The Darkling - Sombras e Ossos

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Faz uma semana que Alina Starkov se revelou a conjuradora do sol.
Eu me chamo Asterin. Sou uma sangradora. E, atualmente, meu melhor dom é acabar na cama de Aleksander no fim da noite.
Sou o braço direito do rei e moro no pequeno palácio. Por Aleksander ser o general do segundo exército, tivemos muita interação durante os dias. Isso causou uma interação um pouco íntima demais. Nós estamos juntos.
Bom, todos sabem, mas é como se não fosse oficial, mas ainda assim é.

Com a chegada da portadora do sol, tudo virou de cabeça para baixo. Sei das intenções de Darkling melhor do que ninguém. Seu plano não é acabar com a dobra, e sim usá-la a nosso favor para que todos se rendam a nós. Afinal, ele a criou. E eu sei disso. Ele confiou em mim o bastante para me contar isso. Por quê? Porque eu disse que tinha as mesmas intenções que ele. E realmente tenho. A dobra pode ser algo magnífico ao nosso favor. Podemos fazer toda Ravka e todos os outros reinos se renderem a nós.

Mas Aleksander está estragando tudo com sua intimidade com aquela garota. Ele passa 90% de seu tempo com ela. Sobrando só a noite para mim. Não estou contente com isso, e espero que ele saiba. Porque vou mostrar na pele o quanto o ciúmes pode arder.

Asterin: Genya? — a chamo enquanto ela arruma suas coisas para sair do campo de treinamento onde estávamos. Genya, como todos pensam, é minha criada, mas a vejo como uma amiga. Que por conspiração do universo está servindo a Alina agora.

Genya: sim?

Asterin: conhece o garoto Malyen, não é?

Genya: aquele de quem Alina não para de falar? É claro. Inclusive sei que ele está aqui perto.

Asterin: exatamente. Quero que o traga até mim, agora. Todos te conhecem e se questionarem o que está fazendo com ele, diga a verdade, que está o trazendo até mim.

Ela assente e sai. 20 minutos depois volta com Malyen em seus braços. Ele está amarrado com as mãos para trás.

Genya: Asterin, aqui está o garoto.

Malyen: o que quer de mim? — ele se apressa em dizer.

Olho para ele com um sorriso debochado.

Asterin: desamarre-o — digo para Genya, mas com o olhar fixo em Malyen.

Ela corta a corda e, assim que se vê solto, Malyen corre em minha direção. Vejo a ameaça e o suposto ataque e então começo a desacelerar seus batimentos com meus poderes. Ele cai de joelhos e me olha com cara de dor. Chego bem perto dele e percebendo a proximidade ele abaixa a cabeça. Pego seu queixo e levanto até mim.

Asterin: não vou te machucar, criatura frágil. Apenas me obedeça e te darei o que quiser — chego mais perto ainda dele. — Inclusive, ver Alina, se assim desejar.

Paro de usar meu poder. Ele se levanta olhando para o chão.

Asterin: nos deixe sozinhos, Genya.

Mais uma vez, ela assente e sai.

Malyen: pareceu meio contraditório você dizer que não me machucaria, fazendo exatamente isso.

Asterin: e queria que eu deixasse você me atacar? — chego perto dele, a distância de uma palma entre nós.

Ele abaixa a cabeça, como se o que eu tivesse acabado de dizer fizesse sentido. Coloco a mão sobre seu maxilar, logo indo pra o pescoço e depois para a nuca, o puxando com força para mim. Nossos rostos agora a centímetros de distância.

Asterin: você vai fazer o que eu mandar. Ou então, eu mato Alina. E farei questão de fazer isso na sua frente — ele parece imóvel. — Entendeu?

Ele balança a cabeça freneticamente. Com certeza amava Alina e morria de medo de perdê-la.

Asterin: estaria disposto a se entregar a mim por Alina, Malyen? — ele me olha, como se me avaliasse. — Estaria disposto a me beijar por ela?

Ele arregala de leve os olhos. Tenho certeza de que não está entendo nada do que estou dizendo. Então, ele suaviza sua expressão.

Malyen: faria qualquer coisa por ela.

Começo a chegar mais perto dele. Nossas bocas se relam e depois se encostam. Rápido o bastante para não ser considerado um selinho. Dou risada de sua reação confusa.

Asterin: é bom saber.

Depois de mais uns minutos conversando com ele, eu o mando embora. Peço a Genya que o leve para fora do pequeno castelo, e assim ela faz.

Já está tarde. Estou voltando para os meus aposentos agora. Viro o corredor e quase que imediatamente sou prensada na parede.

Darkling: posso saber que espetáculo foi aquele no campo de treinamento? — ele diz com ódio aparente em sua voz.

Asterin: não sei do que está falando — me faço de desentendida.

Darkling: ah não? E se eu trouxer Malyen aqui, aí saberá do que se trata?

Asterin: ah, achei que estava sozinha com ele.

Ele aperta as mãos no meu quadril e esmaga mais seu corpo contra o meu.

Darkling: o que te deu na cabeça de beijar aquele imbecil?

Asterin: beijar? Eu mal encostei nele. Agora, aposto que você já levou Alina para cama onde eu costumava dormir com você.

Ele dá um soco na parede ao lado da minha cabeça. Chega mais perto de mim.

Darkling: não diga o que não sabe.

Asterin: ah não, Darkling, eu só digo o que tenho certeza. E não me venha com lição de moral. Você sabe que sou a única do seu lado em relação ao seu plano. Ou então quer contar a Alina seu verdadeiro objetivo? — arqueio as sombrancelhas e ele me olha com atenção. — Exatamente. Pense melhor no que me dizer quando sabe que eu estou coberta de razão.

Faço menção a sair de seus braços , então ele puxa meu pescoço e me beija. Ele puxa meu cabelo com possessividade. Quando estamos quase sem fôlego, ele se afasta, mas não o suficiente. Sua boca ainda encosta a minha.

Darkling: você me pertence, e vai ser assim até o fim de seus dias.

Asterin: espero que se lembre de que você também me pertence. Você é meu até o fim de seus dias. E não preciso nem dizer que você ainda tem uma eternidade para viver, não é?

Ele abre um sorrisinho.

Darkling: e é por isso que estou fazendo de tudo para te dar a imortalidade, amor.

Asterin: se preocupe em tirar Alina do nosso caminho primeiro, Kirigan.

Dou um selinho nele e saio de seu aperto. Ele segura meu braço.

Darkling: aonde vai?

Asterin: para o meu quarto. Para onde mais iria a esta hora da noite?

Darkling: quando vai voltar a dormir comigo? — pela primeira vez, vejo um olhar pidão vindo dele.

Asterin: quando você se convencer de que aquele é o nosso quarto, e não apenas seu para levar quem você quiser para lá.

Coloco a mão em seu quadril e beijo sua bochecha. Então saio de lá e vou para o meu quarto. Essa foi a conversa mais decente que tivemos desde que Alina chegou aqui. Espero que as coisas mudem, senão eu vou ter que mudá-las.

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