a arte de se apaixonar

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   Os corredores estavam cheios de estudantes andando até seus armários ou classes. Os três amigos, Donghyuck, Jeno e Renjun faziam o mesmo. Tentando sobreviver o ensino médio como a maioria das pessoas ali, eles eram cuidados em não chamar atenção de ninguém para eles.

   — Tem certeza de que não precisa de ajuda? — Jeno riu enquanto via Renjun tentava equilibrar os cinco livros que carregava.

   — Estou bem — ele expirou, tentando manter a alça da mochila no ombro.

   — Afinal, pra que tantos livros? — Donghyuck perguntou.

   — Alguém precisa estudar — O encarou.

   — Mas não tanto assim. Você não parou de estudar desde que as aulas começaram.

   — Nem todo mundo é naturalmente inteligente, Hyuck — Renjun parou em frente ao armário número 235, apontando com a cabeça, silenciosamente pedindo que Jeno o abrisse para ele — Algumas pessoas, e eu sei que isso parece absurdo para você, precisam realmente estudar para tirar boas notas — Donghyuck revirou os olhos, soltando uma risada.

   Ainda negando qualquer ajuda, o garoto tentou colocar todos os livros que carregava dentro do armário ao mesmo tempo, falhando nisso. Renjun jogou a cabeça para trás, as risadas dos dois amigos alcançando sua orelha. Ele os encarou, bravo, conseguindo apenas fazer com que rissem mais.

   — Você deveria ter aceitado nossa ajuda — Jeno se abaixou, pegando dois livros e Donghyuck fez o mesmo, pegando os outros três.

   Donghyuck sempre gostou de como Renjun se dedicava aos estudos, tanto quando ele se dedicava a escrever e Jeno a desenhar. Ele não estudava apenas para tirar boas notas e passar nas matérias, mas realmente gostava de todo o processo de aprender-algo-novo, mesmo sendo mais uma fórmula chata de química que ele provavelmente só usaria uma vez nada vida.

   — Ei — Jeno chamou Hyuck — Você ja começou a escrever a redação para o concurso? Era sobre o que mesmo?

   — A gente tem que escrever sobre 'alguém que admiramos' — Ele grunhiu de frustração — Eu não escrevi nem uma mísera palavra ainda. Tudo parece muito óbvio, escrever sobre meus pais, sobre vocês. Quero fazer alguma coisa diferente. Quero impressionar sabe?

   — Aposto que vai achar alguém. Talvez possa escrever sobre alguém mais distante? Você não tem que realmente conhecer, não é? — Renjun perguntou, fechando seu armário. Os três voltaram a andar, indo para os armário de Jeno e Donghyuck, que ficavam um ao lado do outro.

   — Tipo escrever sobre algum famoso? — Renjun concordou — Não. Quer dizer, sim, mas não é uma opção para mim. Não pe o que eu faço. Eu escrevo sobre o que as pessoas não ouvem, sobre o desconhecido ou pouco conhecido. E também, aposto que metade das pessoas vão escrever sobre alguma personalidade famosa ou parentes. Se eu quero me destacar, preciso de mais.

   — Você soa como um profissional — Jeno riu — É só um concurso de colégio, nem prêmio tem.

   — Se eu quero ser profissional, preciso agir como um — O mais novo deu de ombros, soltando um sorriso convencido.

   Assim que chegaram em seu destino, uma batida alta se fez presente no ambiente. Era a porta do corredor sendo aberta com força, revelando um garoto apressado e claramente atrasado.

   Mark Lee era novo no colégio e no país. Fora transferido no meio do ano para lá, após sua família se mudar. Essas era as únicas informações que qualquer um sabia sobre ele. Afinal, Mark era aquele garoto que parecia ser a personificação da linha tênue entre bad boy misterioso e nerd antissocial. Em uma semana, usava calça de moletom e camisetas estampadas, em outra, calças jeans pretas e camisetas brancas, as vezes com uma jaqueta de couro, parecendo ter saído direto de Grease até aquele colégio. Sua aura exalava charme e talvez problema, e seu sorriso de canto mostrava que ele sabia o impacto que tinha em cada pessoa ali que o olhava com curiosidade.

to know him is to love him (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora