to know him is to love him (hiatus)

o universo escolheu para ser seu

  A segunda-feira chegou mais rápido do que deveria. Renjun acordou sofrendo de dor de cabeça após passar maior parte da madrugada jogando conversa fora e assistindo séries com Jeno e Donghyuck.

   Os amigos se arrumaram rapidamente e saíram de casa sem tomar café da manhã, atrasados para a primeira aula do dia. Durante o caminho, Jeno reclamava da chegada de mais uma semana, Renjun o ouvia por um ouvido e pelo outro escutava a música que saia de seu fone de ouvido. Enquanto isso, Donghyuck tentava prestar atenção, mas sua mente o fazia se distrair a todo momento.

   A frente do prédio do colégio estava sendo pintada de uma nova cor, pela terceira vez em três anos, fazendo com os alunos precisem dar a volta e entrar pelo jardim dos fundos. Isso tornava o caminho até os armários mais longo e os deixava mais atrasados. Renjun se despediu rapidamente, continuando seu caminho após os dois amigos pararem no corredor em frente aos seus armários.

   — Você pode me ajudar hoje? — Jeno pergunta enquanto arruma sua mochila.

   — Claro, com o que?

   — Preciso fazer um retrato para o clube de artes, mas não aguento mais ficar me olhando no espelho para fazer autorretratos — Ele riu — Quer ser meu modelo?

   Donghyuck colocou a mão no coração e fez um gesto emocionado.

   — Seria uma honra — Disse, fingindo um choro, fazendo o amigo revirar os olhos.

   — Vou fazer na sala de arte depois do almoço, minha aula acabou de ser cancelada.

   — Tudo bem, te encontro lá.

   Os dois se despediram e seguiram cada um para sua sala de aula. Donghyuck caminhou em passos apressados, o sinal já havia tocado e sua classe era um tanto longe, o fazendo começar uma leve corrida. Ao virar o último corredor, algo o fez parar de correr imediatamente. Alguém.

   De todas as pessoas com quem Donghyuck havia ficado ou namorado, nenhuma nunca tornara sua vida tão difícil. Nunca foi um problema andar pelos corredores e correr o risco de esbarrar em alguém. Nunca foi angustiante olhar para alguém que faz seu coração bater mais forte. Nunca havia sido tão doloroso observar alguém o olhando de volta, sabendo que existe alguma coisa ali, mesmo que essa coisa seja a certeza de um fim, ou de nenhum começo.

   O olhar foi sustentado por poucos segundos, o tempo de Mark entrar em sua sala e sumir de vista. Donghyuck balançou a cabeça, tentando ignorar aquilo e continuou a seguir seu caminho.

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   — Você quer? — Jeno ofereceu sua sobremesa a Renjun, sabendo que ele gostava. O amigo pegou com um sorriso, agradecendo — E a dor de cabeça?

   — Firme e forte — Disse, soltando o garfo e massageando as têmporas — Acho que eu não absorvi absolutamente nada das aulas hoje.

   — Tomou remédio? — Hyuck perguntou, bebendo um gole do suco.

   — Tomei, mas por enquanto nada — Apoiou a cabeça no ombro de Donghyuck, que o abraçou pelo ombro e começou a fazer carinho em sua cabeça.

   — Vai para casa, Jun — Jeno se levantou de seu lugar na frente dos amigos e contornou a mesa, sentando ao lado do amigo.

   — Não quero perder aula — Ele fungou, olhando o horário no celular e depois fechando os olhos — Vou pegar um remédio mais forte na enfermaria.

   Depois de terminarem o almoço, os três se dirigiram à quadra de basquete que ficava próxima ao refeitório, já que ainda tinham algum tempo antes de o sinal tocar. Havia alguns alunos correndo e jogando tentando impressionar um grupo de meninas que sentava do outro lado na arquibancada. Jeno fez um comentário sobre como aqueles garotos eram desesperados, fazendo os amigos rirem. Ao sentarem, Renjun deitou, esticando as pernas e descansando a cabeça no colo de Jeno, que passou a fazer carinho em seus cabelos. Donghyuck tirou a camisa de botão que vestia por cima da camiseta e a dobrou para que ficasse menor, apoiando-a por cima dos olhos do amigo, para bloquear a claridade. Ficaram daquele jeito por um tempo, conversando baixo e observando o jogo que rolava. O campeonato de basquete regional estava chegando ao fim, o que fazia que os jogadores do time utilizassem todo o tempo disponível para treinar seus arremessos e passes, assim, a quadra estava sempre ocupada.