-- Não preciso de ajuda para subir. -- Sam disse rindo. -- Sei montar a cavalo desde que tinha doze anos. -- Esse havia sido um dos motivos pelo qual havia se irritado com Peter, dizer à sua verdadeira esposa que lhe ensinava a montar a cavalo era mais que uma ofensa, uma vez que ela montava muito melhor do que ele.
-- Ora; ora. Tenho uma esposa que não para de me surpreender. -- Deena disse rindo, vendo Sam já montada sobre o cavalo. Decidiu caminhar até seu cavalo e acariciar o mesmo, antes de subir nele.
-- Uma corrida de cem metros? -- Sam propôs balançando sua sobrancelha e sorrindo. Já estavam casadas havia pouco mais de um mês.
-- Não quero fazer feio na sua frente. -- Deena disse.
-- Está com medo, Johnson? -- Provocou arqueando uma sobrancelha.
-- Talvez. -- Falou se inclinando para o lado e tocando os lábios na bochecha esquerda de Sam. -- Te vejo na chegada, mon amour. -- E deu partida, fazendo Sam a olhar incrédula e boquiaberta antes de começar a correr com seu cavalo logo atrás.
Sam até tentou, mas, pela vantagem de Deena, foi praticamente impossível ultrapassá-la.
-- Não vale. Você roubou! -- Sam disse descendo do cavalo e cruzando os braços de forma birrenta. Deena soltou uma gargalhada ao ver a cara de sua esposa.
-- Tem razão. Roubei. -- Confessou descendo de seu cavalo. -- Mas foi engraçado ver sua cara.
-- Pois eu não achei.
-- Claro que não, você não viu. -- Deena respondeu. -- Tudo bem, desculpe. -- Pediu ao ver que Sam não sorria.
-- Só se assumir que eu ganharia caso não tivesse roubado.
-- Bem, isso eu não posso dizer, porque não tenho certeza.
-- Vamos correr de novo. -- Sam propôs e Deena respirou fundo.
-- Tenho uma ideia melhor. -- E sem dizer mais nada estendeu a mão no ar para Sam subir em seu próprio cavalo.
-- Por que no seu? -- Sam perguntou arqueando uma sobrancelha.
-- Suba e descubra. -- Sam, por ser curiosa demais, não resistiu e subiu no cavalo de Deena. Deena caminhou até o cavalo de Sam e o amarrou ali. -- Já já alguém vem te buscar, amigo. Vou providenciar isso. -- Falou para o cavalo e Sam sorriu ao ver que sua esposa se importava com o bem-estar do animal.
-- E então? -- Sam perguntou animada, mas sentiu seu corpo se enrijecer ao ver Deena subir no mesmo cavalo que ela.
-- Você me disse no dia em que nos conhecemos que tinha vontade de voar em um zepelim. -- Deena disse, enlaçando seus braços pela cintura de Sam. -- É... -- Disse um pouco constrangida. -- Você guia ou...
-- Pode guiar. -- Sam disse, deixando Deena segurar as rédeas do animal. Sentia-se extremamente nervosa com a respiração de Deena tocando-lhe o pé do ouvido. Sentiu Deena apoiar o queixo em seu ombro e fechou os olhos tentando controlar a própria respiração. -- Então vamos voar hoje?
-- Exatamente, Senhora Fraser-Johnson. -- A voz rouca disse em meio a um riso. O cheiro do shampoo de Sam tão próximo de si fez Deena suspirar bobamente.
-- Acho que gosto dos nossos sobrenomes juntos. -- Sam confessou um tanto mais nervosa do que deveria estar para um passeio normal a cavalo.
-- Gosta, é? -- Em seu mais profundo interior Sam assumia para si mesma que a voz de Deena era demasiadamente sexy. Seus olhos se desviaram para as mãos de Deena segurando as rédeas e Sam mordeu o próprio lábio diante do pensamento que teve. Não havia ninguém as vigiando ali, não precisava de teatro, mas o que Sam queria fazer não seria teatro e esse era o problema, porque não tinha uma desculpa para fazê-lo. Fechando os olhos rapidamente para tomar coragem, os voltou a abrir apenas para deslizar lentamente seus dedos finos pelos braços de Deena, até alcançar os dedos da outra.
Olhou de relance para Deena e a viu sorrir. Então, percebendo que não fizera nada de errado, entrelaçou seus dedos nos de sua esposa, sentindo a suave mão acolher o aperto. Seguraram juntas as rédeas e foram o resto do caminho sem falar mais nada.
-- Pois bem. -- Deena disse aplicando um beijo lento no rosto de Sam. Não queria sair dali, mas não queria exceder nenhum limite. -- Chegamos. -- Decretou. ia soltar do aperto de suas mãos, mas Sam a impediu.
-- Espera! -- Disse ao sentir Deena tentar soltar de sua mão. Não tinha o que falar, só não queria que Deena a soltasse.
-- Que foi?
-- É... Andar nesse negócio é seguro, não é? -- Disse a primeira coisa que lhe veio à mente. Se permitiu soltar seu peso sobre o corpo da mais velha. A risada de Deena ecoou pelos quatro ventos.
-- Está com medo, Fraser? -- Repetiu a pergunta que sua esposa lhe fizera minutos antes.
-- Talvez. -- Disse em meio a um risinho.
-- Eu jamais te colocaria em algum lugar que não fosse seguro para você. -- Deena disse abraçando o pequeno corpo contra si, antes de soltar das mãos de Sam e descer do cavalo.
-- Se eu morrer a culpa será toda sua. -- Sam disse descendo do cavalo. Deena o deixou com um de seus empregados foram caminhando até a frente do enorme zepelim. Seus olhos percorriam cada detalhe. -- Uau, é muito maior de perto. -- Constatou boquiaberta enquanto subiam a bordo.
-- E como diz o ditado: Para o alto e avante! -- Deena disse sorrindo.
E, enquanto o enorme transporte subia, Sam ria bobamente. Adorou o vento tocando seus cabelos daquela forma tão intensa, mas assim que chegaram lá em cima se arrependeu de não ter levado nenhum abrigo. Sentiu os braços de Deena rodearem sua cintura e permitiu deitar sua cabeça no peito da mais velha. Sentia frio ali em cima, mas o abraço de Deena fazia tudo ficar mais aquecido.
-- Eu adoro a paz que essa vista propõe. -- Deena confessou admirando toda a cidade abaixo delas. Sam desviou os olhos para Deena, ainda em seus braços.
-- Obrigada. -- Sussurrou e Deena sorriu sem mostrar os dentes.
-- Tudo o que te fizer feliz me fará também, então acho que quem tem que agradecer sou eu. -- Disse de modo terno. Viu o exato momento em que Sam desviou os olhos para seus lábios, prendendo a atenção por vários segundos ali. O momento foi interrompido por um longo suspiro de Sam, que logo em seguida voltou a apoiar a cabeça no peito da mais velha e a contemplar a vista de toda a cidade.
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Over The Rainbow - Sameena -
FanfictionOver The Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Samantha, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Peter Brody, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Danielle, deseja que a filha...