Over The Rainbow - Sameena -

Capítulo 28

-- Então se eu te beijasse agora... -- Começou, com a respiração pesada. -- Você não ficaria chateada? -- Perguntou mordendo seu lábio inferior, ainda com a voz quase nula, apenas para confirmar se havia entendido certo. Sentiu suas mãos suarem e tremerem, por isso apertou os punhos.

-- Não. -- Deena respondeu em um fio de voz e Sam assentiu, voltando a encarar seus olhos, respirando fundo antes de se inclinar mais, hesitantemente e temeu estar cometendo o maior dos erros. Não deveria estar fazendo isso, não deveria mesmo!

Até que seus lábios finalmente se encontraram com o doce toque dos lábios de Deena, fazendo ela mudar de ideia instantaneamente. Deveria sim estar fazendo! Já deveria ter feito isso muito tempo atrás.

Sam sentiu explodir dentro de si um pânico diferente, sentiu seu estômago revolver como costumava cada vez que tocava seus lábios nos de Deena, mas foi quando sentiu Deena adentrar a língua em sua boca, aprofundando o beijo, que sentiu como se tivesse sido abduzida. Uma fome que ela nem sequer sabia existir dentro de si se apossou de seu corpo, fazendo ela levar sua mão até a nuca de Deena, com intuito de aproximar mais seus corpos.

Tratou de beijar Deena com toda a suavidade do mundo, não queria que sua voracidade e impaciência machucassem Deena, já que a mesma tinha um pequeno corte no lábio superior.

Deena, com seu braço direito, puxou Sam para seu colo, fazendo a mesma soltar o tubo de pomada sobre a cama. Sam se ajeitou com uma perna de cada lado do corpo de Deena e passou seus dois braços pelo pescoço da mais velha, cuidadosamente para não atingir o local machucado. Sam sentiu seu corpo se aquecer ao lembrar que, enquanto sentia a língua de Deena deslizar pela sua, deliciosamente, ela estava no colo de Deena e, bem, o que separava Deena de estar nua era apenas uma minúscula calcinha.

Foi quando Sam arrastou as unhas vagarosamente em sua nuca que Deena apertou com vontade a cintura de Sam, fazendo a mesma soltar um gemido involuntário na boca de sua esposa. Deena se sentiu incendiar com tal harmonia para seus ouvidos e isso só aumentou quando Sam mordeu seu lábio inferior de forma sensual.

Sentiu o beijo se tornar mais desesperado, mas ao sentir o braço de Sam esbarrar seu ombro não conteve em soltar um resmungo baixinho.

-- Oh meu Deus, desculpe. -- Sam pediu. Deena riu negando com a cabeça. -- Sou um desastre, você deveria saber disso. -- Sussurrou sorrindo, selando os lábios de sua esposa sem pressa. -- E por isso deveríamos focar no mais importante aqui: A pomada.

-- Certo. -- Deena disse rindo, vendo Sam se retirar de seu colo e de repente se sentiu envergonhada por estar nua da cintura para cima. Se deitou na cama e logo Sam, com mais dificuldade do que nunca, pois havia conhecido o sabor daqueles lábios, aplicou o conteúdo do tubo nos hematomas de Deena.

Conversaram coisas triviais após o episódio do beijo e, assim que Sam terminou de passar a pomada, Deena preferiu vestir uma camisa branca e fina de botões. Sam agradeceu mentalmente por isso e se inclinou, apagando a luz do abajur.

-- Boa noite, Dee. -- Sussurrou.

-- Boa noite, Sammy. -- Respondeu. Queria dar um beijo de boa noite em sua esposa, mas honrava o que havia prometido à Sam quando lhe propôs casamento: Nada seria forçado ali, respeitaria cada vontade e decisão de Sam.

Sentiu os braços de Sam lhe abraçarem minutos mais tarde, se aconchegando nas curvas de seu corpo e sorriu para si. Logo caiu no sono.

[...]

Sam abriu os olhos piscando várias vezes, só para constatar que não estava sonhando. Deena a encarava sem dizer nada.

-- Bom dia! -- Deena disse. Seus hematomas estavam levemente menos roxos e seus cabelos desgrenhados.