Florestas de Galhos Secos

Delírios de um soldado a sua amada diante da morte

E os capítulos publicados nem sempre observados serão então criticados?
Por quem ? Quem observa atrás da cortina da vida e da morte.? Aquele que sempre está lá, durante a sombra do dia e o beijo da madrugada.

Aquela que não dorme e nem vê quando a Índia amanhece ou a noite chega no Brasil.
A que habita entre as florestas de galhos secos e as montanhas nevadas do Nepal. Mostras teus olhos e sente o olhar como em um espelho brilhante sendo apenas o reflexo em um rio.

Deixe-se levar por entre as ondas do mar que se debatem em sua cama e tentam fugir de sua mente durante uma noite turbulenta. Esquece teus desejos por hora e descansa a tua mente... Revele-se ao entardecer. Tomaste formas contrárias aos teus sonhos? Quando parastes de sonhar ou porque não acordou jamais?

Por sentimentos como deságios fazem de ti alguém sem visão. Beijastes a boca errada ou ao nascer decidires encontrar em si mesmo o beijo da vida. Pregada em tua alma, sem limites o teu destino se prostra a sua vontade.

Quem dirás a ti que tudo isso é verdade?
Como Kanto em uma bicicleta percorrendo um caminho que conhece esperando encontrar o desconhecido. De nada vale o esforço. De muito vale, de tudo se recompensa.

E as árvores enfim gritam, por entre os fios que o vento traz a amargura da vida e a beleza da morte.

Morrerás por mim, óh, doce amada ou me abandonaras em meio ao chão frio do fronte ensanguentado e triste. Sentirás como estou cansado e farto da guerra? Verás que eu não fugi da luta, mas tu, fugistes de mim. Fugistes de uma vida. Me deixares antes que a vida se esvaísse, e apenas agora dentre meus delírios posso lembrar que a morte irá me beijar antes de você. Pois, dela sentirei eternamente o abraço e dela o olhar penetrante terei sobre meus ombros.

Enquanto você carregará uma vida ou duas, quem sabe três, de mim nada mais terá.

Apenas a doce lembrança de que um dia eu fui seu.