STALKER

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Na hora de dormir, Hwang me deixou sozinho, enquanto ficava vendo TV na sala.

Eu fiquei no quarto, esperando ele, mas como ele não veio, eu acabei dormindo.

Acordei as 4 da manhã com a porta rangendo, enquanto abria.
Um escuro imenso na casa.

Felix...

Foi o que eu ouvi, e alguém parecia estar me chamando na escuridão, eu cobri minha cabeça, e comecei sentir meu corpo tremer.

Eu não tinha coragem pra fechar a porta e nem pra levantar.
Então eu ouvi passos no quarto.
Os passos pararam, e eu senti uma mão em cima de mim pelo cobertor.

Ela fez carinho na minha cabeça, e eu achando aquilo inusitado, decidi espiar, e tirar o cobertor da cabeça, logo sentindo aquela pessoa me segurar pelo cabelos e me arrancar cama.

Aquele era um novo nível.
O contato nunca havia chego tão violentamente daquele jeito.

" você vem sendo um garoto muito mal criado..."

Meu corpo então foi jogado contra a parede do quarto, onde eu senti minhas costas baterem com força, tirando até um pouco do meu ar.

Logo eu vi a pessoa com algo na mão, algo que eu não sabia o que era, porque o escuro só me permitia ver silhuetas, mas assim que apoiei as mãos no chão, tentando recuperar o fôlego pra me levantar, a pessoa veio por trás, e passou algo pelo meu pescoço, o apertando.

Eu fiquei desesperado, tentando soltar aquilo do meu pescoço, sentindo que estava ficando sem ar.

Pelo tato eu senti que era um cinto, aqueles de colocar na calça mesmo, e eu tentei gritar por Hyunjin, mas o som não saia.

Eu fiquei ali brigando pelo ar, até as coisas começarem a embaçar, foi então que eu movi minhas mãos pra trás, e arrancando o boné e a máscara, eu consegui enfiar meus dedos em algum lugar, o olho do cretino.

E ele gritou e soltou a alça do cinto me fazendo recuperar o ar, enquanto eu ia pro outro lado do quarto, vendo ele tampar metade do rosto, indo pra fora do quarto.

Naquela hora eu vi a chance de saber quem era aquele monstro.

Corri atrás do mesmo, tirando o cinto de meu pescoço, e pulando nas costas dele, passando cinto então pelo seu pescoço, vendo que ele começou a ficar desorientado.

Saímos batendo pelos cômodos da casa, enquanto ele tentava me arrancar das suas costas, mas não funcionou.

Larguei o cinto, logo segurando os fios dele, os puxando, arrancando alguns grunhidos de dor e incômodo dele, foi quando ele conseguiu me segurar pelos braços e com toda a força, me jogou do outro lado da sala, onde eu bati numa prateleira onde haviam alguns vidros e desmaiei com o impacto.

A última coisa que eu vi, foi o cara abrindo a porta e sair pra fora casa.
Mas eu juro que vi um pedaço do rosto de Hwang.

[...]

"você vai ficar bem..."

Hyunjin me ajudou entrar na casa, e sem escolha eu aceitei.

Estava numa cadeira de rodas agora, porque fraturei as costas, e a única coisa que me impossibilitava de andar agora, era minha lesão.

Depois que eu acordei no hospital, o médico informou que eu ficaria imóvel da cintura pra baixo algum tempo.

Talvez dias, ou meses.

Não porque perdi o movimento das pernas, mas porque se eu não recuperasse minhas costas, poderia ter uma lesão grave que aí sim poderia me deixar encapacitado.

Eu fiquei desesperado com aquilo.

Mais desesperado ainda quando soube que Hwang era o meu cuidador.
Depois da noite de anteontem, pois já haviam dois dias que aquilo tinha acontecido, eu tinha certeza que ele estava por trás da perseguição.

Eu tinha minhas dúvidas depois do lance do cabelo... Mas agora... As coisas estavam se encaixando, afinal... Onde ele estava quando um maluco de 1, 80 entrou na casa dele, com coturnos barulhentos, quase me matou e me jogou contra uma estante?

Ele não falou.

Mas eu também não perguntei... Na verdade eu estava fingindo demência aquela altura.

Fingi que esqueci tudo com a pancada na cabeça... Mas eu estava de olhos bem abertos agora.

Quase fiquei sem andar por causa daquele monstro maluco.
E era coincidência demais, aquilo acontecer, depois dele mostrar descontentamento com a minha relação com Chris.

- eu vou te dar muito trabalho...

"não! Eu vou cuidar de tudo, compro uma estante nova, boto câmeras na casa... Vamos fazer tudo direitinho. Eu não sei como consegui deixar isso acontecer... É culpa minha. Além do mais, ele deu o prazo de um mês pra voce ficar ai, vamos obedecer ao prazo porque com bons cuidados vai poder ter chance de sair antes dessa cadeira. "

Ele sorriu, me selando, ajeitou minha cadeira na frente da TV.
Eu fiquei ali, vendo o programa, mas sempre observando ele pelo vidro da janela lá atrás.

Ele era ótimo ator... Isso eu tinha certeza.

Como ele tinha coragem de me deixar praticamente aleijado, e agir como se nada tivesse acontecido? Ele realmente era algo....

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