Margaridas e Rosas (EraserMic)

Rosas

    Hizashi acabara de passar por um dos dias mais estranhos de sua vida.

    Um, seu amigo, magicamente ficou com diversas margaridas presas no cabelo.

     Dois, havia ajudado Aizawa Shouta a fugir da escola, sendo ele o garoto mais obediente, e agora havia pulado o muro da escola.

     Três, havia alguma coisa estranha com Aizawa, não que ele não fosse estranho, mas uma coisa a mais, e teria de descobrir o que era.

      Ainda era cedo, iriam demorar muito até o moreno ir para sua casa, então decidiu sair um pouco. Seu destino era um parque cheio de flores e não muito movimentado.
      No parque, ele chegou na parte mais vazia que tinha, lá havia uma árvore imensa que cobria uma enorme parte do gramado. Ele sentou no chão, sentindo a grama encostar em sua pele.
  
      Olhando a sua volta, ele viu as diversas flores que estavam espalhadas, admirando-as enquanto se deitava. Precisava pensar, logo a imagem de Shouta veio em sua mente, as flores presas em seu cabelo, suas bochechas coradas, era lindo em sua visão.
     Perto de si, havia uma roseira enorme, extremamente linda de se ver, e que obviamente o fez lembrar de Aizawa. O loiro prosseguiu deitado, fechou os olhos e adormeceu ali por alguns poucos minutos.

      Ao acordar, sentiu algo de diferente em si, como se tivesse algo a mais na cabeça - além do boné - mas não ligou muito e se levantou, olhando a volta pela última vez a ir 'pra casa.
      Ele pegou o caminho de volta até o portão do parque para voltar 'pra sua casa, durante o caminho, algumas pessoas olhavam para ele, e o garoto não fazia ideia do porquê e continuou seu caminho.

      Já em casa, foi para seu quarto e quando se olhou no enorme espelho de corpo viu as rosas em sua cabeça, ele começou a entrar em desespero e se lembrar do que Shouta disse sobre as flores não saírem. Yamada começou a passar a mão no cabelo para tentar tirar as flores, mas nn saiam. Era como o moreno disse, parecia que alguém havia as grudado.
       Ele pegou o celular vendo o horário, ainda era 13:22, não podia esperar até as 14:00. Entrou nos contatos e ligou para Aizawa, esperando poucos segundos até o jovem atender.

         - Oi, o que foi? - a voz metálica perguntou calmamente.

         - As flores, vem aqui em casa agora! É urgente, é sobre as flores! - gritou.

         - As flores...tá! Tô indo, e vê se para de gritar - desligou.

         Alguns minutos depois, o loiro houve sua campainha tocar e desce em disparada até a porta, abrindo-a.

        - Aí meu Deus Hizashi. Como isso aconteceu? - perguntou sentando na cama do amigo.

        - Eu não sei. Antes de você vir, eu fui em um parque e deitei na grama e acabei dormindo e quando eu voltei 'pra casa eu tava com elas! - se desesperou.

        - Calma Yamada, vai ficar tudo bem, a gente só precisa pensar.

         - Tá mas, por que exatamente as minhas flores preferidas estão em você e as suas em mim?

        - Bem, eu andei pesquisando nesse meio tempo, e tem um mito que diz que quando duas pessoas se amam, as flores preferidas delas grudam uma na outra ou algo assim - virou um pouco o rosto.
  
        - Tá mas, que tipo de amor? Por que existem vários e... - corou. Nessa hora, tudo que ele sentia pelo moreno apareceu novamente. Era por causa desses sentimentos idiotas, ele tinha quase certeza disso.

        - Amor... - suspirou pesadamente, e pensou: tem que ser agora  - Não é um amor de amigos, nem um amor familiar, é uma paixão, é o que se sente um pelo outro - ele falou, não diretamente como deveria ser, mas deu uma de suas declarações, agora só precisava da resposta.

         - Er, bem - ele gagejava - Você...pode especificar mais? - se fez de desentendido.

         - Eu e amo, seu idiota. Você ainda não entendeu que eu tô apaixonado por você - os olhos deles se cruzam, um encarando o outro, eles estavam perdidamente apaixonados um pelo outro. Mas agora, Aizawa fez uma das escolhas  mudaria drasticamente as vidas de ambos.

        Aizawa Shouta o beijou.
        Sim, ele o beijou.

       Era um beijo lento e bom, extremamente satisfatório para ambos, mas antes mesmo que Yamada pudesse se deliciar dele o moreno se afastou, olhando o loiro com os olhos arregalados, corado e a boca um pouco aberta. Ele se levantou rapidamente saindo do quarto e correndo o mais longe que conseguisse de perto de Hizashi. Ele de fato não gostava de correr, e por isso não corria tão rápido, mas nesse momento era preciso.
        Como os garotos eram vizinhos era mais fácil para fugir ir em bora. Shouta entrou em casa trancando a porta da entrada e indo pro quarto se fechando lá e começando a ter um milhão de pensamentos horríveis com um milhão de possibilidades de motivos para ele ter estragado tudo.

        Já o loiro, estava jogado na cama tentando processar e assimilar o que tinha acabado de acontecer, ele olhava a sua volta o tempo todo como se fosse achar a resposta de suas perguntas.

       - Aí meu Deus - colocou as mãos sobre os lábios - Eu beijei o...eu beijei o Shouta - corou violentamente se sentando na cama.  Ele começou a processar tudo que havia acontecendo nesses últimos meses.

        Era por causa disso que ele estava agindo estranho, ele gosta de mim. É por isso que as flores grudaram. Era por causa disso tudo.
         Depois de muito pensar, o loiro finalmente percebeu que é completamente apaixonado pelos seu amigo. Ele foi até até banheiro ver a situação das rosas em sua cabeça, elas estavam meio murchas, e não era por falta de água, tinha ciência disso. Ele passava as mãos na cabeça e mesmo assim as flores não saiam.

         Ao mesmo tempo que ele estava feliz estava preocupado com o moreno, mas não tinha certeza se poderia ir lá depois disso. Precisava pensar em uma forma de conseguir falar com ele, sabia que se jogasse pedras em sua janela ele iria ficar mais bravo do que já estava.

        Hizashi teve uma ideia, um pouco idiota, mas não custava tentar. Desceu correndo até a cozinha a foi pegar as coisas que eram necessárias para se fazer um café. Mas não era qualquer café, ele teria de ser amargo, mas não muito amargo, tinha que ter a dosagem perfeita com a têmpera perfeita para o seu amado viciado em café.

Continua...
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