𝐊𝐚𝐞𝐥𝐥𝐚 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧, a primeira de seu nome, a bruxa vermelha, foi distanciada da Corte. O motivo de seu exílio foi o dom pelo qual a menina herdara: a escuridão do seu sobrenome.
Muitos ousavam dizer que a mesma era uma bruxa perigosa...
Onde Kaella percebe que desejo por seu primo nunca seria apagado, sempre iria haver uma chama pronta para ser acesa, mesmo após uma década.
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O DIA em meu lar distante de Westeros começou calmo, como todos os dias durante os 18 anos em que vivi neste lugar. A grama verde com seu cheiro único dilatavam a parte preta de meus olhos. O pequeno palácio em que eu vivia era escuro e fechado demais por dentro. Minha segunda casa era os jardins do lugar.
O céu azul pintado pelas nuvens com seus formatos estranhos conseguiam prender minha atenção por horas. Trocaria qualquer jantar importante por este momento.
Me encantavam mais do que qualquer joia cara feita com aço valiriano. A calma da natureza e o vento em seus cabelos me deixavam liberta de seus pensamentos turbulentos, tal coisa que rubis e diamantes não faziam. Os sussurros e manchas negras desapareciam quando eu estava perante a luz calma do dia.
...
Minha família estava me esperando quando eu entrei atrasada na sala de reuniões. A sala com cinco lugares perante a mesa ocupava a maioria do espaço. Meu pai ficava na ponta e minha mãe ao seu lado. O restante dos lugares eram ocupados por quem chegava primeiro.
— Perdoem minha demora — falei ofegante por correr. Todos me olharam com julgamento, meus fios rebeldes estavam espalhados pelo meu rosto e meu vestido todo desgrenhado.
Eu ajeitei minha aparência e endireitei meu corpo na cadeira. Qualquer erro meu não passaria despercebido, eu não era perfeita o suficiente sem os traços deles, então deveria pelo menos ter modos.
Quando mandaram deixar a possível bruxa longe das Terras da Coroa, prometeram uma vida confortável para essa outra parte da família Targaryen, mas conviver em um lugar tão belo não fez a relação em minha família melhorar.
— Rei Viserys está com sua saúde em risco. — disse meu pai, após soltar um suspiro impaciente para mim — ele nos convidou a Corte para tentar reaproximar nossas famílias e nos reintegrar entre os nobres.
Aemon e Viserys era próximos, sendo os irmãos mais velhos eles se entendiam melhor. Todos na mesa, olharam com pesar no rosto. Exceto eu.
Claro, eu amava meu tio, mas ainda havia remorso por ele não ter lutado para que minha presença fosse aceita na corte.
— Iremos para Westeros ainda hoje, arrumem seus dragões — o homem de meia-idade ordenou.
Ele deixou a sala, só prevaleceu eu e meus irmãos, já minha mãe, Alyssane, seguiu os passos de meu pai. Apostaria moedas de ouro que ela encheria a cabeça dele de baboseiras para promover jantares e ela se reintegrar na corte. Vadia egoísta.
