Capítulo 36

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-- Senhora Fraser Johnson? -- O homem chamou quase rangendo os dentes ao se deparar com Sam sentada no colo de Deena ao beijos com a mesma. A mão de Deena estava alojada um pouco acima da bunda de Sam, enquanto os braços da mais nova estavam envoltos no pescoço de Deena. Sam jamais era tão íntima com Peter quando eles costumavam se beijar, pelo contrário, o beijo deles nunca durava muito porque ela sempre dizia que ele era ansioso demais.

-- Hmm? -- Ambas as mulheres murmuraram juntas, se virando para o rapaz. Deena riu e negou com a cabeça, sem perceber Sam tensionar sob a visão do homem.

-- Acho que precisará nos chamar pelo primeiro nome, John. Ambas somos as senhoras Fraser Johnson. -- Deena disse rindo.

-- Desculpe, Senhora Deena. Apenas gostaria de saber onde fica a chave da biblioteca para começar meu trabalho. -- Ele disse com as mãos para trás e de cabeça baixa.

-- Vou buscar com Jerry, só um minuto. -- Deena disse dando dois tapinhas na coxa de Sam, fazendo a mesma se levantar.

-- Eu vou com...

-- Não, amor. Já volto. -- Deena disse dando-lhe um selinho rápido antes de sumir de vista. Sam teria se derretido ao ser chamada de "amor" por Deena caso Peter não tivesse se aproximado visivelmente irritado.

-- Precisamos conversar, Sam. -- Ele disse segurando em seu braço.

-- Me solta, Peter. Não tenho nada para falar com você. -- Ela sussurrou assustada.

-- Tem sim. -- Ele disse olhando para trás para checar se ninguém vinha. -- Acho que mereço uma explicação, não acha?

-- Peter...

-- Você simplesmente sumiu, Sam. Sem deixar nenhum recado, nenhum sinal... -- Ele disse aflito. -- E de repente se casa. Sabe como eu fiquei? -- Sam suspirou e lhe encarou.

-- Por favor, vamos deixar as coisas como estão. -- Ela pediu checando ao redor novamente.

-- Eu só preciso... Só quero conversar. -- Ele disse. -- Por favor, Sam. -- Sam pensou um pouco. Sabia que ela deveria conversar com o rapaz, mas não queria problemas com Deena. O olhar desesperado do homem fez Sam suspirar. Lhe devia uma explicação e por isso, vagarosamente, assentiu.

-- Amanhã a tarde, quando Deena for trabalhar eu te procuro. -- Falou baixo. -- Mas agora me solte, por favor. Eu não quero problemas com ela. -- O rapaz a soltou, lhe fitando confuso.

-- Por quê? A desgraçada te bate?

-- Aqui está. -- Deena entrou no ambiente sorridente, entregando a chave para o rapaz, fazendo Sam olhar atônita para ela.

-- Obrigado, Senhora. Com licença.

-- Hey, John. -- Deena chamou e o rapaz se virou. -- Não precisa se matar de trabalhar, tudo bem? Se sentir fome ou algo assim fique a vontade para vir até a cozinha comer algo. -- O rapaz assentiu e olhou para Sam.

-- Obrigado. Farei isso, com licença.

-- Simpático o rapaz, hm? Um pouco quieto demais, mas gostei dele. -- Deena disse. Sam forçou um sorriso e assentiu abraçando fortemente sua esposa. -- Hey, o que foi, Sammy?

-- Eu só... -- Disse apertando forte os braços em volta de Deena. O cheiro de sua esposa lhe acalmava de certa forma. -- Só preciso que me abrace forte e me prometa que tudo vai ficar bem. -- Mesmo sem entender Deena abraçou Sam, tentando confortar sua esposa.

-- Eu farei o possível para que tudo sempre esteja bem, hm?

-- Promete?

-- Prometo.

[...]

Deena lia distraidamente um livro em sua cama, enquanto Sam estava deitada sobre seu peito, com os olhos concentrados no rosto de sua esposa.

-- Não consigo me concentrar sabendo que você está me olhando. -- Deena disse rindo.

-- E que tal se... -- Sam disse pegando a fitinha vermelha do livro e o colocando na página para marcá-la, fechando o livro logo em seguida e o colocando sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama. -- Você não se concentrasse no livro por agora, hm? -- Sam perguntou deixando um beijo no pescoço de Deena, fazendo a mulher estremecer.

-- Por mim tudo bem. -- Deena disse virando seu rosto para Sam e tentando beijá-la, mas Sam se afastou, fazendo Deena franzir o cenho.

-- Agora que tenho sua atenção podemos conversar sobre Amber. -- Deena fechou a cara na mesma hora. -- Amor... -- Sam usou um tom arrastado e pidão. -- Por favor, converse com ela. -- Deixou um beijo no rosto de Deena. -- Escute o resto de sua história. -- Com um beijo no canto dos lábios Deena não soube se tremera por Sam lhe chamar de "amor", pelo tom arrastado e sensual em sua voz ou pelos quase beijos.

-- Sam, ela mentiu para mim.

-- Porque seu pai só deixaria ela ficar ao seu lado sob essas condições. -- Sam revelou, ganhando ainda mais a atenção de Deena.

-- Ele morreu quando eu tinha vinte. Ela podia...

-- Ponha-se no lugar dela. As coisas não são tão fáceis assim. -- Deena a olhou e mordeu o lábio inferior. -- Converse com ela, por favor... -- Sam disse colando suas bocas finalmente, deixando Deena sem fôlego. -- Por favor, Dee...

-- Tudo bem. -- Deena disse. Não conseguia dizer não para Sam e no fundo realmente queria conversar com a mulher, sentia falta dela e queria entender melhor e conhecer a história completa. Sentia-se pronta para isso.

-- Eba. -- Sam disse sorrindo, enquanto se inclinava e apagava a luz do abajur. Deena foi surpreendida pela boca cálida de Sam sobre a sua. Levou a mão até a cintura da mais nova, a puxando mais para si.

Sam invadiu a boca de Deena sem pedir permissão. Sabia que não precisava e por isso se atreveu a isso. Ela não se cansava de beijar Deena, poderia passar dias a beijando sem reclamar. Os lábios eram macios e suculentos, fazendo Sam quase querer mordê-los fortemente.

Se inclinou um pouco mais e levou seu dedo indicador até o ombro de Deena. A marca ainda estava lá, apesar de agora haver apenas uma casquinha sobre a ferida. Acariciou a lembrança daquela batalha e terminou selando os lábios de sua esposa.

-- Odeio saber que você sai para essa guerra. Odeio a espera, odeio meu cérebro louco que cria milhões de teorias sobre o pior que poderia te acontecer. -- Sam confessou em um sussurro. -- Prefiro você aqui, abraçadinha comigo.

-- Ah é? -- Deena perguntou sorrindo.

-- Sim. -- Sam disse deitando sua cabeça sobre o peito de Deena. Amava escutar as batidas de seu coração.

-- Se eu pudesse nunca mais sairia daqui, mas é meu trabalho.

-- Que por sinal eu odeio. -- Sam falou, sentindo suas pálpebras pesarem diante da carícia de Deena em seu cabelo. Deena apenas riu ao ouvir a voz sonolenta de Sam. Sabia que a mais nova sempre dormia com cafunés.

-- Vê se sonha comigo, Sammy. -- Sam não sabia se Deena realmente tinha dito isso ou se havia sido em seu sonho, mas assentiu levemente antes de cair em um sono profundo.

Over The Rainbow - Sameena -Onde histórias criam vida. Descubra agora