Capítulo 31

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-- Por que não me acordou? -- Sam fechou os olhos assim que ouviu a voz de sua esposa tão rouca e baixa no pé de seu ouvido; seus braços enlaçando a silhueta da menor.

-- Acordei muito cedo e vim comer algo antes de te acordar. -- Disse com a voz falhada. Estava encostada na mesa decidindo se comeria uma banana ou duas.

-- E o que quer comer? -- Perguntou com a voz ainda arrastada igual da primeira vez, fazendo Sam se arrepiar inteira.

Deena deixou alguns beijos no pescoço de Sam, fazendo a mesma se praguejar internamente por ver duplo sentido na frase dita por sua esposa. Não sabia o que estava acontecendo com seu corpo desde que experimentou a sensação de ter os lábios de Deena colado nos seus. Deveria estar ficando louca, era a única explicação. Engoliu em seco e se virou para sua esposa.

-- Ainda não decidi. -- Falou, enlaçando seus braços ao redor do pescoço de Deena.

-- Eu te ajudo. -- Deena disse olhando para geladeira, mas Sam levou uma mão até seu rosto e a fez olhá-la novamente.

-- Primeiro meu beijo de bom dia. -- Disse e Deena sorriu amplamente. Jamais se acostumaria com Sam pedindo beijos. Se inclinou e colou os lábios nos de sua esposa. Sam sentiu o ligeiro gosto de menta assim que suas línguas se encontraram, devido ao creme dental que Deena e ela usavam.

-- Pelo amor, na cozinha não! -- Alice disse adentrando o lugar, fazendo elas terminarem o beijo. -- E você deveria estar pronta, Johnson.

-- Hoje não vou trabalhar. Preciso acompanhar o estado de Rosália de perto.

-- O que houve com ela?

-- Passou mal a noite, já, já o médico passa aí e saberemos o que houve.

-- Tudo sairá bem, não se preocupe. -- Alice disse e Deena sorriu fraco, caminhando até a geladeira e retirando algumas coisas de lá. -- Mas então... O casal finalmente se acertou, hm? -- Perguntou sorrindo enquanto lavava uma maçã.

-- Estamos... É... Nós... -- Deena começou sem jeito. Não sabia o que Sam pensava disso, portanto não sabia o que responder.

-- Definitivamente sim. -- Sam respondeu, fazendo Deena sorrir bobamente.

-- Mas e o chuchu? Já roçaram um no outro?

-- Alice! -- Ambas gritaram juntas, fazendo Alice parar no ar a maçã que levava até boca. 

-- O que, gente? -- Perguntou finalmente mordendo sua maçã. -- Pelas caras ainda não.

-- É... Sammy, será que eu poderia falar com você mais tarde? -- Deena perguntou baixo e sua esposa assentiu. -- Perfeito.

Comeram em um silêncio calmo e quando estavam quase acabando Cindy, Kate e Ruby chegaram.

-- Eba, vou repetir a refeição com vocês para não ser mal educada. -- Alice disse sorrindo satisfeita.

-- Vou ver se o médico chegou. -- Deena informou.

-- Vou com você. -- Sam avisou, se levantando logo em seguida.

-- Por que médico? -- Kate perguntou preocupada. -- Você está bem?

-- Estou. Rosália passou mal ontem à noite. Teve dores no peito e os exames ficaram de chegar pela manhã.

-- Que horror. Tomara que ela fique bem. -- Kate disse.

-- É. -- Ruby nada mais disse.

-- Tenham um bom apetite. -- E assim Deena e Sam saíram pelos enormes corredores da casa.

-- Dee...? -- Sam chamou assim que descobriram que o médico ainda não tinha chegado. Estavam cruzando o jardim, indo para o quarto de Rosália. -- Você disse que queria falar comigo.

-- Oh, certo. -- Ela disse parando e se virando para Sam. O sol fazia Sam ficar com os olhos ligeiramente franzidos e Deena podia se ver no reflexo dos olhos da mais nova. -- É sobre... sobre nós.

-- O que tem? -- Sam perguntou.

-- Temos nos beijado e tudo mais... -- Deena começou. Estava um tanto sem graça de tocar no assunto, mas precisava saber.

-- Sim. E daí? -- Sam perguntou rindo.

-- Você...hm, se sente à vontade com isso? Digo, eu sei que é estupidez perguntar, mas realmente preciso saber. -- Disse fitando o chão. -- Não estou forçando a barra? -- Sam abriu o mais lindo dos sorrisos e Deena voltou a falar. -- Não é porque estou machucada que se sentiu culpada e está fazendo isso por favor, é? Digo, não creio que seja, mas eu realm...

Foi calada pelos lábios da mais nova, não um beijo de língua, um beijo casto, demorado, apenas para que Deena parasse de falar.

-- Não seja paranoica. -- Sam disse rindo ao afastar os lábios dos de Deena. -- Eu que te beijo sempre e não, não estou fazendo isso por pena.

-- Então você realmente gosta de me beijar? -- Deena perguntou. Em seus sonhos mais distantes Sam diria um sim.

-- Deixa eu ver. -- Sam disse sorrindo, enquanto levava sua mão à nuca de Deena e colava suas bocas novamente. Deena deveria ser cega se não notava o quanto Sam amava beijar ela. A língua de Sam invadiu a boca de Deena, fazendo a maior suspirar e se entregar ao beijo. Sam deslizou vagarosamente sua mão livre até as costas de Deena, adentrando a mesma por baixo da camisa da garota e sentindo a maciez de sua pele sob o toque de seus dedos. -- Acho que ainda não decidi. -- Sam sussurrou com a boca sobre a de Deena ainda. -- Preciso tentar de novo. -- E voltou a beijar sua esposa. Deena sorriu em meio ao beijo, enquanto puxava Sam mais para si. Sam sugou o lábio inferior de Deena e suspirou, aplicando um último selinho antes de fitá-lo nos olhos. -- Será que isso responde a sua pergunta? -- Perguntou sorrindo.

-- Acho que não. -- Deena disse rindo, mas logo ficou séria, respirando fundo. -- Eu não quero que faça nada que não queira. Não é porque nos casamos que precisa me beijar, tudo bem?

-- Mas eu gosto de te beijar. -- Sam finalmente falou, deitando sua cabeça sobre o peito de Deena.

-- Então tudo bem, mas se algum dia eu fizer algo que você não goste, por favor me diga. -- Ela sentiu Sam suspirar e a abraçou.

-- Você é perfeita demais para ser de verdade. -- Disse sorrindo, levantando sua cabeça e depositando um suave beijo na clavícula de Deena. -- E pela primeira vez na vida sou obrigada a concordar com a minha mãe. -- Sam franziu o cenho e a olhou confusa. -- Ela me fez um grande favor quando mentiu para mim.

Deena fitou o chão quieta demais. Esse era um assunto que ela não deveria tocar, mas era inevitável. Imaginar Sam beijando a boca de outra pessoa causava uma dor insuportável.

-- Sammy...

-- Não. Ela realmente me fez um favor. -- Sam disse olhando fixamente para Deena.

-- Você... o ama?

-- Não. Nunca amei. -- Disse convicta. -- Um dia pensei estar apaixonada por ele, mas minha mãe disse algo... -- Pareceu lembrar das palavras da mãe. -- E acho que ela tem razão. Acho que fiquei encantada, ele era gentil, mas se fosse algo mais forte não teria passado tão rápido, não acha?

-- Certo. -- Deena disse. -- Então posso duelar com ele caso ele venha tentar reconquistar o coração de minha bela senhora? -- Perguntou falando igual seu pai. Sam riu e negou com a cabeça.

-- Não é preciso duelo algum. Meu coração sabe muito bem com quem quer ficar. -- Deena sentiu seu estômago se revolver ao ouvir isso, mas teve medo de perguntar sobre sentimentos. Ainda era cedo.

-- Certo. -- Ela disse contendo a vontade insana de sorrir. -- Vamos ver Rosália?

-- Vamos. -- E, enlaçando seus dedos nos de Deena, caminharam para o quarto da mulher.

Over The Rainbow - Sameena -Onde histórias criam vida. Descubra agora