Capítulo 5

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Isabella:

Eu ainda estava pasma. Meu pai estava vivo. Dez anos depois dele e mamãe nos deixarem naquele abrigo nuclear. Mas, nossa mãe se foi.

Assim como a mãe dos meninos. Eles estão abalados também. Mas, sempre soubemos o quanto estávamos perdendo nessa guerra sem sentido.

Sim, porque ninguém me tira da cabeça que estamos numa guerra.

As pessoas que comandam a base tem a cura para tudo isso. Mesmo os outros dizendo que não, Edward concorda comigo.

Edward...

É visível a tensão que nos cerca. Eu jamais desejei homem algum. Em 20 anos eu jamais beijei um cara, quem dirá sentir desejo de me entregar ou mesmo de começar um relacionamento. Mas, com ele... Parece natural. É como se sempre estivéssemos esperado um pelo outro.

Agora ficar no mesmo quarto que ele, algo que foi puro acaso já que os outros estavam em outros quartos e havia sobrado apenas aquele.

Eu terminei meu banho e sai da banheira. Me troquei para dormir. Carlisle e papai acham melhor passarmos algumas semanas aqui até que tenhamos um plano formado sobre como chegar a base. Eles acham que em um mês talvez tenhamos que sair do nosso abrigo para poder ir a essa base.

Sai e Edward estava sem camisa. Usava apenas uma calça de moletom. Ele estava arrumando a cama.

-Não estou com sono. E o pessoal já se recolheu.

-Vou dar uma olhada na interface. -Peguei a interface e coloque o sobre meu colo.

Liguei e ele sentou do meu lado.

-As notícias são as mesmas. Mas, ao menos essas coisas pararam de aumentar. Agora o único meio de infecção é a mordida deles.

-O que não é nada animador.-Edward falou se jogando na cama.

Desliguei a interface e o olhei.

-Esme era linda. Uma mãe e tanto. Ela sempre nos criou com carinho e princípios. Mesmo em meio ao caos que o mundo já estava. Eu tinha 10 anos quando essas coisas começaram a aparecer. Eram em pequeno número e apenas numa cidade do Missouri. -Edward deixou algumas lágrimas caírem. -E foi quando papai começou a nós treinar. Eu cresci aprendendo tudo de medicina. Não fomos para abrigos nucleares. Ficamos quase seis meses escondidos no porão de casa. Até que meus pais saíram falando que buscaria ajuda. Ficamos mais seis meses lá até que Emmett e Jasper decidiram sair e eu fui junto. Encontramos as Denali e seguimos com elas e mais dois. Félix e Eric. Mas, eles ficaram pelo caminho.

Edward chorava e eu o abracei. O acolhi em meus braços e o apertei ali.

-Shhh... Todos perdemos demais nisso tudo, Edward. Você perdeu sua mãe e comigo isso também aconteceu. Todos perdemos alguém que amamos muito.

Edward mudou as posições e me abraçou.

-Sinto muito, Bella.

-Eu também Edward.

Ficamos abraçados. Ergui meus olhos o olhando e ele alisou meu rosto. Seus lábios tocaram os meus. Sua língua pediu passagem e eu cedi. Não sabia muito o que fazer. Ele notou isso e me beijou com mais calma. Nossas línguas dançavam lentamente. Não havia pressa.

Mas, logo precisamos respirar. Edward e eu ficamos nos olhando e sorrindo. Acalentou meu coração aquele beijo.

-Eu nunca vou deixar você. -Edward falou e eu senti meu corpo aquecer.

-É bom mesmo.

Ele voltou a me beijar.

Acordei no dia seguinte e Edward estava conferindo meu curativo.

-Está tudo cicatrizando. -Edward falou. -Acho que não vai doer mais e nem infeccionar.

-Dói um pouco. Mas, não é mais aquela dor de antes. Está mais fraca.

-Normal. É só tomar alguns analgésicos.

Ele me beijou e rimos caindo na cama. O beijo era intenso. Seu corpo sobre o meu me dava ideias, mas, eu ainda não estava pronta. Ele notando isso sorriu e foi toma e banho. Fiquei na cama. Pensando em tudo.

Edward me pediu em namoro e eu não pensei em sequer recusar. Agora estávamos juntos.

Isso poderia ser muito bom, mas, nos deixava mais fracos. Porque agora, viramos um a fraqueza do outro. Ou a fortaleza. Por que eu jamais deixaria que algo acontecesse a ele e sabia que ele faria o mesmo.

Edward saiu do banho e eu fui tomar o meu. Não demorei. Estava com fome e faríamos uma ronda.

Descemos de mãos dadas e logo o pessoal percebeu o que estava acontecendo. E eu notei algo também.

Irina e Jacob estavam abraçados perto da janela. Ela estava abatida e ele estava a apertando em seus braços.

Tomamos café e saímos.

Éramos uma equipe. Jacob, Irina, Edward, Emmett, Rosálie e eu. Andamos por horas até que encontramos uma espécie de abrigo. Ouvimos um grito e corremos até a casa.

-Amor você consegue!

-Isso dói, Ben!

Entramos e o cara apontou a arma para nós.

-Somos ajuda!

-Minha mulher está tendo um bebê. Ajudem!

Edward tomou a frente e a examinou. Ajoelhei segurando a mão dela.

-Somos Ben e Ângela.

-Ângela, você está com dilatação. Preciso que na próxima contração você empurre com o máximo de força que puder.

Ela gritou e começou a empurrar. Ela apertava minha mão e estava doendo muito, mas, fiquei na minha aguentando.

-Rosálie preciso de toalhas limpas. Irina, esquente água.

-Merda! Tem 16 deles vindo! -Emmett falou.

-Cuidamos disso. Amor, aguente firme! Voltamos logo.

Jacob, Emmett e Ben saíram. Rosálie trouxe as toalhas e foi pra fora ajudar. Irina estava ajudando Edward.

-Agora Ângela! Força!

Ela gritou e botou mais força.

Ouvíamos os tiros.

-Vai ajudar! Eu fico aqui, Bella!

Assenti e Edward me olhou.

-Cuidado!

-Pode deixar!

Sai a tempo de ver Ben ser morto e arfei. Atirei num deles que ia de encontro a Emmett.

Apenas Ben morreu. Deus, Ângela estava com um bebê e sem o marido.

Rosálie e Jacob cuidaram do corpo.

Os gritos cessaram e um choro alto apareceu.

-ÂNGELA!

Ouvi Edward gritar e entrei. Não precisei perguntar. Ela estava morta assim como seu marido.

Edward ajeitou o menino em seus braços e o entregou a mim. Ele parou de chorar. Rosálie, chorando, procurou algumas coisas na casa. Tinha uma mala cheia de roupas de bebê. Pegamos e Edward encontrou mais de 10 caixas com latas de leite. Os meninos encontraram dois carros. Edward o bebê e eu fomos em um com as roupas que encontramos e alguns mantimentos.

-Daniel. -Edward falou. -Nosso filho vai se chamar Daniel.

Olhei o menino em meus braços e depois para Edward. Sorri e assenti.

-Nosso Daniel.

E no meio desse caos acabei com um filho. Um pequeno menino que me deu a certeza de que ainda há esperanças nisso tudo.

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