O Naruto pode ser um pouco duro as vezes

45 7 4
                                    

Caos. Essa é a palavra que define o que estava acontecendo naquela prédio. Depois de ter um Naruto em miniatura jogado em seu olho, Jeongyeon deu um grito enorme que fez Jihyo sair do apartamento praticamente correndo porque achou que sua irmã estava sendo assassinada por um serial killer que mata mulheres asiáticas indefesas; Mina se desesperou e começou a pedir desculpas repetidas vezes, Momo estava ainda jogada no chão enquanto reclamava que suas costas doíam e Sana respondia que as costas de Momo estavam doendo porque ela estava ficando velha, tudo isso enquanto apenas ria da situação.

Jihyo, ainda desesperada, levou Jeongyeon pra casa pra cuidar do olho e Mina foi atrás pra saber como sua vizinha estava. Momo foi junto e Sana também, logo após ter ajudado a japonesa mais velha a se levantar enquanto ria relembrando da queda de Momo.

— Não, mas fala serio, foi muito engraçado vei, a Momo DESESPERADA correndo quando do nada ela se taca no chão e a coitada da vizinha é naruteirada. Simplesmente a cena mais incrível que eu já vi na minha vida.

— Para de rir, Sana, o olho dela pode ter ficado machucado, o narutinho é pontudo, sabia? — Disse Mina, ficando ao lado do sofá  em que Jeongyon estava, esperando Jihyo voltar da cozinha com uma pomada e um curativo. — Falando nisso, você tá bem? Seu olho ta machucado? — Perguntou ela, se dirigindo à Jeongyeon.

— Eu to legal, eu acho. Meu olho tá ardendo um pouco, mas nada que me faça morrer. — Respondeu Jeongyeon, dando de ombros.

— É, parece que o Naruto realmente pode ser um pouco duro as vezes...

— Cala a boca, Sana. — Disse Momo, abrindo a boca pela primeira vez desde que entraram no apartamento das coreanas.

Sana estava prestes a reclamar que suas irmãs não tinham senso de humor, quando do nada elas ouviram uma risada. Era Jeongyeon, que logo se encolheu quando viu que as japonesas estavam olhando para ela.

Pode até não parecer, mas Jeongyeon é bem tímida, então ela ficou com muita vergonha quando percebeu que tinha soltado uma risada sem querer.

— Oba! Essa é das minhas!! — Disse Sana, se sentando no sofá e dando batidinhas leves no braço de Jeongyeon. — Como é seu nome? A gente pode virar best e fofocar sobre as pessoas mal amadas desse apartamento, porque acredite ou não, tem muita gente escrota aqui. Tipo a velha do 157, eu vivo arranjando briga com ela porque aquela rapariga cisma que a gente é emo e vai transformar esse apartamento em um lugar pra fazer culto ou sei lá o que, sendo que é só a minha irmãzinha Minari que é meio das trevas, mas ela não é emo não. Essa senhorinha é bem maluquinha, acho que ela precisa de terapia. Eu faço terapia, você faz terapia? Acho que todos devíamos fazer terapia, pena que nem todo mundo quer ou tem condições, né? Mas o pior é saber que muita gente que precisa de terapia não faz terapia só por causa da pensamentos conservadores que repassam de geração em geração...

Sana estava prestes a falar mais sobre como a sociedade é conservadora e horrorosa do seu ponto de vista, mas parou quando Jihyo chegou pra cuidar de Jeongyeon.

Sana falava demais, e isso é, inclusive, uma insegurança muito grande pra ela, mas a japonesa do meio estava tão animada em fazer uma nova (e a primeira naquele apartamento) amiga que nem notou o quanto ela falou, ou o quanto falaria se Jihyo não tivesse chegado.

Depois de passar muito pomada e fazer um curativo no olho de Jeongyeon, Mina, Momo e Sana continuaram no apartamento conversando com as novas vizinhas. A conversa variava entre Mina pedindo desculpas pelo ocorrido várias vezes, Momo sentada no sofá falando que a casa é bonita e brincando com bonequinho de Bendy In The Ink Machine que tinha na sala mexendo a cabecinha dele, e Sana tagarelando sobre a velha do 157 pra Jeongyeon, que já tinha perdido um pouco da vergonha e também falava sobre vários coisas com a japonesa.

Mina começou a conversar com Jihyo, que estranhamente fez a japonesa perder sua timidez muito rápido, o que acabou causando uma conversa muito estranha entre Mina, Momo e Jihyo, que falavam sobre como algum dedo delas era meio torto e como isso por algum motivo era muito engraçado pras três.

Depois, as cinco começaram a conversar sobre como a Taylor Swift é incrível e genial enquanto falavam quais músicas dos álbums "Midnights" e "Folklore" elas mais choraram ouvindo.

— Ei boy, tá ficando tarde, 10 da noite já, a gente vai precisar ir embora antes que a síndica venha reclamar que a gente tá andando pelo prédio tarde da noite e como isso atrapalha os velhotes do andar debaixo. — Disse Sana, depois de ter olhado a hora. Realmente estava tarde, já era 23:20 e os moradores não podiam andar pelo prédio depois de meia noite porque, segundo a síndica, fazia as crianças terem pesadelos e os idosos entrarem em desespero achando que o anti cristo existe.

Eita, pior que já tá bem tarde mesmo. — Falou Mina, olhando as horas em seu celular. — Foi muito legal conhecer vocês hoje, por mais que o nosso primeiro encontro tenha sido meio desastroso. — Disse ela, olhando pra Jeongyeon com um sorrisinho culpado enquanto a coreana apenas fazia um gesto de "não foi nada". — Desculpa de novo pelo infeliz incidente e espero que vocês tenham uma ótima noite!

— Nossa, quando foi que a nossa irmãzinha braba ficou tão pacífica assim? — Susurrou Sana no ouvido de Momo. — Sério, ela parece um pinscher na maior parte do tempo.

— É porque ela tem educação, né. — Momo sussurou devolta. Sana não tinha certeza, mas sentiu que isso foi uma indireta pra ela. "Rapariga", pensou.

Jihyo e Jeongyeon se despediram de Sana, Mina e Momo, que logo depois que chegaram em casa foram dormir. As coreanas também estavam indo dormir, porque estava tarde e elas precisavam ir pra faculdade no dia seguinte, mas não foram porque Jeongyeon lembrou sua irmã de que elas não comeram nada.

— Puta qu pariu, a gente ficou tão entretida com a coisa do narutinho e as meninas que a gente esqueceu de comer. Que vergonha, Park Jihyo... Que vergonha... — Falou Jihyo, sussurando a última parte. Ela era uma das pessoas que mais se importava com alimentação, e dormir sem come era praticamente um pedido pra dormir dormindo, na cabeça da coreana. Então elas foram fazer comida.

Como não tinha muita opção alí, porque Jeongyeon só comprou realmente o necessário e não tinha variedade nenhuma de comida, elas decidiram fazer macarrão.

— Jeongyeon, pega o sal aí, por favor. — Pediu Jihyo, terminando de cozir o macarrão.

— Mas você vai colocar o sal agora? É só depois, vei. — Respondeu Jeongyeon.

— Não...? Você tem que colocar o sal agora pra grudar no macarrão, ué.

— Mas se você botar agora, vai sair quando for lavar depois.

— ... Precisa lavar?

Enquanto elas conversavam sobre lavar ou não o macarrão, Jihyo decidiu pesquisar se era preciso lavar. O problema é que ela se distraiu e deixou o macarrão parado lá por um bom tempo, porque a internet estava ruim e a pesquisa não carregava.

O macarrão coziu demais e ficou nojento.

— Parece uma slime. — Falou Jihyo, mexendo no macarrão com uma colher depois de ter desligado o fogo.— Que feioso.

— Para de fazer bulliyng com o macarrão, tadinho. — Disse Jeongyeon, olhando de longe. — Culpa sua.

— Coitado, Jeong. Eu acabei com ele.

Depois de lamentarem a aparência horrenda do macarrão, elas decidiram pedir pizza.

A pizza chegou exatamente às 23:59, pra sorte delas. As duas comeram e foram dormir, já que precisavam acordar cedo no dia seguinte.

Apartamentos 345 e 346 (Twice ot9)Onde histórias criam vida. Descubra agora