Capítulo 30: EPÍLOGO

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POR VOCÊ

        Em um aeroporto qualquer...

 Otávio e Maurício de mãos dadas, sorriam, ambos observando os aviões que decolavam em direção ao horizonte, que anunciava o crepúsculo. Falavam sobre o passado e de tudo que os trouxe até aquele momento. Maurício, como sempre, com suas perguntas ingênuas e sinceras sobre o destino dos dois, Otávio, por sua vez, esbarrava em desculpas, só para deixá-lo ainda mais curioso. Não queria contar que estavam indo conhecer um tio e seus primos, que moravam na Inglaterra. Seu passado era baseado em fragmentos ainda, que o deixavam levemente desconfortável, mas feliz, no fim das contas.

- Queria saber por que está tão cheio hoje? – Disse Maurício olhando a sua volta.

- Provavelmente estão todos de férias e também resolveram fugir da cidade. – Disse Otávio, de maneira irônica.

- Ridículo! – Riu, empurrando-o de leve.

- Mesmo assim, me ama e não negue! – Puxando o encaracolado para mais perto, depositando um beijo em seus cabelos.

- Amo mesmo! – Disse, dando-lhe um selinho.

Se abraçaram, trocando beijos e juras de amor, cúmplices.

E lá fora, os aviões iam e vinham lentamente, com as luzes da pista já piscando; e a vista congelada sendo contemplada, pelo casal abraçados e em silêncio, dava espaço às lembranças e as memórias e tudo que passaram, sobrevoando suas mentes como os pássaros naquele horizonte.

De repente, um menino que vendia rosas, se aproximou, oferecendo aos dois, as lindas flores, com um sorriso tímido nos lábios.

- Quer comprar uma rosa, moço? – Disse com sua voz delicada.

Otávio sente seu coração amansar e aquecer, assim que a criança se aproxima deles

- Onde estão seus pais, pequenino? Não é tarde pra você?

- Eu sou órfão, tio! Não tenho pai, nem mãe, não. – Sorriu, - Quer comprar uma rosa? – Estendeu a mão com um botão de rosa vermelho.

Assim que ouviu aquelas palavras, Otávio olhou para as rosas no cesto e um portal de lembranças se abre em sua mente, recordando de toda a sua infância. O olhar paralisou-o por alguns instantes.

- O que está passando nessa sua cabecinha, meu loiro? - Disse Maurício.

- Tive uma ideia, meu anjo. – Falou.

Otávio sorriu, se voltando para o pequeno que ainda permanecia ali, parado, na esperança de conseguir vender alguma das suas flores.

- Quanto custa todas elas, pequeno?

A criança piscou várias vezes, antes de dar o valor. Ainda estava em choque, mesmo depois que Otávio passou o dinheiro pra ele.

- Tome. Tem mais um pouco, pra você pegar um táxi e ir pra casa. – Sorriu com os olhos. – Qual é seu nome?

- Me chamo Miguel, moço. Muito obrigado! – Ria, enquanto escondia o dinheiro dentro da meia. - Minha avó é quem me cuida.

- Agora, vá pra cara, Miguel. Já está tarde pra ficar na rua. – Falou, alisando os cabelos castanhos do menino.

- Obrigado mesmo, moço! – Disse, com os olhos úmidos.

Ficaram olhando o menino correr pelo saguão agora mais calmo. O lugar estava todo iluminado, com as luzes frias e as placas com os avisos em diversos idiomas.

- Por isto que te amo cada vez mais, Otávio. – Se aconchegou nele, emocionado.

- Vem comigo! Eu tive uma ideia! – Se levantou, puxando-o pela mão.

Foram de mãos dadas, oferecendo as flores para as pessoas. Primeiro, para as que estavam sentadas, esperando seu voo ou alguém desembarcar, depois, para algumas que impacientes, esperavam na fila das passagens. Maurício se distraía, puxando conversa com algumas delas e Otávio até dava uma cutucada nele, para se comportar e recebia aquele sorriso encantador, de menino.

E de repente, Otávio, se descobriu profundamente feliz e encantado com seu amado... esquecendo-se de tudo! Inclusive seu voo.

Ouviu chamarem pela voz robótica, o voo que os levaria para a Inglaterra. Foi até o cachado, sorrindo.

- Vamos, meu anjo? É o nosso voo.

Estava feliz e completo, naquele instante, despertando um lampejo secreto, estranho e ao mesmo tempo familiar ao olhar para Maurício

"Minha alma gêmea..." - Pensou.

- Vamos! – Sorriu de volta.

- Está feliz? – Perguntou, lhe dando um beijo entre os cachos perfumados.

- Você é a minha felicidade, Otávio. Agora, temos toda uma vida e eu só quero te fazer feliz.

- Por você, eu seria capaz de passar por tudo novamente, anjo.

Foram de mãos dadas, para um novo futuro. Um futuro, juntos, onde poderiam trilhar uma nova estrada, sem medo do passado. Enfrentariam tudo, lado a lado.

Lá fora a noite, com seu manto estrelado, trazia a lua cheia em todo o seu esplendor. Testemunha daquele amor puro e verdadeiro.

O que realmente interessa é que Maurício e Otávio estavam finalmente indo para um futuro bem melhor.

A história de Otávio e Maurício é mais real do que vocês possam imaginar! Mas isto é outra história...

(780 palavras)

(780 palavras)

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