14 | Jantar

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Emy Manchery

A noite chega e estou exausta, tive que dar conta de dar atenção aos convidados e assuntos do reino. Termino de colocar minha roupa para o jantar.
Quando estou quase saindo uma das damas bate em minha porta.

- diga. - sorrio simpática

- O senhor Smit de Arteg solicita a presença da senhorita, só que é nos aposentos dele. - que homem abusado, fica nesse joguinho dele e depois me chama em seu quarto. Eu vou ir mas é para falar umas boas verdades para esse ignorante.

- Tudo bem, pode se retirar. Só seja descreta sobre o assunto. Não é de bom grado os outros lords saberem que uma mulher comprometida anda frequentando quartos alheios. - digo já saindo do quarto. Não ando muito, o quarto de Vicet é 4 portas depois do meu.

Bato na porta e não demora muito para ela ser aberta revelando a parede de músculos mais linda que eu já vi. Tudo bem que eu nunca vi uma.

- Aceitou o meu convite alteza, por favor, entre. - ele diz sorrindo, bom, eu acho que é um sorriso mas ele mal move as articulações da face

- Eu vim aqui para saber que caralhos você pensa que está fazendo ? Primeiro me corta no meio da minha fala, depois desconsidera minha autoridade e depois me chama para o que ? - olho para traz dele e na mesa que tem em seu quarto havia velas e pratos de comida - para jantar ? - pergunto sem acreditar no que vejo.

- A senhorita disse que quando eu quisesse a sua presença que marcasse algo particular. Então o fiz - diz como se fosse óbvio. - E ai ? Me dara o prazer de sua companhia ? - Deixarei todos na sala de refeições esperando, mas pela primeira vez desde que voltei do orfanato tenho a oportunidade de fazer algo espontâneo, quebrar as regras.
A emoção me toma conta e eu entro no quarto de Vicent.

- pediu as servas para prepararem tudo ?

- na verdade perguntei a Liliane seus pratos preferidos e depois mandei prepará-los. - olho para ele não acreditando que esse homem carrancudo fez isso.

- tá parou a brincadeira - digo o olhando sério - por que está sendo legal comigo agora ?

- Eu te acho uma linda dama Lady Emy. Eu gosto de estar acompanhado por belas damas e que são boas companhias. Apenas sente e aproveite, prometo que sai viva desse quarto.

Me sento em uma das caderas enquanto ele me serve vinho. O homem que não aceitou eu o chamar de príncipe está a minha frente me servindo. Sorrio com a cena e ele me olha enquanto ele se senta.

- O que foi ? - o mesmo pergunta.

- nada, só pensando em como você fica bom me servindo.

- fico melhor em outras coisas também. - diz maliciosamente.

- Se eu não fosse noiva talvez pudesse me mostrar. - sorrio

- Você gosta mesmo daquele pau mandado ?

- Eu não posso dizer que o amo. Mas gostar, sim, ele me parece ser uma boa pessoa.

- Você sempre vê bondade em tudo Emy, desde que era uma criança. - como ele pode saber como eu era quando criança ?

- como pode saber como eu era quando criança ?

- Eu passava minhas férias aqui Emy. Não se lembra de mim ? Eu era o melhor amigo de seu irmão Michael. - ele diz terminado de mastigar sua comida.

- você era aquele menino atentado ! como me esqueci disso ? - digo bebericando um pouco de vinho.

- Como você está ? Voltando aqui depois de tudo que aconteceu ?

- Estou levando. Tenho que levar né. - ele segura minha mão e me olha com olhar de conforto. Suas mãos são macias, apesar dos calos. E seus olhos são escuros como a noite sem luar.

- Não deixem saber sua fraqueza, fiz isso e destruíram meu reino. Jamais mostre suas fraquezas. Não confie em qualquer um pepita. - meu apelido na boca dele fica maravilhoso. Dou um sorriso como resposta.

- acho melhor eu ir embora, não quero que corram boatos mentirosos. - Vicent acena em concordância e me acompanha até a porta.

- Foi bom ter a sua companhia para o jantar alteza.- diz sem dar um sorriso. Esse homem não ri não.

- o prazer foi meu majestade - digo fazendo uma reverência. Ele foi gentil comigo, não custa eu retribuir o reconhecendo como rei. - espero um dia podermos conversar mais sobre seu antigo reino e sobre meu irmão. ‐ ele fecha a porta e eu vou para o jardim da minha mãe, relembrar o passado as vezes pode ser bom.

Quando estou quase chegando à porta no térreo que me leva ao jardim sou impedida por uma voz.

- Sentimos sua falta. - Cristopher diz atrás de mim, me viro para ver esse rosto esculpido pelos deuses. - no jantar. Nem você nem meu irmão apareceram.

- Certamente não apareci. Estava ocupada - dou um sorriso, não me importo de ele achar que fiquei com o irmão - me acompanha para um passeio ? - critopher vem ao meu lado e me oferece o braço. Assim fomos até chegar ao jardim.
Me abaixo perto das roseiras.

- essas brancas eram as preferidas de minha mãe, segundo ela transmitem paz e pureza. - digo acariciando uma. Me levando e vou até as lavandas. - essas eram especiais para os vasos de flores do palácio, para manter o bom cheiro dentro dele. - olho o rapaz pelo ombro. Ele está parado me observando. - está com algum incômodo ?

- Nenhum alteza, só tentando achar alguma flor que se compare a sua beleza.

- Por favor Cristopher, enquanto estivermos só nos dois me chame de Emy. E não fique me cortejando, eu tenho noivo. - vou para a direção dele, com o intuito de ir até as margaridas que ficam do outro lado, mas sou impedida por sua mão em meu braço.

- Não imaginei que era uma mulher interesseira, ou como as mulheres fúteis da corte. Casar apenas por títulos não me parece ser de sua índole.

- e o que sabe sobre minha índole - olho no fundo de seus olhos verdes.

- Nada na verdade, mas pensei que seria diferente.

- Eu sou. E não estou com ele só por título e nem por amor. Mas isso não lhe diz respeito. - dou um sorriso sarcástico

- uma coisinha tão bela - diz passando as costas da mão em meu rosto, e por mais que eu não queira admitir eu gosto desse carinho. - mas tão malvada.

Nos afastamos quando auvimos um barulho. Era a Lady Catrina filha do Marques, com o Felipe. Pera, o que o Felipe está fazendo com ela ?

Todos nos encaramos, era como se todos estivéssemos fazendo algo que ninguém poderia saber.

- Pepita - Felipe foi o primeiro a se pronunciar.

- acho que vou encontrar meu irmão - Cristopher sai me deixando lá.

- também tenho que ir. - digo andando apressada passo pelos casal, Catrina faz uma reverência para mim e eu deixo um beijo casto na bochecha de Felipe e saio dali. Felipe não faz reverência alguma para mim ou me trata por alteza. Para ele sempre vou ser a menina do orfanato que é sua melhor amiga, e eu não me importo nem um pouco com isso.

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