+ quatro

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É possível sentir saudades de alguém que estar a poucos metros de você? Essa é uma pergunta retórica. Eu sei a resposta. Estou morrendo de saudades de Ella, isso porque só faz poucas horas desde que ela dormiu a noite.

Para matar essa saudades, eu só precisaria me levantar da cama, sair do meu quarto, seguir pelo corredor até o de Ella, e mesmo assim, não seria o bastante para matar a saudades. A essa hora da manhã, meu bebê ainda dorme. Na verdade, teoricamente ainda não é bem de manhã, o sol la fora agora que começa a tomar seu lugar no céu, colocando a lua para descansar pelas próximas 14 horas.

Repasso mentalmente os últimos acontecimentos da noite anterior, enquanto espero pelo horário de está de pé. O encontro com o meu ex que não chegou a ser ex de fato, fez o resto da minha noite ser tudo menos uma noite de sono profundo. Dormir foi o que não fizemos, talvez seja esse fosse um dos motivos da minha falta de sono, faz pouco mais de duas horas que Jorge capotou ao meu lado, depois de deixar claro que eu pertenço a ele. Jorge é tão previsível quanto aos seus ciúmes, mês passado foi o mesmo com Charlie.

Se não tenho sono, pelo menos, tenho os braços de Jorge me mantendo aquecida a seu corpo.

...

Um resmungo chorão, impaciente, me acorda do que provavelmente foi uma hora de cochilo de um sono repentino que me venceu. Nem senti quando enfim, consegui dormir.

Maaama.. – Seu chamado por mim me desperta de uma vez. Surpreendendo-me, seu chorinho e chamado não vem da babá eletrônica, e sim, da sua presença ao meu lado na cama.

Quando me viro, meus olhos são presenteados por Ella olhando-me com seus olhos redondos e verdes a me observar. Um biquinho de choro, junto com algumas lágrimas que molham suas bochechas gordas e fofas.

Mama – ao me ver acordada, meu bebê se joga sobre mim, chocando seu corpinho ao meu.

A abraço, colocando-a confortável sobre mim. Afago-a com carinho, deixando mais calma.

— Bom dia meu amor. – Em resposta, um balbucio resmungão diz que eu posso guardar meu bom dia para mim. — Eu já sei querida, que você não é um ser matutino.

Minha filha pouca vez em sua curta vida, parece feliz ao acordar pela manhã, sempre um resmungo, um chorinho, uma birra inocente.

— Achei que você ficaria feliz em acordar ao lado dela – nú, Jorge sai do banheiro, com a toalha que seria para cobrir seu corpo, sendo usada para lhe secar. Guardo para mim o quanto me irrita, que quando ele não se seca antes de sair do banheiro, deixa um rastro de caminho de possas de água por onde passa.

— Quem não parece feliz é ela. – Comento.

Jorge sorrir, compreendo o mal humor da nossa pequena.

Papaai qiii – Ella o chama, querendo o ter conosco na cama. Jorge entendendo seu chamado, e o obedecendo o chamado da nossa pequena. Vem até a cama, se sentando a borda da cama.

— Bom dia minha garotinha – Carinhoso, Jorge deposita um beijo sobre a cabecinha de Ella. Mas a pequena ainda em seu estado de mal humor, repete o mesmo resmungo que me deu a pouco, evidenciando que qualquer bom dia, não será bem recebido da parte dela. Jorge gargalha, a deixando intrigada. O encarando, com o quase mesmo olhar de represália igual ao meu, ela encara Jorge o desafiando a continuar rindo. Sorrio agora junto de Jorge, a deixando irritada um pouco. Ella faz um biquinho e em segundos, o gritinho é dado por ela, com seu choro birrento.

...

No café da manhã, Ella já em nada não parecia com a garotinha mal humorada. Suas risadas foi a trilha sonora para mim e Jorge, quanto consumimos nossa primeira refeição do dia. Não que seja todo dia assim, a correria de ir para o hospital mau nos dar a oportunidade de prepararmos nosso desejum.

Doctores: Antes do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora