- Fenrir... Isso é sangue !

Ele me afastou da porta, e com alguns chutes, a porta virou pedaços, eu não conseguia ver o que estava dentro do quarto, mas pela cara de Angel não era bom, tento me aproximar, tento ver o que espantou Angel, mas ele me impede, seu corpo me abraça e me prende.

-Deixa eu ver, eu quero ver- eu disse, minha voz rouca pelas lágrimas que saiam dos meus olhos.

-Você não precisa ver isso- ele me disse, sua voz pela primeira vez doce comigo.

-Meu pai... Eu quero meu pai...- digo abraçando Angel.

-Ele está morto- ele sussurra.

Me afasto dele, ainda com o rosto molhado pelas lágrimas, ele não poderia me proteger disso, ninguém poderia, vou em direção ao quarto, dessa vez ele não me impede, só me acompanha.

E lá estáva, o corpo de meu pai, sua cabeça em cima da escrivaninha, do lado de uma taça com seu sangue, seu corpo largado no chão, como lixo...

Quem fez isso não tinha coração, as lágrimas que saiam de meu rosto no momento era de ódio, eu me prometi matar quem fez isso.

Penumbra do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora