Capítulo 28 - As Confusões Dela

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Madara estava tudo, menos ocupado. Estava estressado, ressentido e com uma puta vontade de agredir qualquer um que estivesse em seu caminho. Já fazia horas desde que não saia do escritório de seu armazém de armas, via a movimentação no andar de baixo e tentava pensar em qualquer coisa que não fosse aquele maldito sonho e aquelas malditas palavras.

Além de ter que lutar com a própria mente para também não pensar em Sakura. E quando viu as mensagens de Sasuke ele desejou que alguém o amarrasse na caderna apenas para não sair correndo dali e ir atrás da Haruno. Merda!

Ele não fazia ideia do que realmente acontecia entre ela e o pai, mas se lembrava do episódio que Itachi descreveu quando estavam na Inglaterra e também da forma como ela sempre se referia a ele. Foi por isso que não esperou nem mesmo cinco minutos para pegar o carro e voltar pra casa. E quando chegou tentou entender a cena que acabava de ver, Kizashi realmente estava prestes a bater nela?... Não, ele não seria capaz disso. Mas o olhar de Sakura dizia o contrário, ela estava esperando que ele o fizesse de uma vez para que enfim o velho se sentisse satisfeito.

A sensação que se instaurou em seu corpo foi de êxtase, e não da maneira boa. Talvez se ele tivesse chegado dois segundos mais tarde a ponto de realmente presenciar Kizashi dando um tapa na própria filha, o acordo entre Harunos e Uchihas acabaria. Porque ele certamente não deixaria aquele velho voltar pra casa com os dois braços intactos.

[...]

Dias se passaram em que Sakura se manteve no mais perturbador silêncio. Madara estranhou o comportamento fechado no primeiro dia, assim que o pai dela deixou a mansão após a discussão. Ainda assim, ela se recusava a dizer o que havia acontecido e mentia todas as vezes que Madara a forçava a dizer.

No entanto, ele preferiu daquela forma. Tentava se manter afastado de Sakura para que assim as memórias daquele sonho não voltassem, porque ele precisava lidar com aquilo sozinho. Precisava fazer sua mente e corpo aceitarem que ele não ficaria e nem estava dependente de Sakura Haruno como sua mãe havia exposto inconscientemente.

Eles não estavam num relacionamento. Não é?

O uso dos pronomes possessivos era apenas um meio luxurioso de dizer que aquela mulher era dele.

Pelo menos era isso que tentava dizer a si mesmo todas as vezes que via Sakura passar pela porta e sair com Sasuke ou Itachi. Mas isso não o impedia de ver que havia algo de errado com ela. Desde as poucas palavras até o sexo mais violento do que o comum, como se ela buscasse aliviar a própria frustração através daquilo. E não que ele estivesse reclamando, longe daquilo. Mas havia algo de errado com ela e isso o incomodava ainda mais do que a sensação de estar totalmente à mercê dos caprichos dela. Contudo, também havia algo que ele percebeu durante esses momentos. Sakura voltou a esconder o próprio corpo. Voltou a beber desenfreadamente e fumaça mais do que ele podia contar...

Porra Sakura.. Não torne as coisas ainda mais difíceis..

Madara a viu passar pela porta dos fundos e largar a bolsa sob o balcão da cozinha sem se atentar que ele a observava. Sakura colocou as mãos sob a pia e abaixou a cabeça, respirando de maneira profunda. Ela estava com roupas de academia, provavelmente deveria ter ido lutar e assim que ele se aproximou pôde ver os fios loiros - daquela peruca que ele havia pedido mil vezes para tirar - que ainda estava suada.

- Onde estava? - perguntou quase a assustando. Sakura se endireitou e foi até a geladeira pegando uma garrafa de água, sem olhar para ele.

- Não é como se você não soubesse, Uchiha. - zombou e em seguida subiu no balcão de mármore se sentando -Treinando, faz tempo que não faço isso..

- Não fico mais te seguindo como uma criancinha, se esqueceu?

- Mas seus homens ficam. - Sakura deu um sorriso, ele soube que era falso no mesmo instante. Madara se aproximou e escorou suas mãos no mármore em volta dela, ficando próximo demais. Sakura viu os olhos cerrados a indagando em silêncio - Nós já fizemos isso na cozinha e seu irmão não gostou, então acho melhor nós.. - o tom obsceno dela se aquietou quando Madara levou um dos dedos aos lábios dela.

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