Capitulo 8 (POV: SIRIUS)

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  Faz cerca de uma semana que vi Remus abaixar o dedo no Eu Nunca na frase "Eu nunca senti atração romântica ou sexual por alguém nesse cômodo".

  Não é que eu tenha passado noites em claro pensando nisso. Mas ainda sim, me pergunto com bastante frequência: Será que era eu?

  Não vou mentir, eu acho que é. E eu espero que seja.

  Já faz mais de dois meses que Remus e eu moramos juntos, mas nós nos aproximamos em um nível até anormal. É bizarro que em tão poucos meses eu me tornei tão próximo a ele, como se nos conhecêssemos a anos.

  Remus e eu estamos assistindo TV juntos no sofá da sala. Está passando uma novela chama, que eu nem presto atenção. Dou uma espiada em Remus.

  Ele continua olhando pra TV, sem parecer pensar em algo. De repente comeram a vir barulhos meio... pornograficos da TV.

  Remus parece realmente não saber o que fazer. É óbvio que situação começou a ficar vergonhosa. Eu pensei em desligar a TV, mas o Remus não se movia, imóvel como uma estátua de pedra.

  Resolvi brincar com ele.

-Hum, você parece realmente estar gostando, em?

  Remus arregala os olhos na hora.

-Q-que!? Eu não.

  Rio.

-Ah, é mesmo?

  Ele parece começar a ficar meio bravo.

-Eu nem gosto d-

  De repente, um silêncio bastante significativo.

-"Não gosta d-"...?

-De... - ele franze a testa e desvia seu olhe do meu.

  Remus parece realmente em guerra nesse momento.

  E isso é muito atraente.

-...Ah... já sei. - sorrio, me aproximando dele. Me aproximando bastante - Você não gosta de mulheres, sim?

  Remus parece se sentir completamente contra a parede. E isso é taaaoo fofo que quase não me aguento.

-Então? Estou certo?

  Ele coça sua nuca, nervoso e corado.

-Tá errado - responde baixinho, como uma criança escondendo da mãe uma besteira que fez.

-Ah, é? Se não me engano, te conheci em uma boate lgbt, não é? Estou errado?

  Ele suspira, meio nervoso.

-O que é isso? Um interrogatório?

Dou os ombros e me levanto. O volume da TV está baixo e a cena explícita logo muda. Sigo até a "cozinha" que na verdade faz parte da sala e me sirvo uma caneca de café.

-Bem, se o mesmo sexo não te atrai, então vou ter que recuar - digo despreocupado, dando os ombros.

Ele demora pra responder.

-...Recuar?

-Si-

-Você não tem que recuar - ele interrompe, firmemente.

Um sorriso involuntário toma conta dos meus lábios.

-Ah? Posso continuar me divertindo?

Ele se levanta e anda na minha direção.

-Se quiser brincar comigo, fique a vontade - ele continua.

Não sei bem que sentimento essa fala me faz sentir, mas é muito prazeroso.

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